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Segunda do Português: "Aedes aegypti"

publicado: 02/08/2021 19h19, última modificação: 02/08/2021 20h49

Aedes aegypti

 

Nestes tempos de coronavírus ameaçando a população global, pouco tem se falado da dengue e de seu vetor, o mosquito Aedes aegypti, que, no nosso Maranhão, chamamos mesmo é de “muriçoca”, com exceção, é claro, dos biólogos e cientistas da área, que sabem diferenciar as espécies, que, no caso do Aedes aegypti , tem o corpo listrado.

Mas, como o assunto desta coluna é a Língua Portuguesa, e não a Biologia, vamos direto ao ponto a ser abordado, que é a pronúncia do nome do mosquitinho.

A maioria das pessoas pronuncia / a-é-des /, o que é justificável, uma vez que o nome começa com AE. Mas essa pronúncia está errada, e, para explicar mais facilmente, vamos buscar a fundamentação no Latim.

A palavra “aedes”, em Latim, significa “casa”, “prédio”, portanto Aedes aegypti significa “casa do Egito”, país no qual se encontrava o tal inseto em abundância. Na verdade, em Latim, a grafia é Ædes ægypti. Observe essa letra latina formada por duas vogais agarradas (caractere que não existe na Língua Portuguesa) e, embora apareça primeiro a vogal A e depois a vogal E, não se deve pronunciar a vogal A, e, sim, a vogal E.

Portanto a pronúncia correta é / é-des /, não / a-é-des /.

Com a mesma letra latina, temos o antropônimo “Cæsar”, cuja pronúncia é / tché-sar /.

Em português, com o radical “ædes” (casa, prédio), temos as palavras “edificar”, “edificação” e “edifício”, por exemplo, o que vem a reforçar que não se pronuncia a vogal A inicial.

 

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Revisão: Jáder Cavalcante