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DIA INTERNACIONAL DA IGUALDADE FEMININA

UFMA avança na Igualdade Feminina: mulheres lideram ciência, inovação e empreendedorismo na instituição

publicado: 26/08/2024 09h08, última modificação: 26/08/2024 09h08
UFMA avança na Igualdade Feminina: mulheres lideram ciência, inovação e empreendedorismo na instituição

A luta pela igualdade de gênero tem ganhado força ao longo dos anos. O Dia Internacional da Igualdade Feminina, celebrado em 26 de agosto, foi instituído pelo Congresso dos Estados Unidos em 1973 para marcar a luta das mulheres por seus direitos, especialmente, o direito ao voto conquistado pelas americanas em 1920. No Brasil, elas obtiveram o direito de votar em 1932. O Dia Internacional da Igualdade Feminina é uma oportunidade para reconhecer tanto os avanços alcançados quanto os desafios que ainda persistem.

Em todo o mundo, a participação feminina em áreas como política, mercado de trabalho, educação e ciência tem aumentado significativamente. Na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), há um comprometimento em promover oportunidades para que as mulheres acessem esses espaços, sobretudo, nas áreas de ciência, inovação e empreendedorismo.

Esses esforços são visíveis em diversas frentes. Majoritariamente, o público que mais representa a Universidade é o feminino. A UFMA conta com um total de 13.132 alunas matriculadas em cursos de graduação e 1.841 funcionárias, sendo 903 docentes e 938 técnicas. No campo da pós-graduação, a instituição tem atualmente um total de 753 docentes permanentes, e 44,5% são mulheres; dos 2.543 alunos matriculados ativos em 2024, 53,1% são mulheres, responsáveis por produzir ciência nas mais diversas áreas do conhecimento.  

Na ciência, o Brasil é o terceiro país com maior participação feminina, ficando atrás apenas da Argentina e de Portugal (52%), conforme o relatório da Agência Boris. O relatório destacou um número significativo de mulheres como autoras e coautoras de publicações científicas no país. A participação feminina cresceu 29% nos últimos anos, e, em 2022, as mulheres representaram 49% da produção científica nacional.

No que se refere às pesquisas realizadas na UFMA, por meio do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) e de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI), atualmente, os programas contam com 538 alunas e 208 docentes mulheres, em um total de 1.363 pessoas, distribuídas em programas na graduação e do ensino médio. Um dos resultados positivos dessa inclusão também pode ser contabilizado em premiações de eventos científicos. Aproximadamente, 70% dos trabalhos premiados no SEMIC e SEMITI 2023 são de participantes femininas. 

Outro dado relevante é o percentual de patentes depositadas por mulheres na UFMA, que atinge a marca de 48%. Os índices revelam a crescente participação feminina na pesquisa e no desenvolvimento.

Empreendedorismo Feminino na UFMA

Mas a UFMA não apenas incentiva a participação feminina na academia, também apoia ativamente a liderança de mulheres em startups e empresas juniores. Atualmente, 41,15% dos negócios em atividade no Maranhão contam com a participação feminina no quadro societário, de acordo com os dados da Junta Comercial do Estado do Maranhão (Jucema), e essa tendência é refletida na UFMA, onde 28,5% das startups incubadas no programa “Conecta UFMA” são lideradas por mulheres. Além disso, entre as 26 empresas juniores da instituição, 60% possuem mulheres em posições de presidência.

O compromisso da UFMA com a inovação e o empreendedorismo feminino também se manifesta no número de projetos inovadores coordenados por mulheres. Dos 85 projetos válidos atualmente em execução ou em processo de aprovação institucional, 49,4% são liderados por pesquisadoras, um número que tem crescido significativamente, nos últimos anos. Esse crescimento reflete o ambiente de apoio e incentivo que a Universidade oferece às suas acadêmicas.

A professora de Comunicação Social – Jornalismo da UFMA e pesquisadora sobre igualdade gênero, Leila Lima de Sousa, analisa que os números destacam uma crescente participação feminina nos espaços científicos como um todo.  “O principal dado que a gente pode interpretar, com base nesses números, é que as mulheres têm ocupado espaços significativos dentro de vários segmentos sociais. E espaços que antes, por exemplo, eram predominantemente masculinos. Hoje a gente já consegue identificar presença feminina que vai aumentando com o passar do tempo, inclusive, com estratégias mais criativas de ocupação desses espaços, ou de transformação de determinados espaços, como empreendedorismo, que hoje tem muitas mulheres trabalhando na oferta de serviço para mulheres ou de gerar oportunidade para outras mulheres. O que é perceptível é que, mesmo em meio a todas as dificuldades, as mulheres vão criando táticas para ocupar esses espaços”, observa.

