Notícias
UFMA amplia cooperação internacional por meio do Programa Abdias Nascimento
Na última semana, a Universidade Federal do Maranhão (UFMA) formalizou a participação no projeto "Juventudes na Amazônia Oriental: Educação e Diversidade Étnico-Racial em Contextos Afrodiaspóricos", contemplado no Edital nº 16/2023 do Programa de Desenvolvimento Acadêmico Abdias do Nascimento, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), em colaboração com a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Universidade Federal do Pará (UFPA), University of Birmingham (Reino Unido), Universidad Externado de Colombia (Colômbia) e Georgia State University (Estados Unidos). Da UFMA, integram o projeto os Programas de Pós-graduação em Sociologia (PPGS) do Câmpus Imperatriz e em Cultura e Sociedade do Câmpus Bacanga.
“Juventudes na Amazônia Oriental: educação e diversidade étnico-racial em contextos afrodiaspóricos” é um projeto interinstitucional e internacional que reúne pesquisadores, com foco na Amazônia Oriental, abrangendo os estados do Pará, Maranhão, Amapá, Tocantins e Mato Grosso, e com o objetivo de apreender expressões das diferentes juventudes vivenciadas nesses territórios com atenção às juventudes negras, indígenas e quilombolas.

Docente do Programa de Pós Graduação em Sociologia, Karina Almeida de Sousa esteve na reunião que confirmou a participação da UFMA no projeto e destacou a importância para a instituição. “Para além da revisão bibliográfica ampla e também as pesquisas de campo em torno desse tema que é tão importante, que é o debate sobre as juventudes na Amazônia Oriental, nós também temos uma importante contribuição nesse projeto, que é o processo de mobilidade mesmo dos estudantes. Então, a gente tem a possibilidade de enviar um grupo de seis estudantes durante três anos, começando agora, em 2025”, pontuou Karina.
O projeto, que terá continuidade em 2026 e 2027, poderá ser uma experiência transformadora para os estudantes, que terão acesso a bibliografias internacionais, novas estruturas universitárias e bibliotecas, além de ampliarem suas perspectivas teóricas, epistemológicas e metodológicas. O intercâmbio também promoverá trocas culturais e linguísticas significativas.
Karina também ressaltou o impacto do projeto para os programas de pós-graduação dos participantes, sobretudo no âmbito da internacionalização: “Acredito também que, para a própria trajetória desses programas, é um momento muito importante. Com o curso de doutorado recém-aberto e o programa de sociologia também, um programa jovem, a gente está tendo oportunidade de acessar espaços de internacionalização, o que é muito importante para a Universidade, particularmente, para a pós-graduação. No campo da sociologia, essa é uma exigência, por exemplo, para os programas que são nota 5, 6. Então, eu diria que o PPGS já está aí à frente, investindo em uma área que é importante, tanto para o desenvolvimento das pesquisas, quanto da formação dos estudantes que passam pelo PPGS, e também a ampliação das redes de pesquisa entre os próprios docentes desses programas”.
Segundo a docente, além das ações no âmbito do Projeto Abdias, já estão em articulação novas possibilidades de cooperação com as instituições da Colômbia e de Birmingham. As expectativas são promissoras, e a importância dessa iniciativa transcende o momento atual, abrindo caminho para futuras colaborações acadêmicas e institucionais.
A reunião, que foi presidida pelo diretor de Internacionalização da CAPES, Rui Vicente Oppermann, contou com a participação da responsável por atuar nas ações de internacionalização na Capes, no âmbito da Coordenação-Geral de Programas de Cooperação Internacional (CGPCI), Helena Cristina Carneiro Cavalcanti de Albuquerque; da equipe do Projeto Abdias Nascimento, estiveram presentes na reunião Karina Almeida de Sousa, Wilma Baía Coelho, Tatiane Cosentino Rodrigues (coordenadora geral do projeto) e Angelo Martins Júnior, representante da Universidade de Birmingham no projeto.

O projeto
O projeto “Juventudes na Amazônia Oriental: educação e diversidade étnico-racial em contextos afrodiaspóricos” está organizado em três fases. A primeira contempla a produção e sistematização de indicadores sociais, com foco nas juventudes, em articulação com o acesso e permanência no Ensino Médio. A segunda fase compreende a análise, sistematização e divulgação dos dados e resultados do projeto em uma interface remota e interativa de pesquisas já realizadas e que expressem as pluralidades juvenis desse território. A terceira fase da pesquisa será realizada por meio de grupos cooperativos e em intercâmbio remoto com jovens dos dois países da proposta, com vistas a registrar percepções/expressões de agência (estética, política, nas sociabilidades e projeções de futuro) das/os jovens.
O propósito é oferecer subsídios teóricos, metodológicos, didáticos e pedagógicos a profissionais que trabalham com jovens, especialmente, profissionais da Educação Básica, bem como diálogos para o reconhecimento intercultural entre essa pluralidade de juventudes, compreendendo-as como sujeitos em suas singularidades.
A participação da UFMA no projeto “Juventudes na Amazônia Oriental” não apenas amplia suas fronteiras de atuação na pesquisa, como também cria oportunidades concretas de formação acadêmica e intercâmbio cultural para seus estudantes e docentes. O protagonismo da instituição em ações de internacionalização, como essa viabilizada pelo Programa Abdias Nascimento, contribui diretamente para o fortalecimento de seus programas de pós-graduação e para o posicionamento da Universidade como um polo estratégico de produção de conhecimento sobre as realidades amazônicas, afrodiaspóricas e juvenis. Essa iniciativa reafirma o papel da UFMA na construção de redes globais de cooperação científica voltadas para a transformação social e o enfrentamento das desigualdades.
Por: Ingrid Trindade
Fotos: arquivo pessoal
Revisão: Jáder Cavalcante