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UFMA inaugura, em Bacabal, espaço que incentiva produção científica no Médio Mearim

publicado: 13/10/2022 11h57, última modificação: 13/10/2022 23h03
O local conta com seis espaços que estarão disponíveis, em breve, para visitação da comunidade
UFMA inaugura, em Bacabal, espaço que incentiva produção científica no Médio Mearim.jpg

Foi inaugurado, na quinta-feira, 6, no Centro de Ciências de Bacabal (CCBa), o Espaço da Ciência Maria Laura Lopes (ECMLL), que tem por objetivo promover, a médio e longo prazo, atividades de divulgação científica que busquem a enculturação científica da comunidade da microrregião do Médio Mearim.

No Maranhão há um número reduzido de espaços não formais institucionalizados de educação, entre museus, centros de pesquisa e laboratórios, com a concentração de espaços em grandes centros urbanos.

Segundo o reitor Natalino Salgado, o Centro de Ciências de Bacabal carecia de um espaço que servisse para desenvolvimento das potencialidades dos trabalhos de pesquisa produzida pelos docentes do câmpus. “Mesmo com essa falta de investimento nas universidades, conseguimos ampliar os espaços, e essa inauguração mostra que o laboratório cresceu muito, é um ambiente bastante diversificado. Aqui, respiramos experimentos e ciência, o que fortalece e qualifica a graduação e os jovens que fazem parte desse câmpus”, afirmou.

As ações e atividades de Divulgação Científica (DC), que resultaram na criação do ECMLL, são desenvolvidas desde 2017, por um grupo de docentes das áreas de Ciências da Natureza e Matemática, do CCBa, em parcerias com docentes que atuam na Cidade Universitária Dom Delgado, câmpus de São Luís. Essas ações e atividades englobam os municípios do Médio Mearim, incluindo o município de Bacabal, localizado a 252 km da capital. O grupo é formado pelos professores André Flávio Gonçalves Silva; Juliana Rodrigues Rocha; Cristiana Resende Marcelo; Hawbertt Rocha Costa; Carolina Pereira Aranha; Kerlen J. Nunes Ferreira de Sousa e Regina Célia de Souza.

O espaço, que leva o nome da matemática Maria Laura Mouzinho Leite Lopes (1917-2013), deve-se à sua notável trajetória no meio científico, recebendo destaque por ter sido a primeira mulher a se doutorar em Matemática no Brasil, ter participado da criação do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas - CBPF e da criação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq. “Ela foi a primeira mulher a ser diplomada na Academia Brasileira de Ciências e primeira mulher a ministrar aulas de Geometria para o Curso de Engenharia no Instituto Tecnológico da Aeronáutica – ITA. Também por toda contribuição dada ao ensino e à formação continuada de professores, em Ciências e Matemática”, explicou Cristiana Resende.

Inauguração do Espaço Ciência Maria Lopes - 06-10-2022

O local foi dividido em seis espaços: Piquenique Científico “Gregor Mendel”, coordenado pela professora Juliana Rodrigues Rocha; Saber “Marie Curie”, coordenado pela professora Cristiana Resende Marcelo; FormaAção, pela professora Carolina Pereira Aranha; “Ana Primavesi”, pela professora Kerlen Jacqueline Nunes Ferreira de Sousa; Museu Game Ciência, coordenado pelo professor Hawbertt Rocha Costa; e Cordelteca Gonçalo Ferreira da Silva, coordenado pelo professor André Flávio Gonçalves Silva.

Difundir o conhecimento científico por meio dos jogos digitais, resgatando a história de desenvolvimento dos antigos consoles e os jogos que foram produzidos é o objetivo do Museu Game Ciência, um espaço criado para um ambiente que desenvolva atividades como exposições dos aparelhos de videogame (consoles) e sua relação com a educação; apresentação dos jogos digitais desses consoles que foram produzidos para o ensino de ciência, tratando da sua importância e do enredo do jogo no contexto cultural dos estudantes; produção de enredos e jogos com conteúdos científicos na abordagem Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS);  análise crítica do design de jogos para o ensino de ciência, etc.