No entanto, apesar dos esforços para promover um ambiente mais equitativo, ainda há um longo caminho a ser percorrido. Segundo o relatório do Fórum Econômico Mundial, a igualdade de gênero só será plenamente alcançada daqui a 132 anos.

“Promover a igualdade de gênero é, antes de tudo, pensar com base em uma lógica de como esse gênero é construído, como essa construção social do gênero impacta diretamente na atribuição de valor, na construção de status, na imposição de determinados papéis. Como podemos romper com essa lógica com base nesse pensamento? Gênero estrutura determinadas tarefas, determinados papéis, determinadas espaços? Legitima, por exemplo, determinadas características que ficcionalmente são consideradas masculinas e por isso são mais acreditadas. São mais legitimadas. Então, é rompendo com isso, com essa ideia falaciosa e já colocando ali que a gente precisa ter espaços mais diversos e ter espaços onde haja um equilíbrio de funções que sejam exercidas por homens e por mulheres”, defende a pesquisadora.

A UFMA se destaca como uma instituição comprometida em promover e contribuir para o avanço das mulheres na ciência, educação, inovação e no empreendedorismo. Por meio de iniciativas inclusivas e políticas de igualdade de gênero, a Universidade tem trabalhado ativamente para criar um ambiente acadêmico que reconheça e valorize cada vez mais as contribuições das mulheres cientistas.

A pró-reitora da Agência de Inovação, Empreendedorismo, Pesquisa, Pós-Graduação e Internacionalização da UFMA (Ageufma), Flávia Nascimento, frisa que os expressivos números de mulheres destacadas na UFMA são reflexo do compromisso com a equidade.

“A UFMA tem inserido em seus debates e políticas a igualdade de gênero, o respeito, a acessibilidade, a equidade, o combate a qualquer tipo de preconceito, assédio e discriminação. Hoje há equidade nos cargos de gestão superior. Além disso, a UFMA tem formado muitas mulheres em nível de graduação e pós-graduação, e nada melhor que a educação e a melhor condição de empregabilidade para tornar a mulher mais independente e consciente do seu papel na sociedade.”

A técnica-administrativa do Centro de Ciências de Pinheiro Rosiane de Oliveira Silva frisa que a UFMA desempenha um papel essencial na promoção da igualdade de gênero por meio de políticas institucionais, integração de questões de gênero no currículo e criação de um ambiente acadêmico inclusivo.

“A UFMA, por ser instituição de ensino, tem um papel crucial no fomento à igualdade de gênero por meio de várias iniciativas e estratégias nas dimensões das políticas institucionais, uma vez que busca implementar políticas e diretrizes que promovam a igualdade de gênero dentro da instituição, além de políticas claras sobre prevenção de assédio e discriminação. Além disso, a Universidade tem a capacidade de integrar questões de gênero em seus currículos acadêmicos. Oferecer disciplinas e cursos que abordem temas de igualdade de gênero e direitos das mulheres é uma maneira de educar estudantes e profissionais sobre a importância da equidade e garantir que a Universidade seja um ambiente inclusivo e seguro para todos os gêneros. Isso inclui medidas para assegurar a igualdade de oportunidades em processos seletivos e promoções e em atividades acadêmicas. Dessa forma, a UFMA não apenas cria um ambiente acadêmico mais justo e equitativo, mas também ajuda a formar profissionais conscientes e comprometidos com a promoção da igualdade de gênero em suas futuras carreiras”, aponta.

É com esse compromisso que a UFMA se destaca nessa luta. Reconhecendo a importância da participação feminina na ciência, a Universidade promove prêmios para pesquisadoras de destaque, incluindo duas categorias exclusivas para mulheres no Prêmio Pesquisador(a) Destaque da UFMA, cujas inscrições estão abertas até o dia 6 de setembro. Para mais informações, acesse aqui.

Além disso, pesquisadoras da instituição realizam diversas pesquisas voltadas para temas como a equidade de gênero, a saúde da mulher, o combate à violência doméstica, entre outros. Apesar dos desafios, os avanços nos direitos das mulheres têm sido significativos, e a crescente presença feminina na produção científica contribui tanto dentro quanto fora da Universidade.

Por: Sarah Dantas

Revisão: Jáder Cavalcante

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