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UFMA Paralímpico fortalece inclusão e transforma vidas por meio do esporte adaptado

publicado: 14/11/2025 09h24, última modificação: 14/11/2025 17h12
Projeto de extensão consolida ações de acessibilidade e impacto social na Universidade
UFMA Paralímpico fortalece inclusão e transforma vidas por meio do esporte adaptado

Treino em quadra do Projeto UFMA Paralímpico. Foto: arquivo pessoal

Visando ao fortalecimentos de políticas de inclusão social, o projeto de extensão UFMA Paralímpico, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), tem se destacado na instituição ao transformar a vida de estudantes com deficiência, de todos os cursos e níveis de ensino. A iniciativa também atende ao público externo, fortalecendo a integração social e ampliando o alcance das ações inclusivas.

Idealizado e supervisionado pela professora do Colégio Universitário (COLUN) Fabyana Ribeiro, o projeto tem transformado vidas de pessoas com deficiências, via oferta de esporte adaptado e pesquisa. Fabyana Ribeiro explica que, após iniciar um projeto de xadrez adaptado em 2017 e perceber a falta de iniciativas paralímpicas em São Luís, ela reuniu pessoas e trouxe um centro de referência para a cidade, o que levou à criação do Projeto UFMA Paralímpico há três anos. "Eu levei um aluno para as paralimpíadas escolares e aí me veio o interesse em trazer a ideia para cá, para São Luís, que ninguém ainda tinha tido. Já faz três anos que eu iniciei, não tinha nenhum professor que tinha desenvolvido o esporte paralímpico aqui em São Luís quando me veio a ideia. Eu comecei juntando as pessoas, buscando, fazendo convites, seja no shopping, seja para ex-alunos, pessoas que estavam na natação, e eu trouxe o centro de referência para cá, em São Luís, que está há três anos. Logo após, eu resolvi fazer o Projeto UFMA Paralímpico", relata. 

Apresentação do projeto na Feira das Profissões da UFMA. Foto: arquivo pessoal

Nas ramificações das ações esportivas e acadêmicas praticadas na Cidade Universitária, em São Luís, há o Jogando Com As Diferenças, voltado somente para os alunos do colégio universitário; e há então o UFMA Paralímpico, que abrange o público geral de discentes e pessoas externas também, ultrapassando os muros acadêmicos, demonstrando a força do esporte na vida dos participantes. Na área de pesquisa, há o estudo: Correlação Entre Atividade Física e Qualidade de Vida de Paratletas com Lesão Medular Praticantes de Rugby em Cadeira de Rodas.

Modalidades esportivas e equipe

Compondo o quadro de modalidades ofertadas, há o atletismo, tiro com arco, rugby, bocha e natação, todos devidamente adaptados. O projeto atualmente é formado por 68 atletas, entre alunos do ensino fundamental, médio e superior, além de integrantes da comunidade externa. Em janeiro de 2026, está prevista a abertura de vagas totais para o projeto.

O UFMA Paralímpico se destaca com o time de rugby, o Avalanche, que reúne 22 atletas e conquistou o título do II Aberto de Rúgbi em Cadeira de Rodas, realizado em João Pessoa, na Paraíba, na modalidade quad rugby. A equipe também garantiu o vice-campeonato no rugby five e recebeu a medalha de destaque da competição por alcançar esses resultados com apenas três meses de preparação, um feito que ilustra a força presente em cada integrante da equipe, que se reconhece como uma família.

Time Avalanche no II Aberto de Rúgbi em Cadeiras de Rodas realizado em João Pessoa, 2024. Foto: arquivo pessoal

O impacto positivo da ação é celebrado com entusiasmo pelos participantes. O esportista de rugby (categoria Five) Thyago de Souza, integrante externo, salienta a renovação que as atividades trouxeram para sua saúde física e o reflexo direto em seu convívio social. “O rugby nos dá bastante resistência, então é uma coisa que nos motiva [...] eu já fico pensando no treino de quarta-feira, de quinta-feira e de sexta-feira. O esporte tem resgatado e nos tirado do sedentarismo, tem resgatado também o nosso convívio social, isso é muito bom”. E enfatizou a motivação feita para companheiros com deficiências, ao convidar e estimular atividades físicas. "O esporte resgatou pessoas da depressão [...] quando eu vejo essas pessoas, eu convido: 'Galera, vamos fazer uma musculação, vamos fazer um treino, vamos fazer um esporte!'", frisa o atleta. 

O esporte como via de superação pessoal

A junção de forças e pessoas é um importante movimento para a compreensão do poder da atividade física, não só como veículo de coordenação motora, mas também de fortalecimento psíquico. Um exemplo é o discente do curso de Pedagogia da UFMA Thyago de Souza, que conta nunca ter sido adepto à prática de atividade física e que tinha muitos temores, especialmente, em relação à natação.“Teve um dia que eu falei: 'hoje eu vou mergulhar', mas não consegui mergulhar nesse dia, teve outra aula e foi algo natural, eu esqueci que eu tinha que mergulhar, tirei aquilo da minha cabeça, e eu simplesmente mergulhei, poderia ser um simples mergulho, mas, a partir do momento que eu mergulhei, eu comecei a entender que o medo não poderia me paralisar. A partir desse momento, eu vi que as minhas limitações não eram nada. Acredito que seja isso mesmo: o impacto social nos motiva a partir das histórias das pessoas, porque cada um tem sua história, cada um tem sua dificuldade” ressalta. 

O UFMA Paralímpico demonstra o fortalecimento de inclusão da instituição, voltado para pessoas com deficiências, sendo elas físicas ou intelectuais. Essa ação marca o esforço conjunto de professores, discentes e público geral em torno de um propósito: a possibilidade de superação de limites para crianças e adultos com necessidades diversas, demonstrando o respeito a cada particularidade pessoal, assim proporcionando a construção de uma sociedade mais acessível pela promoção do esporte.

Equipe do basquete adaptado em atividade. Foto: arquivo pessoal

Contato e mais informações

Para mais informações do Projeto UFMA Paralímpico, entre em contato por e-mail: escolinhaparalimpicaslz@gmail.com.

Por: Elcyane Ayres

Produção: Sarah Dantas

Fotos: arquivo do Projeto 

Revisão: Jáder Cavalcante

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