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Dia Internacional do Orgulho LGBT
UFMA Imperatriz promove mesa-redonda sobre diversidade, LGBTfobia e desigualdades no ambiente profissional
Em alusão ao Mês do Orgulho LGBTQIAPN+, o Centro Acadêmico de Licenciatura em Ciências Humanas-Sociologia (CALCH), em parceria com o Centro Acadêmico de História (CAHIS), Centro Acadêmico de Pedagogia (CAPED) e o Coletivo ArcoItz, realizou, na noite dessa terça-feira, 24, no auditório do Centro de Ciências de Imperatriz (CCIM) da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), a mesa-redonda “Diversidade nas empresas: LGBTfobia institucional, o sexismo e as desigualdades estruturais dentro do ambiente profissional”. O evento teve certificação de cinco horas, foi aberto ao público e contou com uma performance de vogue solo ao final da programação.
A atividade buscou promover um espaço de escuta, reflexão e conscientização sobre os desafios enfrentados por pessoas LGBTQIAPN+ no mercado de trabalho e dentro das instituições. A discussão reuniu estudantes, docentes e pesquisadores que atuam com temas de gênero, raça, sexualidade e educação crítica.
Participaram da mesa Amanda Cristina (MED-UFMA), Jean Pierr (PPGEPE-UFMA) e John Jamerson (PPGE-UFFJ). Os convidados trouxeram reflexões sobre vivências no ambiente acadêmico e profissional, e abordaram o papel da educação na construção de espaços mais seguros e inclusivos.
O mestrando Jean Pierr destacou que o evento nasceu da percepção do aumento da violência simbólica e institucional contra pessoas LGBTQIAPN+, mesmo dentro das universidades. “É necessário discutir a LGBTfobia conectada ao racismo estrutural e ao sexismo. A universidade, como espaço de formação, não pode ignorar essas questões”, afirmou. Ele também representou o Coletivo ArcoItz, responsável pela curadoria temática do evento.
Já Amanda Cristina, estudante de Medicina e ativista, trouxe sua experiência na condição de mulher trans e pesquisadora em saúde sexual e gênero. Ela pontuou a importância de tornar as empresas e instituições mais acolhedoras para pessoas trans e negras. John Jamerson, doutorando em educação pela UFFJ, refletiu sobre a necessidade de políticas inclusivas dentro das instituições e reforçou que o currículo escolar ainda carece de representatividade.
Durante o evento, estudantes compartilharam expectativas e experiências. Fabiane Carvalho, do curso de Pedagogia, destacou que o debate ajuda a ampliar a consciência coletiva sobre o papel das empresas e da Universidade na promoção da diversidade: “É um tema que precisa sair da teoria e se concretizar em ações reais de inclusão.”
Santiago Mota, do curso de Ciências Humanas, defendeu que a formação de uma sociedade mais respeitosa passa pela base educacional. “Quando a gente cresce sem ver representatividade ou temas sobre diversidade sendo tratados na escola, isso reflete no mercado de trabalho e na sociedade adulta”, disse.
O encerramento do evento foi marcado por uma apresentação artística de vogue solo, realizada por Victor, no pátio interno da Universidade. A performance dialogou com os temas da noite, reforçando a potência da cultura LGBTQIAPN+ como instrumento de expressão, resistência e pertencimento.
Para os organizadores, o evento é apenas uma das muitas ações necessárias para transformar a universidade em um espaço cada vez mais plural. “Queremos que este debate reverbere para além do mês do orgulho. Precisamos de permanência, políticas institucionais e compromisso contínuo”, afirmou Jean Pierr.
Por: Janayna Sousa - Núcleo de Comunicação CCIm
Revisão: Jáder Cavalcante