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UFMA concede Medalha Sousândrade à ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, em cerimônia no Palácio Cristo Rei
Uma noite de cantos, rituais, alegria, abraços e de muito orgulho dos pioneiros de uma terra abençoada chamada Brasil: foi esse ambiente observado em um encontro com ar de reunião em família da população originária do Maranhão e do país ao ver, ao vivo, o recebimento da Medalha Sousândrade pela ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara. A honraria foi entregue pelo reitor Natalino Salgado, em uma cerimônia realizada no auditório do Palácio Cristo Rei, fato que a própria ministra ressaltou, ao mencionar que foi a primeira vez que a casa recebeu uma cerimônia de posse de cargos públicos por indígenas, na ocasião, também pela posse do coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSei), Lúcio Guajajara.
A solenidade começou com muita emoção com as manifestações culturais dos povos Tenetehara/Guajajara, Ka’apor e povos Jê. Além do reitor e professor, Natalino Salgado Filho, e a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, estiveram na mesa o presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão, desembargador Paulo Velten; o deputado federal Márcio Jerry; deputado estadual Carlos Eduardo Lula; e a secretária de Estado de Direitos Humanos e Participação Popular, Lília Raquel Silva Souza.
O reitor ressaltou que a Universidade Federal do Maranhão se sente honrada em receber uma maranhense que trabalha e luta politicamente pelas conquistas sociais do povos indígenas e à frente como primeira ministra de Estado do recém-criado Ministério dos Povos Indígenas. “Reconhecemos que este momento é histórico e entrará para os anais de nossa Universidade, assim como foi a criação do Ministério dos Povos Indígenas pelo Governo Lula. O Maranhão se enche de orgulho de ter uma ministra dos Povos Indígenas, uma filha de sua terra, mulher indígena, militante do povo Guajajara/Tenetehara, da terra indígena Arariboia, em Amarante do Maranhão”, declarou.
A ministra enfatizou que o atual momento é uma oportunidade única para os povos indígenas, em que, estando na pasta do Ministério, almeja que outros indígenas possam ocupar também outros espaços da política indigenista, assim como Lúcio Guajajara assumiu a coordenação do DSei. “Foi muita luta para que os indígenas pudessem assumir os 34 Distritos Sanitários Espaciais Indígena do Brasil. Estamos brigando por essa reestruturação e estamos de fato em um novo momento, que não seja apenas de ocupar os espaços de participação, mas também de mudança de postura dentro da institucionalidade, dentro dos órgãos de governo, seja executivo, judiciário, congresso nacional, nas universidades”, pontuou.
Em seguida, houve a cerimônia de posse do novo coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei), Lúcio Guajajara, com a presença da própria ministra Sônia Guajajara e de Maria Santana Guajajara, da Aldeia Lagoa Quieta, do Território Indígena Araribóia. liderança, parteira, avó do coordenador Lúcio Guajajara; de Cíntia Guajajara, da Aldeia Lagoa Quieta, do território indígena Araribóia. mestra em Linguística e liderança indígena; de Marcilene Guajajara, coordenadora geral da Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas do Maranhão (Coapima); do vereador José Arão Marizé Guajajara; o líder Krikati Lourenço Krikatia; de Rosilene Guajajara, secretária adjunta dos Direitos dos Povos Indígenas; de Ricardo Tapeba, secretário especial de Saúde Indígena; e de Quintino Ka’apor, presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena do Maranhão.
Sobre o DSei
O Distrito Sanitário Especial Indígena do Maranhão está localizado na região denominada “Amazônia Legal”. Trata-se de uma região com alta concentração indígena, considerada a sétima maior do país com 43.151 indígenas, distribuídos em 20 etnias em seis polos base. O distrito se concentra entre os municípios de Amarante, Arame, Barra do Corda, Grajaú, Santa Inês e Zé Doca, com três Casas de Saúde do Índio, dispostas em São Luís, Imperatriz e Teresina, no Piauí. As etnias principais são Guajajara, Gavião, Awá-Guajá, Urubu-Kaapor, Krikati, Kanela e Timbira.
Saiba mais
Instituída pelo Conselho Universitário em 22 de setembro de 1981, a Medalha Sousândrade é conferida para profissionais que tenham trabalhado pela instituição e que, ao longo de sua atuação, contribuíram de forma significativa na estruturação, no funcionamento e na projeção da Universidade ao longo da sua existência. A medalha também é concedida a personalidades que, embora não atuem na UFMA, trabalharam em prol da educação e da cultura do Maranhão.
A Medalha leva esse nome devido à figura de Joaquim de Sousa Andrade, publicamente conhecido por Sousândrade, um dos maiores poetas do Brasil. Ele foi presidente do primeiro Conselho Municipal de São Luís, criou escolas municipais mistas e noturnas na cidade, idealizou a bandeira do estado e foi um dos primeiros intelectuais que tentou instituir uma universidade no Maranhão.
Confira as fotos:
Por: Luciano Santos
Fotos: Luciano Santos
Revisão: Jáder Cavalcante