UFMA promove evento sobre envelhecimento de populações vulnerabilizadas

A Universidade Federal do Maranhão (UFMA), por meio do Departamento de Enfermagem, promoverá, no dia 8 de julho, às 8h30, o evento “Envelhecimento em Diferentes Contextos: Imigrantes Brasileiros nos EUA e População Quilombola no MA”. A atividade ocorrerá no auditório do prédio de Enfermagem, com transmissão ao vivo pelo YouTube, e propõe um diálogo sobre saúde mental, determinantes sociais e as vivências culturais de idosos que enfrentam grandes desafios em contextos distintos.

Com o objetivo de fortalecer a produção de pesquisas em colaboração e a formação de recursos humanos com foco nessas populações, a iniciativa está vinculada a um projeto de pesquisa financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (PPGENF), que tem como proposta a construção de redes de colaboração internacional, reunindo  expertises, especialmente nas áreas de condições cognitivas, como demência, Alzheimer, depressão e ansiedade, associadas à qualidade da saúde mental e ao processo de envelhecimento.

Segundo o professor do PPGENF e organizador do evento, Bruno Luciano Carneiro, a realização de discussões como essa é essencial tanto para o avanço da pesquisa quanto para a formação de profissionais sensíveis às realidades sociais do estado. 

“A grande importância que eu vejo para promover um evento desse tipo é você permitir que pesquisadores possam estar em relação mais estreita e próxima, de forma colaborativa, contribuindo com a formação de pesquisadores humanos na pesquisa e também com um olhar sobre assistência para populações vulneráveis do Estado do Maranhão, como as populações quilombolas, especialmente os que envelhecem nesses espaços, os idosos. Ao mesmo tempo, a gente tem a possibilidade de contribuir com a geração de dados e de pesquisas nesse campo e, especialmente, eu diria que essa discussão sobre o tema é muito atual”, pontuou o professor. 

Para falar sobre a realidade estadunidense, a programação contará com a presença da neuropsicóloga Sharon Sanz Simon, doutora pela Universidade de São Paulo (USP) com pós-doutorado pela Universidade Columbia (EUA). Atualmente, ela atua como professora no Departamento de Psiquiatria da Universidade Rutgers e pesquisadora no Rutgers Krieker Klein Alzheimer Center. Sua palestra abordará os determinantes sociais de saúde no envelhecimento, com foco comparativo da realidade entre os países. 

Outro convidado é o psicólogo João de Deus Cabral Júnior, mestre em Psicologia Social e doutorando no Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (PPGCS). Cabral também atua no CAISI e pesquisa saúde mental, cognição e religiosidade de idosos quilombolas, tema que será explorado em sua apresentação.

“Essas realidades distintas podem modelar de modo diferente o envelhecimento. Existem algumas semelhanças entre elas, nas vulnerabilidades, nos preconceitos e nos estereótipos que eles sofrem. Essa comparação permite verificar que muitos dos instrumentos que são gerados para avaliar a cognição, a saúde mental, são desenvolvidos para contextos urbanos, Sul e Sudeste do Brasil, ou países de renda alta, e, para aplicar em contextos de grande pobreza e baixa escolaridade, como nos quilombos, é um desafio. Então, uma das nossas perspectivas também é a contribuição metodológica, de produzir instrumentos e metodologias de avaliação das condições de saúde mental e cognição e demência, Alzheimer, em contextos como os quilombos”, explicou Bruno Carneiro.

O evento convida a refletir sobre como território, cultura, espiritualidade e acesso a políticas públicas impactam o envelhecimento de populações socialmente diversas. A atividade é aberta ao público interessado em saúde mental, envelhecimento e justiça social. As inscrições podem ser realizadas via Formulários Google, com emissão de certificado de participação de 4 horas.

Por: Giovanna Carvalho

Revisão: Jáder Cavalcante