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Turma de Hospitalidade e Turismo realiza ação “Fábrica Santa Amélia Anfitriã”, no Centro de São Luís
Raízes, cultura, memória e história são fatores fundamentais de preservação. Com esse objetivo, cinquenta estudantes da disciplina Hospitalidade e Turismo, do curso de Turismo do complexo Fábrica Santa Amélia, realizaram, na manhã de terça-feira, 23, a ação “Fábrica Santa Amélia Anfitriã”, sob a liderança do professor Ruan Tavares Ribeiro. O convite foi feito a toda a comunidade vizinha para conhecer o espaço e, com isso, contribuir com hospitalidade e valorização ao prédio que, atualmente, é patrimônio histórico tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Em uma longa e produtiva caminhada pelos arredores do Centro de São Luís, os alunos distribuíram cartões postais que narram, de forma clara, a história da Fábrica Santa Amélia, seguida de imagens que incrementam ainda mais sua narrativa. Pontos como Mercado Central de São Luís, Rua Grande, Rua de Santana, Centro de Ensino Sotero dos Reis e UEB Justo Jansen foram os locais visitados pelos participantes agraciados pelo convite.
Em defesa de salvaguardar memórias, por meio de preservação, o docente Ruan Ribeiro enfatizou que, para preservar um patrimônio, é crucial que a sociedade conheça a história dele. “Em primeira instância, sempre faço uma atividade prática com os alunos das minhas disciplinas. Para além de teorias, essa prática reforçou todas as nossas discussões em sala de aula, no que diz respeito à hospitalidade, que se estabelece entre anfitrião e hóspede”, destacou.
Na visão do presidente da Labotur Empresa Júnior de Turismo da UFMA, o discente Eduardo Moreira Gomes, a necessidade de dialogar sobre arte, cultura e educação com a comunidade, que está além dos muros da Universidade Federal do Maranhão, não só preserva o patrimônio, como também resgata a história e perpetuam valores. “A iniciativa surgiu da necessidade de dialogar com a sociedade sobre o complexo Fábrica Santa Amélia como importante patrimônio histórico da cidade. Fora desse ambiente acadêmico, o complexo também é um lugar acolhedor, onde as pessoas têm acesso à história, cultura e, ainda, às atividades que são realizadas ao decorrer dos cursos Turismo e Hotelaria”, acrescentou.
Entre os beneficiados pelo convite, estava a aposentada Vera Lúcia de Azevedo Rocha, de 63 anos de idade, que ressaltou a necessidade de preservar a história. “A Fábrica Santa Amélia, que foi um grande divisor de águas do Maranhão, é um patrimônio antigo. De certa forma, está atrelada à minha ancestralidade, pois a mãe da minha sogra trabalhou lá. Com esse maravilhoso convite, pretendo juntar toda a minha família para visitar o local. Quando chego em um ambiente histórico, como esse, transporto-me à sua antiga era”, comentou, com emoção.
Saiba mais
A história da Fábrica Santa Amélia iniciou-se no século XIX, com a Campanha de Lanifícios Maranhense, instalada em 1892. O industrial Cândido Ribeiro arrematou a fábrica e o maquinário em 1902. Outro ponto importante é que tanto a Fábrica Santa Amélia quanto a Fábrica São Luís chegaram a contar com 670 trabalhadores e 294 teares, produzindo cerca de 3.500 metros anuais de brins e riscados, que também eram exportados para países da América Latina, bem como à Inglaterra. A partir de 1966, a Fábrica encerrou suas atividades industriais.
Em 1987, os prédios foram tombados pelo Iphan e, posteriormente, doados à UFMA. O ano de 2008 foi marcado com o início do projeto de restauração e adequação do prédio, por meio da parceria entre a Universidade e o Iphan. Nove mil metros quadrados foram restaurados e reabilitados, sendo mantidas as características históricas originais dos prédios, tais como azulejos portugueses, telhas francesas, estruturas metálicas inglesas e escada helicoidal escocesa. Já em agosto de 2018, passaram a funcionar no complexo Fábrica Santa Amélia os cursos de graduação em Turismo e Hotelaria, criados em 1987 no Câmpus Cidade Universitária Dom Delgado.
Por: Lucas Araújo
Produção: Bruna Castro
Fotos: Karla Costa
Revisão: Jáder Cavalcante