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Estudantes de Medicina produzem material para orientar sobre Saúde Mental
A pandemia da covid-19 tem levado as pessoas a inovarem e renovarem suas atitudes e ações. Na educação, foi preciso reinventar, criar novos métodos para adaptar-se a esse “novo normal”. Esse estilo, atualizado, de educar tem sido um desafio. A disciplina "Introdução à saúde mental na atenção primária", do curso de Medicina, ministrada pela professora Christiana Leal Salgado, aos estudantes do 7º período, mostrou que é possível, mesmo a distância, criar novos métodos de ensino-aprendizagem.
A ideia era que os acadêmicos formassem quatro grupos e desenvolvessem ações voltadas para a educação em saúde. Eles teriam que elaborar quatro produtos diferentes, e o resultado foi a criação de cartilhas, sites, infográficos e perfil no instagram, que abordasse o tema “Saúde mental na pandemia de Covid-19”. O desenvolvimento desses recursos educacionais voltados para a saúde mental, no contexto da pandemia, foi resultado da última avaliação desses estudantes.
“Os discentes foram divididos em quatro grupos e incentivados a construírem recursos educacionais para trabalhar a saúde mental no contexto pandêmico com base em um público-alvo. Foram escolhidos como público crianças enlutadas, profissionais de saúde, comunidade em geral e estudantes de medicina”, explicou a professora Christiana.
Grupo 1: Criação de site
O site cuidandodomental.com foi a forma que a equipe do estudante Raul Galeno encontrou para abordar o assunto de forma interativa. “Quando pensamos na criação do site, a ideia era que fosse acessível e simples. Ele tem uma versão mais light para mobile e a versão completa para computador. Como hoje os smartphones dominam o uso da tecnologia, a ideia é justamente que muita gente possa acessar e propagar essa ideia”, explicou o estudante.
A ideia, segundo ele, é importante para a formação do profissional da saúde, uma vez que este precisa saber se comunicar. Raul lembra fatos que são marcantes em diversas situações com pacientes. “Quantas vezes não chegamos a um consultório onde um médico começa a falar um monte de palavras difíceis e a gente acaba não entendendo nada e só aceitando? Então, o site tem justamente esta finalidade: traduzir a linguagem médica, tornando-o mais acessível e, dessa forma popularizar o assunto, afinal, a saúde mental precisa ser discutida”, afirmou.
Esse trabalho, para os idealizadores do site, é visto como importante para a saúde, porque é nele que os futuros profissionais aprendem a traduzir a linguagem médica e científica, para um formato com o qual a população tenha mais afinidade, compreensão e aproximação com os termos médicos. “Tanto que o site é acolhedor, e essa é a ideia, fazer que a pessoa navegue e se sinta acolhida pelo processo. No site, é possível encontrar locais de acesso gratuito a cuidados mentais, além da assinatura do grupo com leituras e músicas sugeridas pelos integrantes”, completou.
Grupo 2: Instagram
O instagram, uma das redes sociais mais utilizadas, foi a mídia encontrada pelo grupo de estudantes de Medicina, liderado por Ciro Fé. A ideia consiste em um conjunto de postagens interativas, que foram realizadas nas mídias sociais dos alunos do grupo e no Instagram da turma.
As postagens abordaram assuntos relacionados à ansiedade em tempos de isolamento social. “O principal objetivo com as postagens era impactar um público que tem tido bastante contato com as mídias sociais e que tem sido bastante impactado pelo isolamento social: os estudantes de medicina. A disciplina de saúde mental teve papel fundamental na formação dos futuros profissionais que nos tornaremos, além de poder já desenvolver as habilidades que são essenciais nos momentos em que desenvolvemos práticas. Além disso, nesse contexto em que uma grande parte da população está sofrendo com questões de saúde mental, as discussões que ocorreram na disciplina foram de grande valor, não somente para o futuro profissional, mas para o desenvolvimento de softskills, ainda que no processo educativo”, afirmou o estudante Ciro Fé.
