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UFMA e Museu de Alcântara lançam projeto dos Dinossauros à Era Espacial
O Museu de Alcântara (Musa) está prestes a receber uma exposição que promete transportar os visitantes, desde os tempos dos dinossauros até a era espacial. A Universidade Federal do Maranhão (UFMA), por meio da Pró-reitoria de Extensão e Cultura (Proec), em parceria com o Musa, promovem o Projeto Alcântara: dos Dinossauros à Era Espacial, que tem por objetivo desenvolver a concepção narrativa e visual do museu, proporcionando uma experiência expositiva única e interativa.
Com a colaboração de especialistas em história, arqueologia, paleontologia, arquitetura e povos originários, o projeto consiste em uma exposição que conta parte da ocupação do território de Alcântara, contemplando as singularidades do patrimônio histórico, cultural e arquitetônico local. A exposição terá como base uma linha do tempo, fazendo um verdadeiro passeio na história, trazendo detalhes de descobertas paleontológicas no espaço que hoje compreende o território municipal, o modo de vida e as tradições de povos originários e quilombolas, além de aspectos contemporâneos da comunidade alcantarense, sobretudo em relação à base especial instalada na área.
Segundo o coordenador-geral do projeto e professor do curso de história do Centro de Ciências Humanas (CCH) da UFMA, Roni César Andrade de Araújo, esta iniciativa une esforços de diversas instituições, incluindo o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), a Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e o Museu de Alcântara (Musa), com o propósito de valorizar, preservar e compartilhar o patrimônio cultural da cidade.
“Este projeto revela a colaboração significativa entre o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), o Museu de Alcântara e a Universidade Federal do Maranhão, particularmente por meio da pró-reitoria de Extensão e Cultura. Esta parceria aponta para a necessidade imperativa da soma de esforços em favor da valorização, preservação e disseminação do rico patrimônio cultural que é a cidade de Alcântara. Temos aqui a oportunidade de lançar luz, não apenas para o estado do Maranhão, mas também para o Brasil como um todo, sobre esta cidade que carrega uma importante História impregnada pela soma das raízes culturais de todos os povos que constituem sua existência, desde os tempos mais remotos até a contemporaneidade”, explica.
A exposição será composta por uma variedade de mídias e recursos expositivos, que incluem maquetes de dinossauros, artefatos históricos, modelos em escala, vídeos educativos e simulações interativas. Esses elementos foram criteriosamente selecionados para proporcionar uma experiência imersiva e educativa aos visitantes, permitindo que explorem e compreendam de forma abrangente e integrada a história de Alcântara.
A diretora do Museu de Alcântara, Karina Waleska Scanavino Costa, explica que o museu, estabelecido por meio de um processo de restauração e integração dos sobrados 07 e 15, apresenta uma nova expografia focada na história do município desde a Era Cretácea até os dias atuais. Esta abordagem abrange diversos aspectos, como os dinossauros, as comunidades indígenas, a história europeia, as comunidades negras e o Centro de Lançamento. O objetivo é ampliar o acesso ao conhecimento histórico e cultural da região, além de promover uma investigação mais profunda sobre sua transformação urbana e sua evolução social, econômica e cultural ao longo do tempo.
“Essa nova expografia irá impactar Alcântara no sentido de estarmos expondo narrativas até então desconhecidas ao universo dos munícipes. Muito já se ouviu falar dos dinossauros ou do período em que fomos aldeia indígena, mas com pouca ou quase nenhuma referência bibliográfica. Então o museu que estamos trazendo tem esse propósito: o de mostrar por meio das maquetes, réplicas e painéis explicativos uma Alcântara que teve um passado, que deixou legados e que vive um momento de realidades distintas, ou seja, uma região repleta de fósseis, sambaquis, comunidades negras com baixo IDH, história europeia em um centro urbano repleto de ruínas e um Centro de Lançamento com tecnologia avançada que não consegue dialogar com todo esse contexto histórico”, frisa.
O projeto envolve a produção da narrativa da exposição, que inclui roteiros, textos informativos, imagens relevantes e legendas, desde a pesquisa inicial até a arte-final, bem como a confecção ou aquisição de modelos, dioramas, maquetes, réplicas, equipamentos e objetos expositivos/cenográficos, que serão integrados ao acervo museológico existente, criando um ambiente detalhado e imersivo. Inclui também a produção de vídeos para as TVs e para o projetor 3D das salas de exposição, que complementarão os outros elementos da exposição, proporcionando uma experiência multimídia que engaja e educa os visitantes. O projeto representa um esforço significativo para dar vida à história no Museu de Alcântara, proporcionando uma experiência educativa rica e envolvente para todos os visitantes.
Além de valorizar o acervo museológico já existente, o projeto visa despertar o interesse do público para a ciência, história e cultura local. Edyene Moraes dos Santos, historiadora e professora da UFMA, uma das especialistas envolvidas no projeto, ressalta a importância dessa iniciativa para a comunidade em geral, destacando que ela possibilitará novas descobertas e o compartilhamento do conhecimento com os habitantes de Alcântara e do Maranhão como um todo.
“O projeto é de suma importância no sentido de possibilitar aos profissionais envolvidos maior aprofundamento das pesquisas sobre a cidade de Alcântara, seu processo de transformação urbana e sua formação social, econômica e cultural ao longo do tempo. Para a comunidade, penso que o ganho é ainda maior: existe uma oportunidade concreta de ter acesso a conhecimentos sobre a cidade que não estão disponíveis facilmente. Nesse processo de pesquisa, também podemos fazer novas descobertas, desmistificar certas ideias e dividir esse conhecimento não apenas com os alcantarenses, mas também com os maranhenses de forma geral”, defende.
A pesquisa já está em andamento, atualmente em fase de levantamento de dados e construção de materiais que serão inseridos no espaço museográfico.
Por: Sarah Dantas
Fotos: Sarah Dantas