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I Feira Cultural do projeto GLOBE é realizada na Cidade Universitária

publicado: 26/05/2025 07h29, última modificação: 26/05/2025 07h29
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Com o objetivo de promover descobertas e experiências científicas, a Universidade Federal do Maranhão (UFMA), por meio do Núcleo de Pesquisa Baites, realizou, na tarde dessa quarta-feira, 21, a I Feira Cultural Globe Steam Permanente – Vivências científicas, tecnologias e sustentabilidade, no Espaço do Firmamento – Planetário, na Cidade Universitária.

A solenidade de abertura contou com a presença da gestão administrativa da UFMA, do Colégio Universitário, dos integrantes do Baites e dos alunos do Colun. Logo após, os resultados do projeto foram apresentados para toda a comunidade acadêmica pelos alunos do Colégio Universirátio (Colun), que desenvolveram os protocolos.

A iniciativa integra o programa Global Learning and Observations to Benefit the Environment (GLOBE), criado pela NASA em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB). Trata-se de um programa internacional de ciência e educação ambiental voltado à pesquisa e à coleta de dados sobre o meio ambiente, presente em 126 países. 

Na UFMA, o projeto é desenvolvido por pesquisadores de diversas áreas do conhecimento, com o intuito de promover a integração entre ensino, pesquisa e extensão nas escolas da rede básica de ensino. No Maranhão, a iniciativa contempla instituições de ensino dos municípios de São Luís, Alcântara, Pinheiro e São Bento.

“Nós formamos uma equipe diversificada de pesquisadores da área das ciências exatas, humanas e das engenharias e trabalhamos baseados nos protocolos da NASA. A partir disso, criamos vários projetos de pesquisa. Um projeto de pesquisa interessante que fizemos foi a construção de um sistema de simulação via CFD na qual a gente consegue determinar o nível de poluição por particulados na atmosfera de São Luís. Temos projetos também que visam produzir biopesticidas para o controle de larva de mosquitos da dengue e fazer um geoprocessamento desses dados, saber quais são os pontos de maior potencial de proliferação de mosquitos. O projeto tem toda uma amplitude referente a pesquisa, ensino e extensão”, explica o coordenador-geral do GLOBE na UFMA, Hilton Louzeiro.

Em São Luís, o GLOBE é aplicado no Colégio Universitário e no Centro de Ensino Liceu Maranhense. Para culminar a etapa desenvolvida no Colun, foi realizada a I Feira Cultural, com apresentação dos resultados dos trabalhos, bate-papo sobre o meio ambiente e apresentação cultural.

A I Feira Cultural teve por objetivo estimular a formação cientifica, a alfabetização ambiental e o protagonismo estudantil, sobretudo aos alunos do ensino fundamental e médio. 

Em seu discurso, o reitor da UFMA, Fernando Carvalho Silva, ressaltou o lugar de referência do Colégio Universitário. O reitor frisou aos alunos que projetos como o GLOBE fortalecem a formação cidadã e científica da comunidade acadêmica, contribuindo para uma UFMA de excelência. “O Colégio Universitário é um colégio de referência nacional, muito bem-avaliado e com uma formação bastante solidificada. O GLOBE é um projeto que visa, principalmente, à formação cidadã desses alunos, voltada para a área ambiental, na qual eles realizaram a coleta e análise de amostras ambientais. Os dados são enviados para uma plataforma da NASA, acessível a pessoas do mundo inteiro, o que é muito importante para a formação desses estudantes, que futuramente ingressarão na Universidade com uma base científica, contribuindo para a construção de uma UFMA de referência”, frisou.

GLOBE no Colun

No Colégio Universitário (COLUN), o projeto contemplou três protocolos: árvores, nuvens e monitoramento e controle de mosquitos. 

A implementação do Protocolo Mosquito teve por objetivo capacitar alunos e professores para identificar criadouros do mosquito Aedes aegypti, além de monitorar e combater sua proliferação. Já o Protocolo Árvores buscou promover a ciência cidadã por meio da participação ativa de estudantes, educadores e membros da comunidade na coleta e análise de dados científicos, educacionais e ambientais. Por fim, o Protocolo Nuvens teve como principal função registrar e enviar observações de nuvens feitas por cidadãos e estudantes, complementando os dados coletados por satélites. A iniciativa permite que os usuários contribuam para uma melhor compreensão da atmosfera terrestre, especialmente, no que se refere à formação e ao comportamento das nuvens.

