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Roda de Conversa: UFMA, estudantes da Residência Estudantil e TJMA dialogam sobre diversidade

publicado: 22/03/2024 18h06, última modificação: 22/03/2024 18h06
Roda de Conversa: UFMA, estudantes da Residência Estudantil e TJMA dialogam sobre diversidade

Ontem, 21, a Universidade Federal do Maranhão (UFMA), por meio da Pró-reitoria de Assistência Estudantil (Proaes), em parceria com o Comitê de Diversidade do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão (TJMA), promoveu um momento de diálogo e troca de conhecimento sobre diversidade com os residentes da Residência Universitária Unidade Dom Delgado, a roda de conversa “vivências e convivências: vamos falar sobre diversidade?”. No próximo dia 23, a roda de conversa ocorre na Reufma.

A iniciativa tem o objetivo de proporcionar um momento de reflexão com os alunos residentes sobre homofobia, racismo, etarismo, sexismo, capacitismo, com foco no estabelecimento de convivências que respeitem às diferenças e de posturas antidiscriminatórias.

Para a hóspede da Residência Universitária e discente do curso de Turismo Caroline Medeiros dos Santos, a roda de conversa é importante porque joga luz aos comportamentos que muitas vezes ganham o discurso do “foi sem querer” ou eu “não sabia”: “acho muito importante, principalmente na Casa, porque aqui a gente convive aqui e, às vezes, a gente acaba ouvindo uma historinha ou outra, um comentário ou outro, que pode acabar ofendendo uma outra pessoa. E a pessoa fala como se fosse normal, mas não é. É uma violência”, pontuou a estudante.

Segundo a coordenadora da Assistência Estudantil, Ezenilde Rocha Mendes, o compromisso da Universidade e da Proaes é a garantia dos direitos de todos. “Objetivo maior é fortalecer o compromisso da Proaes com a garantia de direitos de todos os grupos. Dar a acolhida a todos porque nós temos um universo na Universidade, onde a nossa proposta e o nosso compromisso é na garantia de direitos independente do grupo em que estamos inseridos”, declarou a coordenadora, que, nesse evento, representou o pró-reitor de Assistência Estudantil, Danilo Lopes.

A ação, que tem um caráter educativo, teve a participação da juíza do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão e coordenadora adjunta do Comitê de Diversidade, a Dra. Elaile Carvalho; os membros do Comitê João Carneiro e Luciano Vilar e do bibliotecário da UFMA e docente da pós-graduação, o professor doutor Carlos Wellington Soares Martins.

Momento Histórico

Em um momento em que o diálogo e a educação sobre a diversidade é uma tentativa de diminuir a violência sobre grupos ditos minoritários, a roda de conversa promovida foi avaliada como um marco histórico para a Universidade.

“A Universidade é esse espaço plural e diverso. E quando a gente vê um espaço que recebe alunos, pessoas, com vulnerabilidade socioeconômica para ter um espaço de permanência, se abrindo para um debate sobre gênero e sexualidade, isso é histórico. Eu te confesso que desconheço se já houve uma iniciativa desse porte, pode ser tido um debate específico ou outro, mas trazendo para toda a comunidade é um momento histórico para a Universidade”, assegura o professor e bibliotecário Carlos Wellington, que acrescenta: “por isso, a gente tem que parabenizar a Pró-reitoria de Assistência Estudantil, no sentido de estar fazendo esse debate porque ,se a gente pensa que a sociedade é plural e diversa, a gente tem que entender que ali existem pessoas que pensam de forma convergente e divergente, mas preconceito não pode existir. A gente não pode mais relativizar preconceito. Preconceito é crime. Ninguém está querendo impor ou sobrepor direitos, mas, sim, igualar. Que todos tenham direitos iguais”, finaliza.

A coordenadora adjunta do Comitê de Diversidade, a juíza Dra. Elaile Carvalho corrobora a ideia do marco histórico, fazendo um comparativo com a época em que estava na graduação na UFMA. “Este momento aqui é histórico porque, como eu disse antes, na minha época de estudante da UFMA, ninguém falava sobre diversidade, sobre direitos LGBTQIA+, ninguém falava sobre isso. Então, essa roda de conversa aqui com alunos, residentes da Residência Universitária, é importante para a pessoa se compreender em relação à sua orientação sexual, sua identidade de gênero, a sua diversidade, reivindicar seus direitos e se fortalecer para ser quem ela é”, frisa a juíza.

Há catorze meses vivenciando a experiência de habitar a Residência Universitária, Thay Caveiro confirma a importância da iniciativa. “Eu avalio como uma pauta muitíssimo importante porque existem muitas pessoas LGBT+, elas são inclusas em bolhas e sociedades heteronormativas, então é importante que elas saibam que não estão sozinhas, que existe essa visibilidade, que elas entendam que elas têm um futuro tanto profissional como pessoal existente e seguro. Então, é muito importante”, avalia a estudante de Licenciatura em Teatro.

Por: Ingrid Trindade

Fotos: Ingrid Trindade

Revisão: Jáder Cavalcante

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