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Universidade Federal do Maranhão se destaca com 17 premiados no 18° Prêmio Fapema – Bicentenário Gonçalves Dias
A Universidade Federal do Maranhão (UFMA) celebra uma notável conquista, com 17 professores e alunos reconhecidos em seis das oito categorias do 18° Prêmio Fapema – Bicentenário Gonçalves Dias. A cerimônia ocorreu na noite dessa quinta-feira, 25, no Palácio Henrique de La Rocque, São Luís, com a presença do reitor da UFMA, pró-reitores e pesquisadores dos Câmpus da instituição.
Esta edição contou com uma homenagem ao bicentenário do poeta Gonçalves Dias visando inspirar futuros poetas e pesquisadores, em reconhecimento à notável contribuição que Gonçalves Dias proporcionou à sociedade maranhense.
O Prêmio Fapema, que tem por objetivo reconhecer e incentivar a produção científica e tecnológica no estado, teve a participação ativa da UFMA, que demonstrou excelência em diversas áreas. Professores e alunos destacaram-se em categorias que abrangem desde ciências exatas até ciências sociais, refletindo a diversidade e a qualidade das pesquisas desenvolvidas na instituição.
O reitor da UFMA, Fernando Carvalho, expressou seu orgulho pelos resultados obtidos. "É um momento importante, no qual nossos pesquisadores, professores e discentes foram premiados pelo desenvolvimento de seus trabalhos. Todas as universidades e institutos do estado estão de parabéns. Em particular, gostaria de parabenizar nossos pesquisadores que foram premiados em mais uma edição do Prêmio Fapema” manifestou o reitor.
O evento destacou a importância da pesquisa e inovação no âmbito do desenvolvimento regional e nacional. Nordman Wall, presidente da Fapema, enfatizou a importância de reconhecer o trabalho científico e tecnológico realizado por pesquisadores em diversas áreas. “É um reconhecimento dos nossos pesquisadores, das nossas pesquisas, que tanto ajudam ao desenvolvimento social e econômico e que retira, digamos assim, as desigualdades, diminui um pouco e torna o nosso estado mais sustentável. Então, acho que hoje é o momento de celebrar, de comemorar, junto com esse grupo de pessoas brilhantes que estão aqui hoje”.
Nordman também parabeniza todos os pesquisadores da UFMA que se destacaram na premiação da 18ª edição. “A UFMA sempre se destaca e evidencia sua competência. Sou suspeito para falar, pois meus pais eram da instituição, então temos um carinho especial pela UFMA. Mais uma vez, ao conquistar mais de 50% dos prêmios, também lideramos com o maior número de reconhecimentos da FAPEMA. Recentemente, elaboramos uma revista, "Inovação", enfatizando esses 18 prêmios da FAPEMA que possuímos. A pesquisa beneficia todo o estado, alcançando a todos. Por isso é gratificante celebrar” expressa.
Os premiados e suas pesquisas
Entre as categorias premiadas, destacam-se pesquisas que abordam temas relevantes para a sociedade, como saúde, meio ambiente, tecnologia e educação. Os projetos contemplados evidenciam o impacto positivo que a UFMA tem na comunidade local e na produção de conhecimento capaz de beneficiar a sociedade como um todo.
A UFMA recebeu reconhecimento em diversas categorias, incluindo jovem cientista, dissertação de mestrado, tese de doutorado, pesquisador sênior, inovação tecnológica e popvídeo ciência.
Confira a lista completa dos premiados da UFMA.
Um dos destaques da noite, é o trabalho da professora do curso de Licenciatura em Ciências Humanas do Câmpus de Imperatriz, Maynara Costa de Oliveira Silva, que recebe o Prêmio Fapema pela primeira vez. Na categoria tese de doutorado, a pesquisa de Maynara se dedicou a analisar a constituição e ocupação da Casa da Mulher Brasileira de São Luís, demonstrando quais órgãos a compõem, a política que influencia suas dinâmicas e as atuações das profissionais no serviço de atendimento às mulheres vítimas de violência sexual.
Para a docente, receber o prêmio representa um reconhecimento pela pesquisa conjunta realizada em parceria com sua orientadora, Martina Ahlert, também professora da UFMA, Câmpus São Luís.
“Sinto-me em profundo estado de poesia, muito feliz com o reconhecimento de um trabalho de quase cinco anos. Aproveito o momento para lembrar que este prêmio não é só nosso, meu e da minha orientadora Martina. É, também, das milhares de mulheres que atravessam o serviço da Casa da Mulher Brasileira, e de todas as profissionais que emprestaram suas histórias, abriram suas salas, deixaram-me mexer em seus documentos e contar sobre seu cotidiano… Pois sem elas nada seria possível”, declara Maynara.
