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Visitas ao Espaço da Ciência e do Firmamento, durante a Feira das Profissões, incentivam estudantes a seguir carreiras científicas
"Eu pretendo cursar medicina aqui na UFMA e a experiência no Espaço da Ciência e do Firmamento foi uma oportunidade para ver a ciência em ação”. Essa determinação é de Sarah Mirelle Pestana Gomes, 15 anos, aluna do 9º ano do ensino fundamental, uma das quinze mil participantes da Feira das Profissões que visitou o Espaço, na Cidade Universitária Dom Delgado.
Sarah, estudante da Unidade de Ensino Básico (UEB) Governador Luís Rocha, localizada no município de Paço do Lumiar, teve contato com palestras e experimentos científicos. Para ela, esse contato contribuiu para a escolha na carreira que deseja seguir. “Não existe Medicina sem estudar química e física. Esses experimentos me ajudaram a visualizar a ciência sendo aplicada”, afirmou.
O Espaço da Ciência e do Firmamento - Planetário tem o objetivo de promover a divulgação científica por meio de palestras e demonstrações de experimentos científicos e busca incentivar o interesse pela ciência nos visitantes. Durante a Feira das Profissões, realizada no período de 20 a 22 de setembro, o Espaço esteve no roteiro de visitação da Feira.
A professora de geografia da UEB Governador Luís Rocha, Fabianna Garcez Frazão, destacou a importância da Feira e enfatizou que a visita ao Planetário resultou em uma nova visão da ciência pelos alunos. “É nossa primeira visita à UFMA. Por sermos da zona rural de Paço do Lumiar, existe uma dificuldade de levar os alunos a outros lugares. Quando a Universidade cria a oportunidade de trazê-los para conhecerem os cursos que ela oferece, isso passa uma mensagem aos estudantes de que eles têm condições de, futuramente, estarem aqui como discentes desta Instituição”, relatou.
A pró-reitora de Ensino Isabel Ibarra Cabrera disse que a Feira superou todas as expectativas e agradeceu ao Coordenador do Planetário, professor Antônio José Silva Oliveira. “Eu gostaria de agradecer à equipe do Espaço da Ciência e do Firmamento – Planetário, que realizou uma programação específica para a Feira das Profissões 2022”, mencionou.
Ilha da Ciência
De acordo com o professor Oliveira, o principal objetivo do espaço é tornar a ciência um bem popular. Por isso, o local está aberto ao público, e visa receber, principalmente, os estudantes mais jovens para que desde cedo eles desenvolvam o contato com a ciência.
No Planetário também está presente o Laboratório de Divulgação Científica Ilha da Ciência, coordenado pelo professor, que é um espaço interativo de Ciências e ensino de astronomia composto por telescópios profissionais, sala de vídeo e uma unidade móvel do planetário, que percorre todo o estado aproximando a ciência da comunidade.
O professor destacou que a ciência ainda está muito distante de ser popular no Brasil, por isso a relevância desse espaço. “A importância de trazer os jovens para cá é porque aqui eles vão ter um contato hands on (mãos na massa), pois eles vão manusear e interagir com os experimentos e isso vai despertar neles a vontade de fazer ciência”, explicou Oliveira.
Nobel Brasileiro?
Durante as palestras, o professor Oliveira comentou que o Brasil ainda não possui um vencedor do Prêmio Nobel. Ele contou a história de um biólogo que venceu o Nobel de Medicina em 1960, o nome dele é Peter Brian Medawar (1915 - 1987), ele nasceu na cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro, e morou no Brasil até os 13 anos de idade.
Mas por que esse Nobel não veio para o Brasil? Oliveira explicou que Medawar é filho de pai libanês radicado na Inglaterra e mãe inglesa. Seus pais vieram para o Brasil e abriram uma relojoaria. O vencedor do Nobel mudou-se para a Inglaterra para cursar o ensino médio e manteve sua cidadania brasileira até 1933. Ele venceu o Prêmio Nobel por pesquisar o sistema imunológico dos animais e descobrir as primeiras células cancerígenas.
Contudo, ele foi convocado para se alistar nas Forças Armadas, mas ele preferiu seguir seus estudos de Zoologia na Universidade de Oxford. Ele chegou a pedir ajuda ao então Ministro da Aeronáutica, Salgado Filho, que era seu padrinho. O pedido de exceção não foi aceito pelo então Ministro da Guerra, Eurico Gaspar Dutra, que futuramente viria a ser o Presidente da República, substituindo Getúlio Vargas. Por esse motivo, Medawar perdeu a cidadania brasileira e o prêmio Nobel foi para o Reino Unido.
Brasileiros como referências na ciência
Oliveira enfatizou que, embora o Brasil não tenha nenhum Nobel reconhecido, o país possui grandes referências na Ciência, como é o caso de Santos Dumont (1873 - 1932), que inventou o avião e do físico César Lattes (1924 - 2005), que foi codescobridor do méson-tt, descoberta que levou Cecil Frank Powell (1903 - 1969), líder da pesquisa, ao Prêmio Nobel de Física de 1950.
No Maranhão, o professor citou o cientista Joaquim Gomes de Souza (1829 - 1864), mais conhecido como Souzinha, considerado por muitos o maior representante das ciências exatas do Brasil, pois suas equações lineares levaram às descobertas de Netuno e Urano.
Além desses nomes, o país também pôde se orgulhar de importantes mulheres na ciência, como Elisa Frota Pessoa (1921 - 2018), que foi uma das pioneiras da ciência no Brasil e fundou o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas; e Maria Beatriz do Nascimento (1942 - 1995), historiadora e ativista dos direitos humanos, considerada uma das grandes pesquisadoras dos estudos étnicos no país.
Visitas ao Espaço da Ciência e do Firmamento durante da Feira das Profissões - 22/09/2022
Espaço da Ciência e do Firmamento - Planetário
No Planetário você terá acesso a todas essas informações e poderá interagir com vários experimentos científicos e exposições. O Espaço é aberto ao público em geral e também realiza observações astronômicas. Confira toda a programação no Instagram do espaço. O Espaço da Ciência e do Firmamento - Planetário está aberto para visitação, faça seu agendamento enviando um e-mail para planetario@ufma.br.
Por: Bruno Goulart
Fotografias: Bruno Goulart
Produção: Sansão Hortegal