“Nós criamos o game ‘Planeta Química’, uma aventura no cotidiano. O jogo tem como personagem principal a Irene, uma adolescente estudantil. A escolha do nome foi em homenagem a Irene Curie, filha da Marie Curie. A Irene se insere em um mundo chamado Planeta Química que vai trabalhar alguns desafios da Química dentro do cotidiano. Os desafios que ela vai trabalhar estão na perspectiva da ciência, tecnologia e sociedade e, assim, a personagem vai encontrando alguns desafios no conteúdo da Química, como ácidos, bases e óxidos”, explicou Hawbertt Rocha.

Ações como essas dos games, segundo a professora Carolina Pereira Aranha, visam difundir e promover a enculturação científica da população do Médio Mearim, por meio de atividades de divulgação científica. “Em 22 de fevereiro de 2018, o grupo de docentes fundou o Laboratório de Ensino de Ciências (LEC) do CCBa, o que permitiu maior articulação e resultou na aprovação e desenvolvimentos de projetos de pesquisa, ensino e extensão, financiados pela UFMA, CNPq e FAPEMA”, lembrou.

Para a diretora do CCBa, Lucélia de Sousa Almeida, o incentivo à pesquisa desde a educação básica, como o nono ano e o ensino médio, até o superior, possibilita a formação de pesquisadores iniciantes e um espaço dedicado para essas atividades científicas. “Conseguimos ter um local adequado para mostrar nosso trabalho, tendo uma equipe formada por professor-orientador e aluno iniciante na pesquisa. Para todos nós, é um marco muito bom, ficamos cheios de felicidade quando vemos um trabalho bem realizado”, disse.

A ciência ao ar livre é a principal proposta do espaço Piquenique Científico “Gregor Mendel”, um ambiente aberto, destinado à divulgação científica e realização de atividades educativas voltadas para a interação dos estudantes com o meio ambiente, em um processo de aprendizagem coletiva, que busca despertar a observação, a curiosidade e a investigação científica do ambiente natural. “Na atividade Piquenique Científico, os participantes serão orientados a vivenciar o ambiente, observando o que há de científico, a fim de trabalhar a curiosidade e a capacidade de observação analítica, de forma que ao sair do espaço sejam provocados a compreender melhor a ciência que nos cerca. Também terão acesso à história do cientista Gregor Mendel, de modo a conhecer as principais contribuições dadas à ciência”, detalhou a professora Juliana Rodrigues.

O Saber “Marie Curie” é outro espaço que corresponde a um ambiente de laboratório, onde os visitantes terão a possibilidade de participar de ações de interação a fim de conhecer aspectos e personagens importantes por trás da evolução histórica de invenções e de descobertas de materiais presentes no cotidiano da sociedade. “O espaço visa promover a divulgação da ciência e a construção do conhecimento científico por meio da experimentação investigativa com temas relacionadas a diversas áreas das Ciências Naturais”, explicou a professora Cristiana Resende.

Já a Cordelteca “Gonçalo Ferreira da Silva”, tem por objetivo reunir material sobre a Literatura de Cordel e disponibilizá-lo para pesquisas científicas, principalmente para o ensino de ciências, apreciação da comunidade e divulgação. “Assim como biblioteca é um local para coleção de livros, a Cordelteca é um local para coleção de Literatura de Cordel. Nela, além dos folhetos de cordel, também é possível encontrar materiais referentes a essa cultura: matrizes de xilogravuras, além de outros artefatos relacionados. Todos os elementos possuem como foco principal o Ensino de Ciências”, destacou o professor André Flávio Gonçalves.

A visitação ao Espaço ocorrerá de forma agendada, mas ainda não está. Os coordenadores do local estão organizando o ECMLL e logo abrirão o formulário para o público preencher e ter contato direto com a ciência.

Confira também a reportagem produzida pelo Núcleo de Audiovisual da DCom UFMA

Por: Sansão Hortegal

Fotos: Sansão Hortegal

Revisão: Jáder Cavalcante

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