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Colação de Grau em Bacabal é marcada por emoção e histórias de superação

publicado: 11/10/2022 08h04, última modificação: 11/10/2022 08h04
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"Sou filha de costureira e de pintor. O que minha mãe sempre me ensinou procurei passar para os meus filhos. Ela dizia que a coisa mais importante da vida são os estudos, porque, se tivermos conhecimento, não deixaremos ninguém passar por cima da gente”. Essa afirmativa é de Giovanna Samboia, que recebeu o grau em Letras-Português, na quinta-feira, 6, em solenidade realizada no Centro de Ciências de Bacabal.

Para ela, foi um momento desafiador. Ingressou na Universidade aos 49 anos e, com 54, recebe o diploma de licenciada. “Esse é um momento único para mim, justamente por minha trajetória universitária não ter sido fácil, por eu ter entrado com uma idade superior à dos meus colegas de turma, que, em sua maioria, era entre 16 e 17 anos. Tive muitas dificuldades por causa dessa diferença, inclusive no envolvimento com os colegas da turma. No curso, encontrei professores maravilhosos que sempre me deram força e apoio para que eu nunca desistisse”, contou.

Natural do Ceará, Giovanna, que reside em Bacabal há 24 anos, lembrou a árdua jornada que percorreu, principalmente, por conta do período da pandemia. “Tivemos muitas perdas na família, então pensei em desistir, mas meus professores nunca deixaram que eu desistisse. Agradeço muito a eles eu estar aqui neste momento”, comemorou.

Para ela, os maiores incentivadores de ter alcançado esse momento sublime foram seus filhos, que já são formados, e um deles já cursa até doutorado em São Paulo. “Tenho dois filhos que já são ambos formados. Vendo o sucesso deles, pedi a Deus uma chance para eu me formar também. Fiz o Enem, e passei logo de primeira. Ninguém acreditava que eu iria passar, mas eu disse que 'eu vou passar porque eu quero', e passei. Por isso eu digo: 'Nunca desista dos seus sonhos'”, enfatizou Giovanna.

O momento da colação de grau é sempre marcante e que emociona a todos, como foi o caso da formanda Ednilma Cruz Gomes, do curso de Ciências Humanas – Sociologia. Sem palavras para se expressar, ela afirma ter sido a realização de um grande sonho. “Eu pensava que nunca iria chegar, foi tão difícil a trajetória, mas o importante é que consegui e estou tão feliz por essa etapa que passei na vida. Meus planos, agora, são dar aula na minha área de formação e fazer concurso para buscar uma estabilidade financeira”, disse.

O reitor Natalino Salgado presidiu a solenidade e conferiu aos 24 formandos o grau de licenciados em Ciências Humanas – Sociologia, Ciências Naturais – Biologia, Ciências Naturais – Física, Educação do Campo – Ciências Agrárias, Educação do Campo – Ciências da Natureza (Matemática) e Letras – Português.

Em seu discurso, o reitor aconselhou os formandos a estabelecerem metas e se cercarem daqueles que olhem na mesma direção. “Sejam positivos. Não se deixem abater pelas dificuldades, principalmente num cenário que mostra que os desafios educacionais ainda são gigantescos. O analfabetismo e a exclusão social ainda envergonham nossos índices no país, e cabe a cada um de nós e ao poder público lutar bravamente para que esses dados sejam um dia apenas um passado triste e esquecido”, afirmou.

Ele ainda completou dizendo que olhar em retrospectiva pode ensinar muitas lições. “O que parece impossível pode ser, até que alguém acredite de todo coração que pode ser feito. Aonde chegamos é um bom sinal para onde iremos e o que seremos capazes de realizar. Sabemos o caminho. Aprendemos com os desafios, que nos tornaram mais fortes e maiores”, enfatizou o reitor.

