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Pesquisa do Colun transforma espaço escolar em laboratório de agroecologia

publicado: 23/07/2025 20h09, última modificação: 23/07/2025 20h09
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Entrar no cenário da Iniciação Cientifica ainda no ensino médio é uma significativa ação que beneficia desde o processo de desenvolvimento do conhecimento até a orientação vocacional. Seguindo essa perspectiva, o Colégio Universitário (Colun), da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), estimula iniciativas que reúnem os saberes sustentáveis, científicos e acadêmicos, como o projeto “Quintal Agroecológico do Colun: conectando ciência, educação e sustentabilidade no ambiente escolar”, formado por estudantes do curso de Meio Ambiente. 

A proposta surgiu em 2012, com a transformação de um ambiente subutilizado do colégio em um local vivo de aprendizagem, possibilitando o contato e as práticas com o meio ambiente. Docentes, estudantes e técnicos atuam de forma colaborativa para a preservação e evolução do espaço. A iniciativa fortalece os objetivos do Colun: funcionar como campo de experimentação pedagógica para o aprimoramento contínuo da Educação Básica, inserido na rede de Colégios de Aplicação.

Segundo a mediadora dos projetos produzidos no Quintal Agroecológico e professora de Biologia do Colun, Ana Carolina Neri, a agroecologia possibilita uma nova forma de relação com a natureza. “A Agroecologia vai além de técnicas agrícolas sustentáveis. Ela é, sobretudo, um campo do conhecimento que propõe uma nova forma de se relacionar com a natureza, com a alimentação e com as pessoas. Envolve princípios de diversidade, cooperação, respeito aos saberes tradicionais e justiça social. No contexto escolar, ela se manifesta como uma abordagem pedagógica potente, capaz de integrar ciência, cultura e cidadania”, ressalta. 

A escuta ativa, o diálogo e a valorização das curiosidades e habilidades dos estudantes são atividades que fomentam o processo de orientação. A iniciativa é caracterizada pelo trabalho em equipe e pela distribuição de responsabilidades que resultam na pesquisa em campo, na escrita científica, no uso de ferramentas digitais e na produção de materiais educativos, além do protagonismo estudantil fortalecido pela percepção dos impactos que as ações desenvolvidas proporcionam a sociedade.

“Foi um trabalho em equipe, alunos de 1°, 2° e 3° do curso técnico em meio ambiente realizam esse trabalho todas as sextas pela manhã, ficamos divididos em áreas no jardim, mas todas elas trabalham em conjunto. A experiência foi transformadora, puderam-se entender as diferenças entre as plantas, conhecer plantas novas além de aprender técnicas de manejo para cuidar delas”, compartilhou a estudante do Colun e pesquisadora do Programa Institucional de Iniciação Científica no Ensino Médio (PIBIC-EM), Grazyelly Luz. 

Estudos e práticas em agroecologia: desenvolvimento e fenologia de plantas meliponícolas

O trabalho tem o intuito de estudar a evolução e a fenologia de espécies de plantas cultivadas: acompanhando o desenvolvimento e os eventos de produção de folhas, floração e frutificação de espécies de plantas meliponícolas e de plantas cultivadas em sistema agroflorestal; registrando e identificando visitantes florais presentes no espaço e propagando o pensamento agroecológico no Colun e a essência de jardins para a manutenção da biodiversidade local.

Levantamento bibliográfico, troca de experiências com agricultores locais e experimentos são metodologias aplicadas para o estudo, o cultivo e o monitoramento das novas espécies de plantas que poderão ser cultivadas no Quintal. Os benefícios do cronograma será tanto para o progresso do espaço ambiental quanto no enriquecimento do aprendizado cientifico do estudantes, como afirma Grazyelly Luz. “A importância de ter esse contato desde o ensino médio é de um possível interesse na área científica, além de estimular o aluno a entender mais sobre o assunto e prosseguir na área durante a vida adulta e também complementar o aprendizado, tal como o entendimento sobre as plantas, entender cuidados que devem ser mantidos com elas, o trabalho em equipe e a estimulação do contato com a natureza”, frisa. 

A próxima etapa da iniciativa será a produção de um guia virtual didático com as informações sobre a origem, os usos e a essência ecológica das plantas presentes no Quintal. A ação busca a expansão do acesso ao conhecimento gerado pelo Projeto.

Para Ana Carolina Neri, a iniciação científica é fundamental na formação dos estudantes, e a aplicação do projeto possibilita o desenvolvimento sustentável no ambiente acadêmico e social. “Projetos científicos no Ensino Médio despertam a curiosidade, o pensamento crítico e a capacidade de investigar o mundo ao redor. Eles contribuem para a formação integral dos estudantes, oferecendo oportunidades de aplicar os conhecimentos de forma prática e contextualizada. Além disso, estimulam o protagonismo juvenil e a autonomia diante dos desafios contemporâneos. O projeto contribui para a construção de uma cultura de sustentabilidade na escola e na Universidade, promovendo a integração entre ensino, pesquisa e extensão. Ele fortalece vínculos com a comunidade, por meio da distribuição de produtos agroecológicos, estimula práticas de cuidado com o meio ambiente e valoriza saberes tradicionais e científicos. Socialmente, o Quintal Agroecológico é um espaço de acolhimento, formação e pertencimento, onde diferentes sujeitos aprendem, trocam e constroem conhecimento de forma colaborativa”, finaliza.

O Projeto Quintal Agroecológico é uma ação que fortalece a iniciação científica, pois a atividade permite o investimento no futuro dos estudantes e uma formação mais completa relacionada ao meio ambiente. O PIBIC-EM é uma iniciativa que democratiza o acesso à pesquisa, promove um espaço para o desenvolvimento acadêmico, prepara a juventude para perspectivas desafiadoras e estimula o desenvolvimento científico e tecnológico do nosso estado.

Por: Aline Vitória

Produção: Sarah Dantas

Fotos: Mariane Rodrigues – Colégio Universitário

Revisão: Jáder Cavalcante

Divulgação: Paulo Miranda

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