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Tecnologia que aproxima: o PetComp e sua missão para além da sala de aula
“Eu sinto que eu pude melhorar não só como profissional, mas também como pessoa, porque eu aprendi muito trabalhando em equipe”, afirma Francisco Roberto, estudante de Ciência da Computação da UFMA. Ele integra o PetComp, programa que tem contribuído para o aprimoramento da formação acadêmica dos alunos por meio da pesquisa e de vivências práticas, dentro e fora da Universidade.
Seu depoimento reflete a identidade do PetComp e o que tem proporcionado a estudantes desde sua criação. Com mais de uma década de existência no curso de Ciência da Computação da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), o Programa de Educação Tutorial tem se destacado por oferecer aos discentes uma formação que vai além da técnica. Com ações que envolvem todos os três pilares da universidade pública, o grupo se destaca pelas constantes atividades desenvolvidas e pelo engajamento dos discentes na construção de projetos variados.
“O PetComp trabalha nessa triagem de Ensino, Pesquisa e Extensão. Todo ano, elaboramos uma proposta de plano de trabalho, identificamos as ações que podemos fazer. De maneira geral, tem muitos projetos sendo desenvolvidos”, destacou o professor tutor do programa, Luis Rivero.
Aprender, aplicar e compartilhar: a base da atuação no PetComp
Sempre desenvolvendo múltiplas atividades ao longo do semestre, os petianos se dividem entre a produção de conteúdos, organização de eventos e ações de apoio à comunidade acadêmica. Algumas dessas iniciativas já se tornaram tradição no calendário do grupo, como a calourada, recepção organizada para integrar os novos discentes do curso, e o estande na Feira das Profissões, que apresenta o curso de Ciência da Computação e outros da Universidade ao público em geral.
Outros eventos são voltados especificamente para a área da computação, como o Encontro Acadêmico de Computação (EAComp), que tem por objetivo acolher novos alunos e apresentar as diversas oportunidades existentes dentro da graduação. A Jornada de Informática do Maranhão (JIM), por sua vez, tem caráter técnico-científico e promove o intercâmbio entre diferentes atores do setor de informática da região, discutindo como a computação pode ser aplicada na solução de problemas do estado.
Já no cenário nacional, os petianos também participam do Encontro Nacional do Programa de Educação Tutorial (ENAPET), evento que reúne discentes, docentes e interlocutores do PET de todo o país para discutir coletivamente temas relevantes à continuidade e ao fortalecimento do programa.
Além dos eventos, o PetComp também atua no desenvolvimento de softwares e sistemas que atendem a demandas da própria UFMA e de projetos parceiros. Isso ajuda os discentes a desenvolver habilidades de produção em uma das vertentes mais fortes na área de Ciência da Computação.
Como uma forma de democratizar o conhecimento, várias ações desenvolvidas visam ampliar o alcance da computação para além dos muros da Universidade. Assim, o grupo desenvolve e realiza uma série de atividades formativas como minicursos, oficinas, palestras, jogos interativos e rodas de conversa, voltadas para públicos diversos, desde estudantes da UFMA até membros da comunidade em geral.
Todas essas atividades, aliadas à pesquisa, podem contribuir significativamente para o cotidiano de diferentes públicos. “Nós temos um curso, por exemplo, sobre segurança na web. Explica como criar uma senha, como você evita não cair em golpes, entre outras dicas. Os cursos estão publicados no YouTube. Dessa forma, o pessoal disponibiliza o que tem sido trabalhado e o que é tecnologia de ponta desenvolvida aqui dentro da Universidade, que é uma coisa que as pessoas precisam conhecer”, explicou o professor Luis Rivero.
Formação humana e técnica
Para além das habilidades técnicas, muitas das ações realizadas também contribuem para a socialização e o desenvolvimento do lado mais humano dos discentes.
Ao participar de projetos envolvendo, principalmente, monitoria e contato com o público externo, os graduandos sentem melhora na comunicação, trabalho em equipe, organização e liderança, as soft skills, cada vez mais valorizadas no mercado de trabalho.
“Os principais elogios que os ex-petianos têm sobre o programa são principalmente de soft skills, que é, por exemplo, oratória, trabalho em equipe, principalmente prazos, a trabalhar com horários. Eu já estou no PET há mais de um ano e já fiz de tudo, mas só agora que eu peguei monitoria e percebi quão importante era para perder um pouco da timidez”, ressaltou o discente Anderson Batalha.
O ambiente também funciona como um espaço seguro de experimentação, onde os graduandos têm a oportunidade de explorar diferentes áreas da computação até descobrirem com o que mais se identificam. Ampliando o olhar sobre si mesmos, muitos deles destacam experiências multidisciplinares como sendo muito importantes para encontrar um caminho profissional. “Nós conhecemos várias áreas da computação. Isso nos ajuda a ter uma visão de qual área da computação queremos focar. Podemos experimentar desenvolvimento, monitoria e pesquisa acadêmica. Ou seja, você pode ter várias visões do que você quer escolher e da área que você quer seguir”, pontuou a discente Geovanna Ingrid.
Projeto com impacto social
Uma das ações recentes que ganhou visibilidade foi o ExploraComp, evento voltado para estudantes do ensino médio, especialmente aqueles de baixa renda, que desejam conhecer de perto o universo da Computação. Nesta primeira edição, os petianos acolheram os alunos da escola pública Ayrton Senna, da cidade de Itapecuru-Mirim, para vivenciar na prática como é estudar na UFMA.
Um dos momentos mais marcantes foi a palestra da professora do curso Simara Vieira, que compartilhou sua trajetória como mulher de origem humilde que se tornou doutora em computação. A identificação dos estudantes com sua história despertou atenção, curiosidade e inspiração para os visitantes.
Geovanna reconheceu esse como um dos momentos em que os alunos mais se engajaram. “Foi muito interessante porque ela tem uma história parecida. Ela veio de uma realidade próxima à deles. Então, quando ela começou a palestra, eu percebi que eles prestaram bastante atenção. Porque ela é uma mulher, uma professora que chegou a um lugar bem alto... Acredito que isso interessou muito eles, tenho certeza que eles saíram bem inspirados”, comentou.
O objetivo é apresentar oportunidades de ingresso no ensino superior, inspirar trajetórias acadêmicas e aproximar jovens talentos da tecnologia e da inovação.
Protagonismo feminino
Embora ainda minoritária no curso, a presença feminina tem espaço garantido no PetComp. Um dos projetos desenvolvidos é o Girls ++, que tem por foco incentivar o ingresso de mais mulheres no campo da computação, desde o ensino médio fundamental e médio. Geovanna Ingrid, representante das mulheres no grupo atual, destacou a importância dessas iniciativas.
“Quando entrei na UFMA, vi que não existem muitas, mas existem várias mulheres no curso, e que não é uma área exclusiva de homens, qualquer pessoa pode estudar exatas, claro, existem dificuldades tanto para homens quanto para mulheres, mas, com esforço e dedicação, podemos vencer essas barreiras”.
Já no sétimo período da graduação, ela ressalta que o PetComp foi fundamental para ampliar seus horizontes e se sentir parte de um espaço onde é respeitada e estimulada a crescer.
Com ações diversas, o PetComp se consolida como um espaço dinâmico e formativo, com impacto real na vida dos atuais discentes e futuros profissionais.
Para conhecer mais sobre o PetcComp, acesse o site ou o instagram.
Por: Giovanna Carvalho
Produção: Sarah Dantas
Fotos: Giovanna Carvalho
Revisão: Jáder Cavalcante