No mesmo sentido, o professor do curso de Medicina e do Programa de Pós-Graduação em Saúde e Tecnologia no Câmpus de Imperatriz, Aramys Silva dos Reis, junto com sua orientanda, Caroline Martins de Jesus, conquistou o prêmio na categoria dissertação de mestrado. O professor explica que o foco principal da pesquisa é avaliar a eficácia das folhas de canela no combate à leishmaniose, uma doença prevalente no Maranhão. O estudo busca verificar se as folhas da planta de canela podem apresentar propriedades antileishmaniose, sendo potenciais para o tratamento da doença.
Consagrando-se pela segunda vez no Prêmio Fapema, sendo a primeira vez como docente, Aramys Silva dos Reis, compartilha a coincidência e a alegria de ser reconhecido em mais uma edição – uma vez como discente e outra como orientador.
"É algo interessante, pois ganhei na categoria de dissertação de mestrado em 2012 e, agora, como orientador, é a primeira vez que recebo o prêmio. Foi surpreendente, considerando a concorrência com trabalhos excelentes de São Luís, de Imperatriz e outras cidades. Foi uma grata surpresa, uma imensa felicidade, especialmente por receber o prêmio como estudante e agora, pela primeira vez, como orientador. Essa trajetória profissional é muito gratificante” destaca.
Com o título “Diversidade e valor de uso de plantas lenhosas na Baixada Maranhense, Amazônia oriental, Brasil”, Ingrid Fabiana Fonseca Amorim e Eduardo Bezerra de Almeida Junior, do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia (Renorbio), Câmpus São Luís, foram agraciados na categoria de tese de doutorado. A pesquisa explorou o uso de plantas por uma comunidade quilombola na Baixada Maranhense, com o objetivo de compreender como as pessoas utilizam, cuidam e conservam essas plantas. Os resultados revelaram uma notável consciência e cuidado por parte da população, ressaltando a importância de preservar as práticas tradicionais.
Para o orientador, professor Eduardo Bezerra, a conquista do prêmio é motivo de orgulho por todo o trabalho desenvolvido. “Ingrid está comigo desde 2011, fez graduação, terminou a monografia, fez o mestrado e o doutorado comigo. Então, são dez anos de dedicação aos estudos, e ela ter sido premiada com a tese, para mim, é de uma alegria muito grande, que é para coroar toda a dedicação que ela teve ao longo desses anos em relação à pesquisa, principalmente, em relação à UFMA”, parabenizou.
Ingrid expressa a emoção de ser premiada por uma pesquisa que está profundamente conectada às suas origens. "Minha pesquisa de doutorado foi conduzida na comunidade Quilombola de Pericumã, que é a comunidade, a raiz de onde eu vim. Foi meu desejo realizar esse trabalho lá para encerrar minha trajetória acadêmica. Sinto-me extremamente feliz, pois esse reconhecimento pela ciência não é alcançado individualmente. Estive presente na comunidade, trabalhei junto a eles, e esse prêmio é também deles. Representa um reconhecimento significativo para eles, como comunidade tradicional. Fico muito feliz por esse momento”, afirma.
Na categoria de pesquisador sênior, um dos três docentes da UFMA laureados é o professor e coordenador do Programa de Pós-graduação em Direito e Instituições do Sistema de Justiça, Paulo Roberto Barbosa Ramos. Para ele, o reconhecimento é coletivo, abrangendo todos que contribuíram para a produção e disseminação da pesquisa.
“É uma grande satisfação para um docente com quase 30 anos de atividades acadêmicas na Universidade Federal do Maranhão, em que demos isso como reconhecimento por todo o esforço. Não somente meu, mas de toda a minha equipe, que, durante todos esses anos, acabou se dedicando e contribuindo para o desenvolvimento da ciência do direito no Maranhão. E, por causa de todo esse trabalho que temos desenvolvido ao longo dos anos, implantamos o primeiro mestrado em direito aqui no Maranhão, em 2012 e, muito recentemente, também conseguimos aprovar o doutorado em direito, colocando o Maranhão, portanto, no cenário das ciências jurídicas. Não somente no âmbito nacional, como também no âmbito global” pontuou.
Por: Sarah Dantas
Produção: Alan Veras
Fotos: Gabriel Jansen
Revisão: Jáder Cavalcante