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UFMA Grajaú apresenta projetos de extensão na 46ª Expoagra

publicado: 01/08/2025 17h12, última modificação: 01/08/2025 18h04
UFMA Grajaú apresenta projetos de extensão na 46ª Expoagra

A Universidade Federal do Maranhão (UFMA), por meio do Câmpus Grajaú, marcou presença na 46ª Exposição Agropecuária de Grajaú (Expoagra), realizada de 19 a 27 de julho, no Parque de Exposições, evento promovido pela Associação dos Criadores do Município de Grajaú (Ascigra). Durante a “Noite das Universidades”, no dia 26, a UFMA apresentou dois projetos de extensão que vêm contribuindo de forma significativa para a popularização da ciência, da leitura e da interculturalidade no sul do Maranhão: Astronomia no Sertão e A Biblioteca como espaço de interculturalidade: práticas de leitura na Biblioteca Comunitária Ler é preciso, Judite de Sousa Lima.

Ciência acessível para todos

O projeto Astronomia no Sertão, coordenado pela professora Daniely Gaspar, encantou o público com atividades interativas, como jogos de perguntas e respostas com brindes, experiências científicas e óculos de realidade virtual com simulações da superfície lunar. O estande também contou com telescópio e vídeos educativos, proporcionando uma experiência lúdica e imersiva em temas de astronomia e astronáutica.

“A participação na Expoagra foi uma oportunidade de tornar a ciência mais acessível e atraente para jovens e crianças da região. Queremos incentivar o interesse pelo conhecimento e divulgar a Universidade no território”, explicou a professora Daniely. Ela destacou ainda que o projeto, que atualmente conta 28 bolsistas, pretende expandir as ações com oficinas e eventos abertos ao público, especialmente, em escolas da rede municipal.

A estudante Klebiane Santos, do curso de Ciências Naturais com habilitação em Química, compartilhou sua emoção em fazer parte da iniciativa. “Participar do projeto mudou minha vida. A cada evento, aprendo mais e vejo o brilho no olhar das pessoas ao terem contato com ciência de forma gratuita e acessível. Isso transforma realidades”, afirmou. Durante a Expoagra, Klebiane conduziu um quiz com perguntas de astronomia, em que os participantes concorriam a brindes como canecas e revistinhas educativas. “Perceber que muita gente pensava que precisava pagar para usar os óculos de realidade virtual mostra quanto o acesso ainda é limitado. E é isso que a gente quer mudar", relatou.

Leitura e saberes indígenas no centro do debate

Outro destaque da noite foi o projeto A Biblioteca como espaço de interculturalidade, coordenado pela professora Neusani Felix, que atua na Biblioteca Comunitária ler é preciso ­– Judite de Sousa Lima, situada em Grajaú. O estande do projeto na feira foi cuidadosamente montado com livros, artefatos indígenas e material lúdico. A ação atraiu dezenas de crianças, inclusive de comunidades Tentehar, para momentos de reconto de histórias e atividades de criação artística.

“O projeto nasceu com foco nas crianças da comunidade, mas, ao participar da Expoagra, percebemos como podemos alcançar um público ainda mais amplo. Foi emocionante ver crianças deixarem o parque de diversões para se sentarem e ouvirem histórias com tanto entusiasmo”, descreveu a professora Neusani. A iniciativa tem por missão valorizar autores e autoras indígenas, fomentar a leitura e promover a educação intercultural com base em uma perspectiva decolonial.

A estudante Aline Machado, bolsista do projeto e aluna do curso Ciências Humanas com habitação em Geografia, foi responsável por dois momentos de contação de histórias durante o evento. Em uma das sessões, adaptou a conhecida fábula da lebre e a da tartaruga para “O coelho e o jabuti”, aproximando as personagens do cotidiano das crianças. Também narrou a história indígena O Jabuti e a Onça, de Daniel Munduruku, utilizando instrumentos musicais como flauta para envolver os pequenos ouvintes. “Foi um momento de troca, de encantamento. As crianças ouviram, riram, desenharam, se expressaram. Ver isso é muito gratificante”, revelou.

Aline destacou ainda o impacto pessoal do projeto em sua trajetória acadêmica. “Valorizo a possibilidade de conectar o conhecimento universitário com os saberes populares. Aprendo com a comunidade, me fortaleço como educadora e contribuo para a valorização da diversidade cultural”, assegurou.

Compromisso com o território

A participação da UFMA Câmpus Grajaú na Expoagra evidencia o compromisso da universidade pública com a formação cidadã e a transformação social. Por meio da ciência e da cultura, os projetos de extensão universitária ampliam horizontes e constroem pontes entre o saber acadêmico e as comunidades do interior maranhense. Seja olhando para o céu ou mergulhando nas histórias da terra, o conhecimento continua sendo o elo entre a Universidade e o futuro.

Por: Geovanna Selma

Produção: Sarah Dantas

Fotos: acervo pessoal

Revisão: Jáder Cavalcante

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