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Universidade mais empática e acessível
Acessibilidade é uma construção diária e coletiva. É com essa premissa que o Centro de Ciências Sociais da UFMA (CCSo), Cidade Universitária, junto da Comissão de Acessibilidade do CCSo, constrói, coletivamente, dia a dia, as formas de luta por mais estrutura e, sobretudo, contra o capacitismo dentro e fora da Universidade.
A Comissão reúne mais de 70 alunos com deficiência de diversos cursos do CCSo, como pedagogia, direito, comunicação (jornalismo, rádio e TV, e relações públicas), assistência social, biblioteconomia para dialogar e participar ativamente das discussões e mudanças por uma Universidade mais acessível e com empatia para todos. Na condição de diretora do Centro de Ciências Sociais (CCSo), a professora Lindalva Maia Maciel organizou a acolhida e homenagem aos egressos e atletas, com almoço e uma programação construída com e para eles.
“Aqui, no CCSo, somos o Centro com maior número de matrículas de alunos com deficiência”, afirma a coordenadora da Comissão, professora Lindalva Maia. “Então, nós temos a deficiência como nossa pauta, principalmente, combatendo diariamente o capacitismo “Como se observa aqui, todos exercem fala e todos são protagonistas. Todos têm como pauta combater o capacitismo dentro do próprio centro da Universidade, no ônibus, nas praças, em todos os locais que eles estiverem”, ressalta.
O almoço foi uma oportunidade encontrada pelos membros da Comissão, que é também formada por esses alunos, para comemorar as colações de grau dos alunos Jeckson Ferreira, do curso de Comunicação Social, habilitação Rádio e TV, e Ronilson Almeida, também do curso de Comunicação Social, habilitação Jornalismo. Também foi celebrada a conquista do aluno do curso de História, do Centro de Ciências Sociais da UFMA, que também compõe e colabora com a Comissão, Valdimar Ferraez, que, junto ao seu time de futebol de cegos, conquistou medalha de bronze em campeonatos regionais.
O encontro da Comissão teve a presença dos alunos participantes, convidados, além da diretora de Acessibilidade, professora Maria Nilza Quixaba, do vice-reitor Marcos Fábio, da professora Isabel do Departamento de Biblioteconomia, que faz parte da Comissão; da pró-reitora de Extensão e Cultura (Proec), professora Zefinha Bentivi; da professora do Curso de Comunicação Social da UFMA, Li Chang Shuen; e a diretora de Pós-Graduação da UFMA (DPG), professora Flávia Nascimento. Presentes também os alunos de Biblioteconomia, Pablo Rafael Mendes e Débora Louzeiros; Kleudiane Campos, de Relações Públicas.
Conquistas
Valdimar Ferraez é deficiente visual e está no sétimo período do curso de história da UFMA, e atualmente compõe o time de cegos. Recentemente, o grupo conquistou medalha de bronze na Copa Nordeste de Futebol para Cegos em Petrolina, Pernambuco. Em breve, no mês de setembro, o time concorrerá ao Campeonato Brasileiro, série A, em São Paulo, que selecionou as 12 melhores equipes do Brasil e terá como participação atletas de países como Uruguai, Argentina e Chile.
“Para nós, essa conquista é muito importante. Então esse momento de encontro e celebração de nós, membros da Comissão, tem grande significado. A gente fica mais próximo um do outro, não só os deficientes visuais, mas todos os outros com deficiência. É um momento muito importante não só para gente que é deficiente, mas para as pessoas que quiserem participar e ajudar na causa”, disse.
Ciência contra o capacitismo
Os alunos Jeckson Ferreira, do curso de Comunicação Social, habilitação Rádio e TV, e Ronilson Almeida, também do curso de Comunicação Social, habilitação Jornalismo, colaram grau em 2023 e 2022, respectivamente. Em seus Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC), o desenvolvimento do trabalho científico contra o capacitismo.
“O meu tema de TCC foi sobre acessibilidade digital e audiodescrição na TV UFMA e teve muito a ver com um projeto de iniciação científica, no qual a professora Josie Bastos me convidou para participar. A partir dessa experiência que eu tive no projeto, eu construí a minha monografia, com orientação da professora Flávia Moura’, explicou Ronilson Almeida.
O discente Jackson Ferreira abordou, em seu TCC, também a audiodescrição, dessa vez, voltada para o cinema, analisando o filme Milagre da Cela Sete, que conta a história de uma pessoa com deficiência. “O meu tema é uma análise da adaptação do filme à audiodescrição, sobre como essa descrição influencia a visão da pessoa com deficiência visual, ou seja, não é porque tem audiodescrição que é acessível, porque tem audiodescrição que atrapalha, e isso eu trouxe no trabalho”, frisou.
Por: Aline Alencar
Fotos: Aline Alencar
Revisão: Jáder Cavalcante