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UFMA abre vagas para primeiro mestrado em Estudos Africanos e Afro-Brasileiros da Amazônia Legal brasileira

publicado: 21/08/2024 13h55, última modificação: 21/08/2024 15h34
UFMA abre vagas para primeiro mestrado em Estudos Africanos e Afro-brasileiros da Amazônia Legal brasileira

A Universidade Federal do Maranhão (UFMA) abre processo seletivo para ingresso na primeira turma do Programa de Pós-Graduação em Estudos Africanos e Afro-Brasileiros (PPGAFRO), com inscrições abertas até dia 20 de setembro. Serão oferecidas doze vagas para graduados de diversas áreas do conhecimento, com diplomas de graduação emitidos por instituições de ensino superior.  

O PPGAFRO é o primeiro mestrado na Amazônia Legal brasileira com foco exclusivo em estudos africanos e afro-brasileiros, marcando um avanço significativo na valorização da cultura africana no país, especialmente no Estado do Maranhão, que abriga uma das maiores concentrações de comunidades quilombolas e possui uma população majoritariamente negra, com, aproximadamente, 79% segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O programa é fruto das experiências e das contribuições do curso de Licenciatura em Estudos Africanos e Afro-Brasileiros da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), pioneiro no Brasil, iniciado em 2015.

O coordenador do programa, Sávio José Dias Rodrigues, esclarece como surgiu a ideia para implementar a pós na área e como o trabalho dentro da Licenciatura em Estudos Africanos e Afro-Brasileiros (Liesafro) foi essencial para a idealização desse programa de mestrado. “A trajetória para a criação desse projeto se intensificou na licenciatura em Estudos Africanos e Afro-Brasileiros, que começou em 2015, um trabalho coletivo essencial para a formação do programa de mestrado, encampado pelos professores Rosenverck Estrela Santos, Kátia Regis, Cidinalva Silva Câmara, Pollyanna Gouveia Mendonça Muniz, Tatiane da Silva Sales e outros professores do curso. Dentro da licenciatura, existiam as demandas pela implementação da Lei 10.639, das diretrizes para educação quilombola e também voltadas para a necessidade de pensar uma educação que valorize outra referência espacial, que está situada no continente africano ou que situa nos elementos da sua diáspora”, explica. 

O mestrado tem como área de concentração “Estudos Africanos e Afro-Brasileiros: interlocução e produção de conhecimentos baseada na Cooperação Sul-Sul” e conta com duas linhas de pesquisa: a primeira de Educação, Culturas e Políticas Públicas; e a segunda, Territórios, Linguagens e Africanidades, referente às demandas de pesquisa elaboradas levando em conta a importância do Estado do Maranhão para o estudo dessa área e a profunda influência africana no território brasileiro.

“A importância dessa implementação do mestrado leva em conta o contexto estadual e como esse espaço se torna importante no Brasil em referência à riqueza de comunidades quilombolas e negras, e, ao mesmo tempo, também se destaca ao pensarmos na importância da afirmação da influência africana no território brasileiro e que, por muito tempo, foi apagada dos estudos em escolas, nas formações e em vários outros elementos formadores, e colocar isso como pauta na academia torna central no Brasil a herança africana e o estudo da história do Brasil, tendo assim a intenção de pensar no continente africano levando em conta a sua contribuição para a formação do Brasil”, frisa.

Além disso, Sávio Rodrigues destaca a importância desse programa de mestrado levando em conta a influência que pode exercer sobre o estudo dessa herança africana que foi, historicamente, pouco explorada na educação brasileira. 

“É com base na herança, sobretudo, nas comunidades negras no Brasil,  que o projeto do mestrado foi construído, e, principalmente, levando em conta o contexto do Estado do Maranhão, destacando-se como um dos estados com mais comunidades quilombolas, e um dos estados com maior população negra, torna-se essencial a implementação começando na UFMA. Ao mesmo tempo, é um dos estados com mais assassinatos de quilombolas e conflitos em áreas quilombolas, então se torna necessário também pois faz, por meio desse estudo, uma valorização à cultura afro-brasileira e serve de referência na área da luta antirracista”, declara o coordenador do PPGAFRO.

Por meio do programa de mestrado, a coordenação do  curso de Estudos Africanos e Afro-Brasileiros pretende continuar a realizar colaborações com países africanos, como por meio de intercâmbio realizado na Licenciatura, uma experiência enriquecedora para a dimensão global dos pesquisadores.

“As cooperações que fizemos com outros países, como Moçambique e Cabo Verde, também foram importantes e enriquecedoras para a formação do mestrado, tanto em nível de pesquisa internacional como por meio de alguns projetos de extensão financiados pela Fapema, realizando uma troca com esses países por meio dos intercâmbios feitos com esses países, levando alguns estudantes e professores para esses países para passar um curto período”, destaca Sávio Rodrigues.

O PPGAFRO, é vinculado ao Centro de Ciências Humanas (CCH) e é realizado por meio da Agência de Inovação, Empreendedorismo, Pesquisa, Pós-graduação e Internacionalização. O programa será sediado no Centro Pedagógico Paulo Freire, sendo o primeiro programa, em nível de mestrado, em Estudos Africanos e Afro-Brasileiros de um estado que compõe a Amazônia Legal brasileira. O cronograma completo do processo seletivo para o mestrado está disponível no edital.

Acesse o edital aqui. 

Por: Pedro Correa

Revisão: Jáder Cavalcante

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