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Câmpus de Chapadinha realiza colação de grau em clima de forte emoção e esperança no futuro

publicado: 30/09/2022 15h42, última modificação: 30/09/2022 15h42
O evento foi o primeiro em formato inteiramente presencial realizado em um câmpus do continente após a pandemia
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Toda colação de grau é marcada pela emoção e expectativa em relação ao futuro. Mas quando isso ocorre dois anos e meio após uma pandemia, que causou grandes perdas, separou alunos e professores e trouxe de volta a incerteza, então o ritual ganha um sentido especial, e o sentimento fica à flor da pele. Foi isso que se viu nesta quinta-feira, 29, no Centro de Ciências de Chapadinha, quando 74 discentes dos cursos de Agronomia, Ciências Biológicas, Engenharia Agrícola e Zootecnia receberam a outorga do grau referente ao primeiro semestre de 2022.

A solenidade foi marcada por recordações de momentos de dificuldades, desafios e superação vividos pelos estudantes ao longo dos últimos anos. Histórias de vida emocionantes, como a do aluno Eduardo José de Sousa, que aos 66 anos se formou em Zootecnia. Seu Eduardo, como é conhecido, é pai de três filhos – um homem e duas mulheres. Atualmente mora no município de Brejo, mas vivia no estado do Pará com família, até que se mudou para o Piauí com o propósito de estudar. Depois que os filhos se formaram, a família decidiu que era a hora de Eduardo também seguir o mesmo caminho. Em 2026, ele fez o Enem e conseguiu ingressar no Câmpus de Chapadinha, no curso de Zootecnia, área que já trabalhava, mas que, em sua visão, não tinha o conhecimento científico. “Deus me deu o privilégio de vir para esta universidade. Estudei aqui seis anos e agora aquilo que eu aprendi eu vou levar para a vida e para a sociedade”, disse.

Seu Eduardo também falou das dificuldades que enfrentou. “Teve momentos que eu pensei em desistir do curso, mas pude contar a ajuda de alguns professores e colegas de sala de aula. Eles são uma grande bênção na minha vida”, enfatizou. Depois dessa caminhada, seu Eduardo já tem novos planos para o futuro: quer se especializar em fabricação de ração e reprodução animal.

Outro exemplo de superação é o do aluno Antônio Emanuel Souta Veras, 24, do curso de Engenharia Agrícola. Ele sofre de uma doença conhecida cientificamente como acromatopsia, ou cegueira de cores, que o impede de observar outras cores além de preto, branco e alguns tons de cinza. Em função disso, conta que teve muita dificuldade e foi obrigado a estudar em dobro para poder acompanhar o ritmo da turma. O trabalho de conclusão de curso foi, para ele, o momento mais difícil, que exigiu um esforço muito grande. Segundo Antônio Emanuel, o apoio da professora Kamilla Andrade nessa fase foi fundamental: “Ela sempre me apoiou e demonstrou confiança, e isso me dava segurança em relação ao trabalho que estava desenvolvendo”.

Vencida a batalha, Eduardo não esconde a gratidão: “Me sinto muito feliz porque consegui realizar meu sonho. Consegui vencer essa batalha difícil e chegar até aqui. Estou muito agradecido a Deus, a minha família e a todos os professores do curso”.

Felicidade estampada também na face do senhor Jean Cleber Ferreira de Sá, pai do aluno Joaires Moreira de Sá, do curso de Agronomia. “É uma satisfação muito grande. Um privilégio você ver um filho concluindo uma faculdade. É uma alegria muito grande em nossos corações, não só meu quanto da mãe e dos familiares em geral”, exaltou.

A cerimônia de colação do CCCh foi presidida pelo vice-reitor da Universidade Federal do Maranhão, professor Marcos Fábio Belo Matos, que representou o reitor Natalino Salgado. Em seu discurso, Marcos Fábio chamou a atenção para a importância da retomada dos trabalhos presenciais na UFMA pós-pandemia e agradeceu, em nome do reitor Natalino Salgado e de toda administração superior, o esforço dos diretores de Centro, coordenadores, professores e técnicos administrativos dos câmpus da capital e do interior durante esse período da covid-19.

O vice-reitor também destacou o papel da universidade como fator de transformação na vida dos estudantes. “Nós ficamos muito contentes quando conseguimos perceber a importância que a UFMA tem na vida dos jovens. Em todos os lugares por onde passamos, conhecemos histórias de pessoas que transformaram a vida por conta da universidade. E esse é o papel da UFMA: formar as pessoas, técnica e humanamente. Contribuir para que o aluno, ao receber o diploma, possa vislumbrar um horizonte em sua vida”, enfatizou.

A professora Kamilla Andrade de Oliveira, do curso de Engenharia Agrícola, foi a paraninfa oficial da solenidade, representando todos os docentes da Instituição. Ela enfatizou a importância do evento e realçou os desafios que os alunos terão agora como profissionais: “Vocês hoje são apresentados à sociedade como profissionais, cujo maior desafio será aumentar a produção e minimizar as desigualdades, avançar no conhecimento e garantir o acesso à informação, gerar tecnologia, contribuir para criar um país forte e independente, utilizando os conhecimentos aqui adquiridos nos investimentos que a sociedade depositou em cada um de vocês”, disse.

O estudante de Zootecnia, Antônio Bruno Magalhães Lima, orador que representou todos os alunos na solenidade, relembrou as histórias vividas por ele e seus colegas, que saíram de outros lugares e sacrificaram suas vidas para estudar. Para ele, apesar das dificuldades, o momento representa uma vitória. “É olhar para trás e ver que vencemos”, pontuou.

Já o diretor do Câmpus de Chapadinha, Marcos Bonfim, recordou o período da pandemia e as dificuldades enfrentadas pela universidade para manter suas atividades. “Sei que não foi fácil para ninguém enfrentar esse período da pandemia, mas os grandes vitoriosos dessa passagem são vocês, alunos, que chegaram até aqui com êxito”, proferiu. O diretor terminou seu discurso citando o caso do aluno Eduardo como um exemplo de resiliência, arrancando aplausos calorosos de todos os presentes.

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Também participaram da mesa diretora da solenidade a professora Marizélia Furtado de Farias, coordenadora do curso de Agronomia; o professor Regis Catarino da Hora, coordenador do curso de Ciências Biológicas; a professora Ismênia Ribeiro de Oliveira, coordenadora do curso de Zootecnia; o professor Jordânio Inácio Marques, coordenador do curso de Engenharia Agrícola e o diretor do Câmpus de Chapadinha, Marcos Antônio Delmondes Bonfim.

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