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UFMA assina protocolo de intenções com o Sindicato dos Produtores de Cana, Açúcar e Álcool do Maranhão e do Pará

publicado: 18/11/2022 13h45, última modificação: 18/11/2022 18h04

A Universidade Federal do Maranhão, por meio da Agência de Inovação, Empreendedorismo, Pesquisa, Pós-Graduação e Internacionalização (Ageufma), assinou protocolo de intenções com o Sindicato dos Produtores de Cana, Açúcar e Álcool do Maranhão e do Pará (Sindicanálcool), em reunião realizada na quarta-feira, 16. O documento oficializa o interesse mútuo da Universidade e do sindicato em firmar parcerias público-privadas para o financiamento de pesquisas, ações e desenvolvimento de tecnologias relevantes às empresas do setor.

O documento foi assinado pelo vice-reitor da UFMA, professor Marcos Fábio Belo Matos, e pelo presidente do Sindicanálcool, Milton Campelo. O professor Marcos Fábio agradeceu aos representantes de empresas, aos chefes de Departamento e representantes de outras instituições de ensino presentes e enfatizou a importância da aproximação da UFMA com empresas do Maranhão.

“A palavra de ordem da atual gestão é a parceria. Temos consciência de que, se não nos abrirmos para as parcerias, estaremos nos fechando como Universidade, e dessa forma não conseguimos entregar o básico: ser uma instituição que gera ensino, pesquisa, inovação, empreendedorismo e que forma o ser humano e o profissional. Estamos abertos a quem quer fazer parceria conosco para o desenvolvimento do nosso estado”, ressaltou o vice-reitor.

A cláusula primeira do protocolo prevê o empenho das partes para a sistematização de uma tríplice-hélice — modelo de inovação em que a Universidade, empresa e governo são os principais atores — da cadeia produtiva do etanol de cana-de-açúcar. O presidente do Sindicanálcool afirmou que o incentivo à pesquisas desse campo é uma pauta de interesse global.

“O mundo está passando por um momento de transição energética em que há necessidade da diminuição do consumo de combustíveis fósseis, e o Brasil já tem a tecnologia para produção de etanol com cana-de-açúcar. Pretendemos, assim, fazer essa aproximação com a UFMA e demais universidades para melhorar cada vez mais a eficiência energética e econômica das nossas indústrias”, ponderou Campelo.

Para a atual diretora de Relações Institucionais do Sindicanálcool e diretora da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (Fiema), Cintia Ticianeli, o evento marcou o avanço na parceria entre as unidades produtoras do estado e academia em prol de uma agenda de sustentabilidade no setor energético.

“O Brasil é protagonista na busca por formas mais sustentáveis de produção. Temos 50% da matriz energética do país proveniente de fontes sustentáveis, e só o etanol contribui com 20% dessas fontes renováveis. Produzimos etanol aqui no Maranhão, então este é um momento muito oportuno para, a partir dessa aliança, estimular a pesquisa por meio de inovação e tecnologia e, dessa forma, continuarmos aperfeiçoando a produção de combustíveis renováveis e contribuirmos para uma mundo mais sustentável”, pontuou a diretora da Fiema.

Saiba mais

A extração e utilização do etanol de cana-de-açúcar no Brasil remonta ao ano de 1925, quando foi criado o primeiro carro movido a álcool do país. Foi apenas na década de 70, no entanto, que a produção do biocombustível foi impulsionada. Devido a uma crise de abastecimento de petróleo, houve a necessidade de investimento em alternativas, e o Brasil, pautado em programas governamentais como o Pró-Álcool, incentivou a produção de etanol em grande escala, a fim de promover a independência energética brasileira.

Hoje, o Brasil é o segundo maior produtor mundial de etanol combustível, sendo classificado como a primeira economia sustentável com base em biocombustíveis do mundo, e o etanol de cana-de-açúcar é considerado o combustível mais bem-sucedido até o momento, sucesso esse que vem atrelado às tecnologias agrícolas desenvolvidas para a extração do combustível.

A transformação da cana em etanol implica uma série de processos, passando pelo plantio e a colheita dos canaviais até chegar às indústrias. Nas fábricas, a cana é moída por rolos trituradores, gerando um caldo e um bagaço residual que pode ser usado para gerar energia. O caldo é filtrado e purificado, tornando-se melaço.

Por fim, o melaço é fermentado, processo que pode durar de oito a doze horas, gerando um vinho fermentado composto por 10% de etanol, que é separado da água por meio da destilação para, então, ser comercializado.

Confira as fotos:

Assinatura de convênio entre a UFMA e o SINDCANALCOOL - 04-11-2022

Por: Orlando Ezon

Revisão: Jáder Cavalcante

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