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Harvard: Professora do Colun participa do Programa de Liderança Executiva em Desenvolvimento da Primeira Infância 2023, nos Estados Unidos

publicado: 25/08/2023 13h54, última modificação: 25/08/2023 13h54
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Dentre os dias 14 a 18 de agosto, a docente do Colégio Universitário (Colun) da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Fernanda Lopes Rodrigues, participou do primeiro módulo da 10ª edição do Programa de Liderança Executiva em Desenvolvimento da Primeira Infância 2023, na Universidade de Harvard, na cidade de Cambridge (EUA). O programa é iniciativa do Núcleo Ciência Pela Infância (NCPI) e conta com financiamento das fundações Bernard Van Leer, Maria Cecilia Souto Vidigal e Porticus América Latina, organizado em parceria com a Universidade de Harvard e Insper.

Seu principal objetivo é engajar gestores públicos, acadêmicos e outros representantes da sociedade civil em uma imersão que une múltiplos diálogos, relacionando desenvolvimento infantil, ciência e políticas públicas voltadas à primeira infância. A edição deste ano é voltada aos 40 participantes com perfil de liderança, que buscam proporcional melhores condições às crianças brasileiras e suas famílias.

A professora, Fernanda Lopes, explicou um pouco sobre sua participação no Programa, em entrevista cedida à Diretoria de Comunicação (Dcom), da UFMA.

Dcom: Como você conheceu o projeto e o que a motivou a participar?

Fernanda Lopes: Minha participação no Programa se deu devido aos estudos desenvolvidos no tema da infância quilombola. Participei, juntamente com outros membros do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab), da pesquisa “Infâncias quilombolas: vivências socioeducativas e relações étnico-raciais em comunidades urbanas e rural”, desenvolvida na comunidade quilombola Jacareí dos Pretos, localizada em Icatu. A pesquisa resultou da parceria entre o Neab e o Instituto Amma Psique e Negritude, inserida em uma proposta de pesquisa em rede em torno da temática Relações étnico-raciais e Primeira Infância, cabendo, ao Núcleo, presentificar um cenário da infância negra quilombola do território maranhense. O financiamento da pesquisa foi concedido pela Fundação Pórticus que, após análise curricular e entrevista, identificou que eu possuía o perfil desejado para participar do Curso e indicou meu nome para composição da turma.

Dcom: Como essa realização contribui para sua vida pessoal e carreira profissional?

Fernanda Lopes: Após o convite, avaliei que minha participação no curso seria de grande relevância profissional e acadêmica, na medida em que teria acesso aos estudos sobre as políticas para primeira infância e às alternativas metodológicas para fomentar intervenções mais efetivas no que tange à primeira infância quilombola. Além disso, minha participação no Programa viabilizaria o contato com profissionais e setores do poder público para colaboração, diálogo e constituição de uma rede de troca de experiência e afinamento do debate que, com certeza, favorecerá minha atuação no que tange à primeira infância quilombola.

No âmbito pessoal, estar na Universidade de Havard, especialmente a visita ao Instituto de Pesquisa W. E. B. Du Bois, onde se concentram os estudos e pesquisas africanos e afro-americanos, estimulou-me a retomar os estudos visando ao ingresso no doutorado. Foi uma experiência motivadora, além de me aproximar de pessoas que desenvolvem pesquisas sobre a questão quilombola e das relações étnico-raciais, no âmbito nacional e internacional. Particularmente fiquei com os olhos brilhando diante da representatividade das mulheres com as quais convivi, especialmente com a Profa. Dra. Márcia Castro. Por fim, o fato do convite ter se dado com base no meu perfil enquanto pesquisadora foi extremamente satisfatório, já que é uma forma de reconhecimento da minha trajetória acadêmica e profissional.

Dcom: Deixe um recado final para os leitores e leitoras

Fernanda Lopes: Meu recado, especialmente às meninas e mulheres, é que não desistam dos seus sonhos. Sou mãe de um menino de dez anos e, por vezes, o peso da maternidade me fez descrer em minhas potencialidades e na minha capacidade de retomar à vida acadêmica. Não desistir dos objetivos e poder contar com familiares e amigas no meu maternar foi essencial para recomeçar minha atividade no âmbito da pesquisa e viabilizar o convite para participação no Programa. São muitos os obstáculos para se estabelecer no campo acadêmico, quando a mulher, além de pesquisadora, é mãe. Esses obstáculos não podem nos parar. Ao tempo em que lutamos por mudanças estruturais e políticas que viabilizem nosso direito ao maternar e à atuação acadêmica, precisamos manter viva a esperança e a fé em nós mesas e em nossa capacidade.

Por: Júlio César

Produção: Bruna Castro

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