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Reportagem do programa Rádio Ciência destaca “os impactos da inflação no poder de compra dos brasileiros”, durante entrevista com professor Alex Brito

publicado: 21/09/2021 12h23, última modificação: 21/09/2021 15h52

O tema “os impactos da inflação no poder de compra dos brasileiros” foi destaque de uma das edições do programa Rádio Ciência, da Rádio Universidade FM 106,9. Durante entrevista com o professor da Universidade Federal do Maranhão e economista Alex Brito, a reportagem mostrou que o impacto da carga tributária sobre a renda é maior que o da inflação. 

De acordo com Brito, que é doutor em desenvolvimento, existem dois tipos inflação: uma que afeta o produto e a outra que afeta o emprego. “A inflação importante é aquela que provoca quebras estruturais sobre o nível e a trajetória do emprego, e sobre o nível e a trajetória do produto. No entanto a gente não está desconsiderando o impacto que os preços têm sobre o custo de vida. Desde meados do ano passado, o custo de vida do brasileiro vem aumentando sensivelmente, e a gente atrela isso à inflação. E pensa que a consequência pior disso é o poder de compra do cidadão”, pontuou. 

O entrevistado esclareceu que a carga tributária prejudica o poder de compra do trabalhador muito mais do que a inflação. “Na verdade, não é o poder de compra que está sendo corroído pela inflação, porque, embora essa inflação esteja elevada, existem outros fatores que têm poder de corrosão maior do que a inflação de 4% ou 6% no acumulado do ano, por exemplo. A carga tributária retira a renda do trabalhador com uma força muito maior do que a inflação”, declarou. 

Sobre a ideia de acreditar que a inflação no país é alta, Brito destaca que isso ocorre devido a decisões econômicas do governo no início de cada ano. “No Brasil, desde 1999, nós temos um regime de metas de inflação. Por exemplo, para este ano, a meta que o governo trabalhava com a inflação era de 3,75%. Então, se a gente considerar os últimos dez, quinze, vinte anos do regime de metas de inflação, as metas que o governo estabeleceu eram muito distintas. Por isso, se neste ano a meta fosse de 8%, a inflação estaria baixa, mas, como a meta do governo é de 3,75%, a inflação está alta. Portanto não se avalia se a inflação está alta ou baixa quando ela tá acima ou abaixo da meta estipulada no início do ano pelo governo. A inflação é alta à medida que ela quebra a trajetória do produto ou do emprego”, afirmou. 

Acompanhe a reportagem na íntegra pelo portal da Rádio Universidade FM 106,9. 

Por: Hérika de Almeida

Produção: Laís Costa

Revisão: Jáder Cavalcante

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