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UFMA consolida posição de destaque nacional em pesquisa aplicada em Jornalismo
UFMA se destaca entre as instituições com maior produção acadêmica
A Universidade Federal do Maranhão (UFMA) se consolida como uma das principais instituições do país quando o assunto é pesquisa prática e inovação na área de jornalismo. A constatação é fruto do Relatório 2025 do Observatório da Pesquisa Aplicada em Jornalismo no Brasil (OPAJor), que mapeia a produção científica e experimental das universidades brasileiras e posiciona a UFMA como um polo regional e nacional de referência na área.
Para o coordenador do Laboratório de Convergência de Mídias (Labcom) e do Núcleo de Inteligência de Dados (NID) da UFMA, Márcio Carneiro, que soma o maior número de produções acadêmicas mapeadas, a posição de destaque é resultado de anos de trabalho contínuo na construção de soluções inovadoras para o jornalismo contemporâneo.
“Acho que esse é o reconhecimento de um trabalho de anos do Labcom e, mais recentemente, do NID, onde a gente, efetivamente, tá fazendo pesquisa aplicada, desenvolvendo trabalhos na área, na fronteira entre tecnologia e comunicação, articulado com o PPGCOMPRO [Programa de Pós-graduação em Comunicação Mestrado Profissional]. A gente fica muito feliz porque, pelos números, a UFMA nessa área tá em primeiro lugar, e a gente espera continuar trabalhando nesse sentido pra garantir, enfim, um espaço nacional que a UFMA conquistou, tem conquistado, com esse trabalho na área de jornalismo, inovação e comunicação”, explica o professor.
Pesquisa aplicada e inovação tecnológica
De acordo com o levantamento, o Maranhão é o terceiro estado com maior concentração de publicações; a UFMA está entre as 4 instituições com maior destaque no relatório, e a Revista Cambiassú, publicação do curso de Comunicação Social e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação (Mestrado Profissional), também aparece na pesquisa entre as publicações que abordam pesquisa aplicada.

Polos da pesquisa experimental em jornalismo do Brasil. Imagem: Relatório 2025 OPAJor
Confira o Relatório 2025 na íntegra aqui.
A articulação entre ensino, pesquisa e prática profissional é uma marca do trabalho conduzido pela UFMA. No Labcom e no NID, as equipes têm se dedicado a desenvolver metodologias, assistentes inteligentes e aplicações práticas que ajudam organizações jornalísticas a incorporar novas tecnologias de forma ética e eficiente.
“A gente tem justamente tentado, por meio da pesquisa aplicada, da experimentação, observar que tipos de mudanças ou de utilizações elas [tecnologias emergentes] têm no processo do jornalismo contemporâneo, e isso nos tem dado um aporte de conhecimento, não apenas teórico, mas aplicado no sentido de, inclusive, propor mudanças nos processos de produção. É o que a gente tem feito, por exemplo, recentemente, com a tecnologia da IA generativa. A gente tem mais de quarenra assistentes, pelo menos cinco ou seis específicos para a área de jornalismo. A gente tem uma metodologia no NID para aplicação de processos de IA generativa em organizações jornalísticas; a gente tem, via NID, um manual de governança para implementação de IA em organizações, inclusive jornalísticas. Tudo isso focado não apenas na produção jornalística, mas com muito destaque para esse campo”, detalha Márcio Carneiro.
Esses produtos e metodologias, segundo ele, já estão sendo testados em situações reais e aplicados em processos de consultoria, treinamento e desenvolvimento de soluções para instituições públicas e privadas.
O Programa de Pós-Graduação em Comunicação Profissional (PPGComPro), criado para aproximar o ambiente acadêmico das demandas do mercado e das organizações, tem sido peça chave nesse processo.
“[O PPGCOMPRO] Concretiza uma coisa muito importante para a Universidade, que é articular seu conhecimento para fora dos muros da Universidade, na sociedade como um todo, buscando inovação, impacto social, é isso que a gente tem feito”, ressalta o docente.
Projeção nacional
O protagonismo da UFMA também se reflete na atuação de seus pesquisadores em espaços estratégicos do ecossistema de mídia e tecnologia. Márcio Carneiro é um dos coordenadores do Grupo de Trabalho de Inteligência Artificial da Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão (SET), instituição que reúne as principais empresas e profissionais da indústria de mídia e broadcast no país.
“A gente tem procurado ocupar esses espaços e, claro, levar o conhecimento que é gerado na UFMA para além das fronteiras da UFMA, que é o que nos interessa, que interessa para a pesquisa aplicada, ou seja, transformar esse conhecimento interno em algo que possa ser utilizado pela sociedade, pelos agentes, pelas organizações, principalmente. Nesse desenvolvimento tecnológico, a gente vive um mundo onde tecnologia e comunicação são vetores de muita importância, e a gente tem colaborado, vamos dizer assim, no sentido de levar a contribuição da Universidade para essas organizações, esses processos e esses cenários, de grande transformação”, destaca.
Nesse sentido, para o professor, a pesquisa aplicada desenvolvida na UFMA tem um papel essencial em um momento de intensas mudanças no jornalismo, marcado por transformações culturais, econômicas e tecnológicas.
“A indústria do jornalismo, de forma geral, está sendo sacudida por uma série de mudanças tecnológicas, culturais e econômicas, como a presença de Big Tech, mudança no comportamento das pessoas. Então, assim, nesse cenário de mudança, existe sempre muito espaço para inovação e para busca de soluções ou de reconfigurações que possam adequar melhor o trabalho desse tipo de processo. No caso, o jornalismo, que é uma atividade com uma importância social enorme diante de fake news e desinformação, a gente precisa fortalecer essa atividade. [...] Para reformatar processos de produção, integrar novas cadeias produtivas, integrar novas tecnologias para facilitar e melhorar a performance desses processos e a gente tem colaborado com isso. Acho que a UFMA tem muito que contribuir nesse aspecto”, conclui.
Os dados apresentados no Relatório 2025 do OPAJor consolida a UFMA como uma das universidades mais inovadoras do país na área da comunicação, reafirmando seu compromisso com a pesquisa que transforma e gera impacto social.
Por: Ingrid Trindade
Imagens: Relatório 2025 OPAJor
Revisão: Jáder Cavalcante