Notícias
Engenharia de Transportes: saiba mais sobre o novo curso da UFMA
O Curso de Engenharia de Transporte é fruto da parceria entre diversas empresas, como a Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap) e órgãos como o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e a UFMA, com objetivo de formar recursos humanos para atender a área de transporte no Maranhão. O curso é uma das, agora seis, engenharias oferecidas pela Universidade, no segundo ciclo do Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia (BICT), no Câmpus São Luís.
A ideia da criação do curso, os impactos gerados, tanto no âmbito regional e nacional, além do que faz o engenheiro de transporte, suas áreas de atuação foram questões abordadas na entrevista exclusiva cedida pela professora Alana Gandra Lima de Moura, do corpo docente do curso, à Diretoria de Comunicação (DCom) da UFMA. Confira!
Dcom: Como surgiu a iniciativa de implantação do curso?
Alana de Moura: Hoje, todos os cursos de engenharia de transporte se situam na região sudeste, e há um interesse no desenvolvimento da margem equatorial brasileira, que é uma área com um importante potencial petrolífero e para o desenvolvimento regional e nacional. O Maranhão está centralizado nessa área, mas para explorá-la precisamos de infraestrutura para atrair as empresas, por isso, se faz necessário formar recursos humanos qualificados para isso.
Dcom: Quais são os objetivos do curso?
Alana de Moura: Como explicado no nosso projeto pedagógico, o curso tem o objetivo de formar profissionais habilitados para atuar nos segmentos do mercado de transportes, seja portuário, ferroviário, aquaviário ou rodoviário. A ideia é ser multimodal e intermodal, com disciplinas voltadas a cada uma dessas modalidades e posteriormente a junção dessas.
Dcom: A importância do curso para o Maranhão e como o curso impacta nos âmbitos nacionais e regionais?
Alana de Moura: Perpassando os impactos na própria cidade, a atuação se estende por toda a área de escoamento do Porto Itaqui, no que chamamos de hinterlândia, que compreende todo o Maranhão e Tocantins, além de áreas do Piauí, Bahia, Pará, Mato Grosso e Goiás, por vias ferroviárias e rodoviárias, que são nossa área de atuação. Além disso impacta também na criação de malha férrea aqui na região norte e nordeste, uma vez que essa se concentra quase que totalmente na região sudeste.
Dcom: O curso será vinculado ao segundo ciclo do Bacharelado Interdisciplinar de em Ciência e Tecnologia (BICT)? Qual a duração do curso?
Alana de Moura: O curso abrange o último ano do bacharelado, no que chamamos de núcleo tecnológico, no qual os alunos concluem as disciplinas gerais e fazem a escolha das especificas, tendo contato com várias engenharias. Nesse período disponibilizamos algumas disciplinas a esses alunos como Fundamentos da Engenharia de Transporte, Gestão de Projetos em Engenharia de Transportes, Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento, para apresentar aos alunos um pouco da base do curso. Após esse período, no segundo ciclo, eles podem ingressar na Engenharia de Transportes, somando ao final 10 períodos.
Dcom: Onde serão as instalações do novo curso?
Alana de Moura: A parte presencial do curso está no prédio de BICT, mas nosso curso será realizado de modo presencial com componente ministrados de maneira virtual, com cerca de 40% do curso sendo ministrado por ensino a distância, mas bem diferente do ensino remoto trazido pela pandemia. Os professores passarão por capacitação e todo plano de estudo passará por uma análise de eficiência para torna-lo viável aos nossos discentes, de forma a economizar tempo que pode ser aplicado em várias outras coisas da formação.
Dcom: O curso foi criado a partir de uma parceria entre empresas maranhenses, órgãos governamentais e UFMA, quais vantagens disso para os discentes?
Alana de Moura: O curso foi idealizado por meio de parcerias, não só com a Emap, mas como o MCTI, a GARP e diversas outras empresas. Mas, pelo menos na Emap, é certo que, pela demanda de profissionais na área, os discentes da primeira turma já possuem vagas de estágio garantidas pela empresa. Com as outras é possível a disponibilização, mas ainda não são garantias.
Dcom: O que você aprende no curso de engenharia de transportes?
Alana de Moura: A engenharia de transportes lida diretamente com planejamentos, projetos, construções, operações e manutenção de sistemas de transporte, como estradas, rodovias, ferrovias, aeroportos, portos, metrôs e sistemas de transporte público em geral. Então, preparamos nossos discentes para saber lidar com planejamento de transportes além de projeto de infraestrutura, gerenciamento de tráfego modal e multimodal, análise de impacto ambiental e como lidar com o ambiente, além de leis e normas.
Dcom: Em que áreas o profissional formado poderá atuar? Quais são oportunidades de trabalho?
Alana de Moura: Como todo curso de engenharia, as áreas de atuações são muito diversas. O engenheiro de transportes pode trabalhar em indústrias e empresas no planejamento, gestão e execução de projetos do setor de transportes, na infraestrutura portuária, aquaviária, ferroviária ou rodoviária, ajudando no gerenciamento dos sistemas de coordenação da logística e operacionalização do setor de transporte. Também em serviços de instalações referentes à infraestrutura dos modais, em organizações regulamentadoras, que é voltado para inspeção do setor de transportes, fiscalização, certificação, inspeção de conformidade e inspeção de navegabilidade, avaliação de impactos ambientais e segurança do trabalho. Além de naturalmente em órgãos públicos, no planejamento, estudos, coordenação e gerenciamento desses e em instituições de ensino, além de diversas outras.
Dcom: O curso pode se relacionar a outras engenharias em um contexto mais interdisciplinar? Como?
Alana de Moura: O curso se liga muito ao emprego das tecnologias da informação, que se apresenta como uma das diferentes maneiras de favorecer o processo de ensinar e aprender, além de também ser bastante necessário na própria prática do engenheiro, uma vez que tudo é virtual hoje em dia. Além disso, o curso lida com a inclusão de disciplinas importantes da economia, meio-ambiente e direito, que irão proporcionar aos discentes uma visão estratégica do setor, para priorizar o desenvolvimento planejado e sustentável. Os discentes, também por demandas da atuação, são incentivados para a participação de diversos programas da universidade, bem como eventos científicos e de extensão, como cursos de inglês, programação e empreendedorismo.
Dcom: Quais são os principais desafios enfrentados pelos engenheiros de transportes atualmente?
Alana de Moura: Pela demanda de profissionais na área, o grande entrave para os alunos é somente a formação no curso. É uma área que carece de profissionais habilitados, carência essa que ainda vai perdurar por algum tempo.
Acompanhe mais informações sobre o Curso de Engenharia de Transportes aqui.
Por: Juan Terra
Produção: Ingrid Trindade