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DIA NACIONAL DE ZUMBI E DA CONSCIÊNCIA NEGRA

UFMA alerta sobre expressões racistas que devem ser eliminadas do vocabulário

publicado: 20/11/2025 08h51, última modificação: 20/11/2025 08h52
UFMA alerta sobre expressões racistas que devem ser eliminadas do vocabulário

Consolidando-se como um espaço de ensino e debates, a Universidade Federal do Maranhão (UFMA), no Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, celebrado neste 20 de novembro, reforça a importância de refletir sobre como práticas cotidianas contribuem para a reprodução de desigualdades históricas.

No enfrentamento à discriminação racial, é fundamental reconhecer as nuances presentes nas práticas históricas e atuais e, sobretudo, extinguir termos racistas que reproduzem e reforçam o racismo.

Nesse sentido, o professor do curso de Licenciatura em Estudos Africanos e Afro-brasileiros da UFMA, Rosenverck Estrela Santos, ressalta que compreender como o racismo funciona em todas as esferas da vida é essencial para desenvolver consciência racial e agir de forma antirracista.

“Discutir o racismo, conhecer seus fundamentos, sua gênese, suas performances e características, entender como ele se manifesta institucionalmente, na linguagem e na cotidianidade de nossas vidas é fundamental para o processo de conscientização racial e luta antirracista. Se não conseguimos entender a existência do racismo e como ele opera, não o combateremos, pois acabaremos caindo no mito da democracia racial. Portanto, conscientizar-se dos termos racistas é entender que o racismo opera na institucionalidade, nas relações de poder e macroeconomia, mas também no nosso dia a dia, na nossa subjetividade. Se conscientizar sobre isso é dar um passo importante para se tornar uma pessoa antirracista”, explica.

Assim, para combater práticas racistas e conscientizar cada vez mais sobre a importância de efetivar ações e iniciativas que garantam a inclusão e igualdade racial, confira dez expressões consideradas racistas e saiba qual termo correto usar:

1. “Negro de alma branca”, expressão que pressupõe que o negro só pode ter aspectos positivos se for associado à pessoa branca.  Pode ser substituído por expressões elogiosas sem racializar, como por exemplo: pessoa íntegra.

2. “Mulata ou Mulato” palavra que deriva de “mula”, animal estéril que transforma a população negra numa população degenerada que não pode se reproduzir enquanto povo. Pode ser substituído por: negro ou negra, ou mestiço, mestiça.

3. “Da cor do pecado”, expressão que associa a cor negra a erotização e ao mesmo tempo o compara religiosamente a questões contrárias a ética da cristandade. Pode ser substituído por: virtude, bonito, atraente, sem racializar.

4. “Moreno(a)” palavra utilizada para evitar o ser negro, por associá-lo a algo negativo. Usar o termo correto da autodeclaração: preto ou pardo, população negra.

5. “Serviço de preto”, expressão que associa o trabalho negro a trabalha mal realizado e sujo. Não utilizar essa expressão e usar “trabalho mal executado”, nunca racializando.

6. “Criado-mudo”, termo historicamente associado a escravizados colocados ao lado da cama para servir em silêncio. Utilizar: mesa de cabeceira.

7. “Inveja branca”, insinua que o branco é positivo e o preto é negativo. Utilizar: desejo, inveja boa ou inveja ruim, mas nunca racializar.

8. “Lista negra” termo que faz uma associação da cor negra com situações que indesejáveis ou que são ruins. Usar: lista proibida.

9. “Mercado negro” é um termo que força a associação simbólica entre a cor, a pessoa negra a algo ilegal. Substituir por: mercado ilegal ou mercado proibido.

10. “Preto de fome”, expressão usada para desqualificar ou humilhar pessoas negras, associando sua identidade racial à pobreza ou à miséria, reforçando estereótipos históricos de desumanização. Deve ser substituído por: muita fome, necessitado, mas nunca racializar.

Por: Diretoria de Comunicação da UFMA

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