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O paraninfo oficial, professor Wendel Silva dos Santos, do curso de Letras – Português, falou que os desafios encontrados, ao longo da jornada, foram grandes, mas que agora se formam na maior instituição de ensino do estado, uma das maiores da região e do país. “Tenham muito orgulho disso e carreguem esse orgulho pelo resto da vida de vocês, ainda que percorram outros caminhos. Esta Universidade ainda terá sua parcela de contribuição nisso. Como aluno formado nesta Universidade, carrego isso em mim”, disse.

Para encorajar os formandos e orientar-lhes em sua nova jornada, ele deixou algumas dicas e ainda frisou: “Usem-nas se acharem por bem necessário”.

Número um: Sejam simples sempre: aonde quer que cheguem, aonde quer que vão, quão poderosos ou importantes vocês venham a ser, vocês ainda serão os mesmos, os do primeiro amor. Não se tornem arrogantes, prepotentes, corações endurecidos, mantenham a capacidade de se emocionar, de se encantar. Sejam gentis. Por favor, sejam gentis. Cultivem gentileza.

Número dois: Mantenham a capacidade de reconhecer que o sucesso é um produto da coletividade. Nunca individual. Não há graus de importância nas tarefas. Não há pessoas invisíveis na solução de problemas, nem na conquista de um resultado. Portanto reconheçam a importância de cada pessoa que cruzar o caminho de vocês. Não se esqueçam de que vocês serão responsáveis pela construção das histórias de muitas pessoas. Vocês serão responsáveis pela manutenção dos sonhos de muitos jovens e adultos. Não deixem que as pressões cotidianas os impeçam de observar talentos, nem de ajudar a despertar sonhos naqueles que não enxergam em si potencial de vitória.

Número três: Deem dignidade aos seus próprios sonhos/planos. Avaliem a sua trajetória de tempos em tempos. Tenham coragem e disposição para isso. Revejam e superem seus modelos. Superem possíveis erros. Perdoem a si mesmos de modo constante. Nem tudo está sob nosso controle. Nem todas as decisões dependem direta ou unicamente de nós. Algumas vezes podemos propor saídas, mas às vezes isso não é possível.

Criem as suas próprias trajetórias. Os nossos modelos tradicionais (pais, amigos, amigas, irmã ou irmão mais velhos, tio, tia, professora, professor) nem sempre nos servem. Rompa se for necessário. Às vezes, ao contrário, são tão bons que seguimos tal e qual a trajetória deles; mas vejam: é a trajetória deles! Procure a sua própria estrada e a asfalte ao seu modo. Mas vejam, sem perder de vista o item dois: a gentileza, o respeito e a dignidade à pessoa do outro, o reconhecimento do outro.

Número quatro: não permitam que as pessoas coloquem vocês em posições que não achem que deveriam estar. Não deixem que as pessoas rotulem o que vocês são ou que acham que deveriam ser. Sejam autênticos. Levem para a vida o fato de que só vocês mesmos podem se destruir como pessoa ou como profissional. O caminho é árduo, a luta é diária, mas apenas vocês mesmos podem dizer quem são vocês são e determinar o que as pessoas podem ou não dizer a respeito de vocês mesmos. Tenham constantemente momentos de gentileza com vocês e deem dignidade aos seus sentimentos.

Para falar em nome dos demais formandos, subiu ao palco a estudante Milena Salazar Ferreira, do curso de Ciências Naturais – Biologia, oradora oficial.

Reunião com Servidores

Momentos antes de iniciar a solenidade de colação de grau referente ao primeiro semestre de 2022 do Centro de Ciências de Bacabal, o reitor Natalino Salgado, acompanhado da sua comitiva — o vice-reitor, Marcos Fábio Belo Matos; o pró-reitor da Ageufma, Fernando Carvalho Filho; a pró-reitora de extensão, Zefinha Bentivi; a pró-reitora de gestão de pessoas, Marília Valente; e representantes do Sintema e do DCE — esteve reunido com os docentes e técnicos do câmpus a fim de receber demandas e principais dificuldades encontradas e, de alguma forma, buscar soluções que contribuam para a expansão e evolução do câmpus.

por: Sansão Hortegal

Revisão: Jáder Cavalcante

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