Notícias

Saberes e sabores: UFMA promove encontro sobre comida, cultura e acolhimento dos Terreiros de São Luís

publicado: 10/07/2025 13h08, última modificação: 10/07/2025 13h47
Saberes e sabores: UFMA promove encontro sobre a comida, cultura e acolhimento dos Terreiros de São Luís

A Universidade Federal do Maranhão (UFMA), por meio do curso de Hotelaria, Câmpus São Luís, realiza, nessa sexta-feira, 11, o I Encontro os Sabores do Acolhimento: comidas de Terreiro em São Luís do Maranhão. O evento ocorre no auditório do Complexo Fábrica Santa Amélia, das 13h30 às 17h, com inscrições gratuitas e abertas ao público interno e externo.

Idealizado pelas discentes Karen Frazão e Caroline dos Santos, o encontro nasceu do desejo de valorizar e reconhecer as práticas alimentares dos terreiros como expressões de resistência, identidade, memória e hospitalidade. “A ideia surgiu da vontade de valorizar a culinária de matriz africana, especialmente, as comidas de terreiro, como forma de resistência, identidade e acolhimento. Nós duas temos interesse em promover discussões que unem alimentação, cultura e ancestralidade, e percebemos que havia um espaço importante para trazer esse tema ao ambiente acadêmico”, explicam as organizadoras.

A programação do evento contará com mesa de conversa reunindo convidados especiais. A acadêmica e pesquisadora Maria da Graça Reis Cardoso vai abordar aspectos culturais, históricos e sociais ligados à culinária afro-brasileira. Gustavo Lima Costa, pai de santo e responsável pelo Terreiro Rei Sebastião, compartilhará sua vivência sobre a comida nos rituais e no cotidiano dos terreiros. Além das falas, o público poderá participar de momentos vivenciais e sensoriais, incluindo a degustação de feijoada, prato simbólico das casas de axé, e a distribuição de bombons inspirada na tradição de São Cosme e São Damião. “Mais do que falar sobre comida, queremos que as pessoas sintam o que ela representa. A comida de terreiro é afeto, é resistência, é memória viva", destaca Karen.

Segundo Caroline, cada detalhe do evento foi pensado para traduzir colhimento e respeito às tradições. “Pensamos cada detalhe do evento como um gesto de acolhimento. Queremos que o público vivencie, de verdade, a potência cultural que existe em cada prato, em cada fala, em cada oferenda”, afirma. Para elas, o encontro busca aproximar os saberes tradicionais dos terreiros do ambiente acadêmico, promovendo o reconhecimento da comida de terreiro como parte fundamental da história e da cultura afro-brasileira.

As organizadoras enfatizam que o evento é um convite aberto à escuta sensível, ao respeito religioso e à valorização de experiências muitas vezes marginalizadas ou silenciadas nos espaços institucionais. “Convidamos toda a comunidade acadêmica, e também o público externo, a participar desse momento de troca, aprendizado e vivência. Será um evento para se alimentar com o corpo e com a alma, por meio das falas, dos sabores, dos encontros e das memórias partilhadas. Venham de coração aberto!”, convidam.

Para Karen e Caroline, mais do que uma atividade curricular, o encontro é uma entrega afetiva construída com cuidado, respeito e esperança. “Esperamos que o evento seja um marco simbólico e afetivo dentro da Universidade. Que ele fortaleça o diálogo entre a academia e os terreiros, inspire novas ações que valorizem os saberes ancestrais e promova o respeito às tradições afro-brasileiras dentro e fora dos espaços institucionais. Queremos que cada pessoa que participe saia tocada — pela comida, pelas histórias, pelo afeto e pela força coletiva que a cultura de terreiro carrega”, asseguram.

Elas concluem com convite sincero. “Nosso maior desejo é que as pessoas saiam do evento sentindo que viveram algo verdadeiro, potente e transformador. Que levem consigo não só os sabores, mas também as reflexões, os afetos e o respeito por tudo o que as comidas de terreiro representam”.

O evento é gratuito e aberto ao público, as inscrições podem ser feitas por meio deste link.

 

Por: Geovanna Selma

Revisão: Jáder Cavalcante

registrado em: