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UFMA assina Carta de Belém em compromisso com o desenvolvimento sustentável
Às vésperas da COP 30, que ocorrerá no Pará, em novembro deste ano, a Universidade Federal do Maranhão (UFMA) reafirma seu compromisso com a ciência e a justiça climática ao figurar entre as signatárias da Carta de Belém, documento elaborado por redes de pesquisa, universidades, institutos e comunidades tradicionais da Amazônia Legal.
A assinatura contou com a participação do Programa de Pesquisa em Biodiversidade da Amazônia Oriental (PPBio AMAR) da UFMA, que integra uma ampla articulação científica voltada para fortalecer a sociobiodiversidade e apresentar propostas concretas para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. O lançamento ocorreu no dia 26 de setembro, durante o encerramento do encontro “Conexões Amazônicas: Ciência em Rede para a COP30”, realizado na Universidade Federal do Pará (UFPA).
Reconhecida como um documento histórico, a Carta de Belém reúne as contribuições de mais de 120 pesquisadores da região e é fruto do esforço conjunto das principais redes amazônicas. É um caminho para a implementação das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC) do Brasil, compromisso firmado no Acordo de Paris para diminuição do aquecimento global e construção de políticas públicas concretas.
Segundo a coordenadora geral do PPBio Amar, professora Cláudia Quintino, um dos principais objetivos é fortalecer a proposta da COP 30. “Ela foi elaborada às vésperas da Conferência justamente para dar visibilidade global às vozes da Amazônia, mostrando que as soluções para a crise climática devem partir também do conhecimento produzido na região e do protagonismo de seus povos e comunidades tradicionais; sensibilizar tomadores de decisão e a sociedade, além de antecipar contribuições científicas e sociais ao debate internacional”, destacou.

Entre as propostas, estão o monitoramento de longo prazo dos ecossistemas amazônicos com participação de comunidades tradicionais, a urgência de novos planos agrícolas e alimentares sustentáveis, a implementação de estratégias de adaptação das cidades aos efeitos das mudanças climáticas e o fortalecimento do desenvolvimento humano e social na região.
A professora Cláudia Quintino ressaltou o caráter transformador da iniciativa. “A Carta tem grande potencial de influenciar políticas públicas. Isso porque suas propostas estão alinhadas às NDCs brasileiras, que orientam a ação do Estado em relação ao Acordo de Paris, assim como reivindica investimentos em educação, pesquisa e formação e propõe medidas concretas para a agricultura sustentável e estratégias de saúde pública, que podem subsidiar legislações e programas governamentais”.
Papel da Universidade
A UFMA já possui um longo caminho de comprometimento com a justiça ambiental. Em 2023, aprovou o projeto PPBio (Projeto de Pesquisa em Biodiversidade), o primeiro coordenado por Pesquisadores do Maranhão, com a finalidade de monitorar a biodiversidade da Amazônia Maranhense. “Por esse motivo, a Rede tem se unido às demais redes amazônicas em defesa da sociobiodiversidade”, explicou a professora.
Ao aderir ao documento, a Universidade reforça seu posicionamento como instituição amazônica. “A assinatura fortalece ainda a imagem da UFMA como instituição que não apenas produz ciência, mas também promove justiça social e ambiental”, conclui Cláudia.
Com a adesão ao documento, as universidades públicas reforçam seu papel técnico e político no debate que ganhará destaque durante a COP 30. A expectativa é que a ciência produzida na Amazônia ocupe lugar central nas discussões internacionais, evidenciando a urgência do desenvolvimento sustentável e valorização dos saberes locais.
Por: Giovanna Carvalho
Revisão: Jáder Cavalcante