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Webinário “O canto das mulheres negras: práticas de cuidado” debateu assuntos sobre etnicidade e ancestralidade, com transmissão no Canal Institucional da UFMA no Youtube

publicado: 30/08/2021 19h36, última modificação: 30/08/2021 19h54
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O Canal Institucional da UFMA no Youtube transmitiu, na segunda-feira, 23, o webinário “O canto das mulheres negras: práticas de cuidado”, apresentado pela professora Regina Marques, do Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). O evento faz parte do “Projeto Interinstitucional: Vozes contra os Genocídios”. O programa é resultado de reuniões da UFMA e várias outras instituições, como o Museu do Holocausto.

A professora Regina discutiu assuntos sobre etnicidade e ancestralidade, bem como apresentou músicas da cultura negra e fez uma interpretação dos versos à luz da psicologia. Segundo a professora, a luta negra afeta positivamente outras classes, pois essa é uma batalha comum por igualdade. “É um compromisso étnico e ético com a Terra, com essa integridade de pertencimento nesta casa, que é a casa humana. O corpo da humanidade é o planeta, e cuidar dele remete ao bem viver comum”, afirmou.

Entre outros temas, a professora tratou da importância da ancestralidade: do conhecimento passado de pessoa para pessoa na figura das parteiras, benzedeiras e mães negras que, nas aldeias, nas comunidades quilombolas, nos povoados de terreiros, cumpriam um papel semelhante ao que hoje é feito pela medicina e pela psicologia. “Antes da psicologia surgir como uma ciência de escuta, era nos colos das mulheres negras, no sentido de dar conselhos, daquela que vai fazer um chá, que vai ouvir, que vai sentar pra conversar, que as pessoas conseguiam uma sustentação, um cuidado emocional do ser humano”, destacou.

O evento teve como mediadora a professora Flávia Cristina Silveira Lemos, da Universidade Federal do Pará (UFPA), e a participação da coordenadora da “Rede institucional: vozes contra o genocídio”, a professora e pesquisadora em psicologia Dolores Galindo, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

Assista à transmissão completa:

Sobre a docente

A professora Regina Marques é psicóloga, com doutorado pela PUC São Paulo, pós-doutorado pelo Instituto dos Mundos Africanos da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris, onde realizou a pesquisa “Violência e território: saúde mental da população negra no Brasil e da diáspora africana”.

A professora tem uma longa produção em epistemologias africanas e atua no Mestrado em Relações Étnicas e Contemporaneidade da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), com várias publicações ligadas à saúde da população negra no Brasil, especialmente a saúde mental. É docente da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) desde 2009.

Saiba mais

Uma iniciativa pioneira no Brasil criou uma Rede Interinstitucional, que une organizações, coletivos e grupos sociais para discutir sobre genocídios. Baseada no evento histórico do Holocausto e de maneira transdisciplinar e interseccional, a proposta da Rede trabalha questões ligadas ao genocídio dos povos negros, quilombolas e de terreiro, bem como ao racismo religioso e aos territórios indígenas.

O projeto é organizado pelo Museu do Holocausto de Curitiba, pelo Instituto Brasil-Israel (IBI), pela Comunidade da Compreensão e da Restauração Ile Ase Sangoa (CCRIAS) e por três instituições acadêmicas: as universidades federais de Mato Grosso (UFMT) e do Maranhão, e a Universidade Estadual Paulista (Unesp). São parceiros o Povo Chiquitano, da terra indígena e aldeia Vila Nova Barbecho; a Associação da Comunidade Negra Rural Quilombo Ribeirão da Mutuca (Acorquinrim), o Coletivo Herdeiras do Quariterê; a Coordenação Nacional das Comunidades Rurais Quilombolas de Mato Grosso (Conac-MT); o Núcleo Interdisciplinar de Estudos Judaicos (Niej-UFRJ); a Comissão de Defesa da Igualdade Racial da OAB-MT; a Associação da Comunidade Quilombola Porto Calvário e o Observatório Cultural do Maranhão.

Confira a programação

Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail projetosgenocidios@gmail.com ou genocidios@museudoholocausto.org.br.

Por: Carlos Marques

Produção: Marcos Paulo Albuquerque

Revisão: Jáder Cavalcante

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