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Grupo 3: Cartilha sobre o luto infantil
Um outro grupo desenvolveu uma cartilha sobre o luto infantil, a qual está direcionada para pais, orientadores e cuidadores de crianças em geral. O material aborda diversos tabus a respeito da morte e o rito de funeral, que muitas vezes não são explicados às crianças, além de apresentar dicas e informações sobre o processo do luto na infância de forma didática e com uma linguagem de fácil compreensão.
“O atual cenário da pandemia da Covid-19 nos trouxe diversas consequências físicas, e, principalmente, mentais. A disciplina de Saúde Mental não foi apenas uma disciplina na qual os estudantes estavam preocupados com notas para serem aprovados, mas, sim, um momento em que compartilhávamos nossas angústias e procurávamos formas de melhorar a situação de isolamento social tanto para nós, quanto para as pessoas ao nosso redor”, enfatizou Maria Luiza Vieira dos Santos, líder da equipe.
Para ela, desenvolver a cartilha foi um meio de destacar esse tema, que tem sido tão importante e, ao mesmo tempo, esquecido no dia a dia. “As crianças, assim como os adultos, sofrem a perda de um ente querido. Portanto é preciso identificar quando esse luto se torna patológico, para, então, procurar o devido acompanhamento psicológico. Ademais, reforça-se que a comunicação da notícia do falecimento de uma pessoa querida pode trazer angústia a quem comunica o ocorrido à criança, sendo assim, esse material busca auxiliar justamente nesse momento da comunicação de uma notícia tão difícil de ser dada”, explicou Luiza.
Composta pelos estudantes Adriano Paiva Sousa, Ana Paula Albuquerque Soares Tavares da Silva, Dara Maria Sá Rêgo, Maria Luiza Vieira dos Santos, Ághata Gabriela Fonseca de Oliveira, Débora Chaves Miranda, Leonardo Alencar Barros Fonseca, Katherynne Bezerra Marques, Raynanda Moreira Mota, Marcelo Diniz Dias, Daniel Cutrim Aires, Ana Beatriz Santos Cantanhede, Cláudio Vinícius Araújo Pinheiro e Anderson Felipe de Sousa Reis, a equipe lembra que abordar esse tema foi de grande importância para a formação acadêmica do grupo, pois são assuntos, às vezes, não abordados dentro da programação das aulas e, principalmente, desenvolver a cartilha foi de extrema relevância para a construção da relação entre médico e paciente.
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Grupo 4: Infográfico sobre Burnout
Nesse cenário, além do impacto na saúde física que a pandemia vem causando, a saúde emocional também está sendo um foco de impacto causado pela pandemia, e um grupo que tem sido bastante afetado é o dos profissionais da saúde. “A elaboração dessa atividade esteve com os olhares voltados para aqueles que cuidam do cuidar e que se encontram esgotados, portanto queremos chamar a atenção não só desse grupo, mas, também da sociedade para o cuidado com a saúde mental”, alertou Lucas Rodrigues de Santana, líder da equipe.
A disciplina de Saúde Mental resultou em uma grande colaboração à jornada dos estudantes rumo ao exercício da medicina. “Estar atento ao paciente, em sua totalidade e saber direcioná-lo na forma correta dentro do sistema de saúde junto à equipe faz toda a diferença para um tratamento com bons resultados”, afirmou.
A equipe, composta por Lucas Santana, Jonathan Castro, Dariany Ribeiro, José Milton, Moiseis Farias, Tatianne Alves, Petronio Macedo, Aleffi Lucas, Fernando Henrique, Jonathan Rodrigues, Klayver Samuel, Gilsandro Gomes e Laurence Cosme, apresentou o infográfico elaborado e falou sobre a Síndrome de Burnout em um Webinário que foi realizado no dia 21, às 16h30, no canal da DTED no YouTube, com o tema “COVID-19 e a Síndrome de Burnout em profissionais de saúde”.
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Por: Sansão Hortegal
Revisão: Jáder Cavalcante