A professora e pesquisadora responsável por aplicar o projeto no Colun, Geyse Corrêa, explica que os protocolos foram aplicados com capacitação dos alunos, uso do aplicativo GLOBE Observer e monitoramento ambiental, orientado por ela e por alunos de graduação da UFMA.

“O GLOBE é um projeto para estimular os alunos a fazer monitoramento ambiental e, principalmente, a consciência cidadã. Eles se tornam cientistas cidadãos por meio do uso do aplicativo GLOBE Observer. O projeto conta comigo, professora, e alunos de graduação da UFMA, que são voluntários e que participam do projeto de extensão. Nós fizemos a capacitação dos alunos, treinamento quanto ao uso do aplicativo e o monitoramento. Eles foram recorde. Lançamos um desafio e eles tiveram mais de 2 mil visualizações ambientais nos três protocolos estudados”, relata.

Lorena Rocha dos Santos, aluna do 2° ano do Colun, integrou a equipe do protocolo Árvores. Os estudantes monitoraram as árvores do Centro Pedagógico Paulo Freire da UFMA utilizando o protocolo de Circunferência de Árvores do GLOBE. “Nós analisamos algumas árvores do estacionamento do Paulo Freire, medimos a circunferência, o aplicativo dá uma média ali de qual a altura daquela árvore, nós também medimos a copa daquela árvore e tudo isso com o objetivo de trazer mais informações científicas. As árvores são importantes, e a minha parte, em específico, foi falar sobre a fotossíntese, que é um processo essencial para que haja vida no nosso planeta Terra. A fotossíntese e as árvores funcionam como consumidores de carbono, e é extremamente importante que a gente fale disso nos dias de hoje, porque as alterações climáticas estão ficando cada vez mais sérias. Se eu pudesse deixar uma mensagem, seria esta: que os seres humanos observassem as suas ações no meio ambiente e que cada pessoa pode, sim, ser um cientista cidadão, preocupado com o nosso ambiente”, salienta Lorena.

Para Lorena, a experiência de participar do projeto foi única. “Eu achei incrível! Se tivesse que resumir em uma palavra seria esta: foi uma experiência que eu jamais imaginaria participar de algo assim. O Colégio Universitário traz ótimas oportunidades para os alunos”, externa.

Já no protocolo Mosquitos, a primeira etapa envolveu o mapeamento dos focos de mosquitos dentro da escola. Utilizando o aplicativo GLOBE Observer, os estudantes fizeram coletas de amostras de água, identificaram larvas e registraram os dados com localização georreferenciada.

Além do monitoramento, foram promovidas ações práticas, como instalação de ovitrampas, remoção de recipientes que acumulam água e uso de larvicidas biológicos. Os alunos também foram capacitados para entender o ciclo de vida dos mosquitos e avaliarem fatores ambientais que contribuem para sua proliferação, como chuvas, calor e acúmulo de lixo.

Paula Nathalia França, aluna do 2º ano, integrou o grupo que estudou o protocolo Mosquitos e destacou que o projeto os transformou em verdadeiros cientistas cidadãos. “É muito gratificante, porque é um projeto que engloba muitos protocolos, e a gente consegue aprender muito. A parte de ser um projeto global também é algo bem importante. Me sinto muito honrada por participar desse projeto, e a gente pode até se considerar cientistas cidadãos. Isso é muito legal!”, expressa.

Com essa iniciativa, a UFMA se torna referência em educação ambiental no Maranhão, mostrando que a união entre conhecimento e prática pode gerar impactos positivos não só dentro da escola, mas em toda a comunidade.

Geyse enfatizou o encanto e a motivação dos alunos. Segundo a professora, eles estão cada vez mais interessados em fazer ciência após vivenciarem experiências proporcionadas pelo projeto. “É muito gratificante, porque a gente vê no rostinho deles os olhinhos brilhando. Vivenciaram coisas que não achavam que era possível. Eles estão bem encantados e felizes com o projeto. A cada dia que passa, estão muito engajados e motivados. Levamos os alunos aos laboratórios do CCET, e eles viram como os pesquisadores trabalham.  A partir disso, cada dia que passa, eles estão mais interessados em desenvolver ciência, que é esse o intuito do projeto”, conclui.

Por: Maria Clara Botentuit e Sarah Dantas

Fotos: Maria Clara Botentuit e Sarah Dantas

Revisão: Jáder Cavalcante

Divulgação: Paulo Miranda

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