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Rádio Opinião entrevista a advogada da associação de combate à violência contra a mulher “Somos todos Mariana”

publicado: 03/06/2022 10h15, última modificação: 03/06/2022 14h05

Na manhã de quinta-feira, 2, o apresentador Adalberto Júnior recebeu a advogada Carol Costa no quadro Rádio Opinião da Rádio Universidade FM 106,9. A jurista é representante da associação “Somos todos Marianas”, entidade que tem como principal bandeira o combate à violência contra a mulher. Trata-se de uma trajetória de luto, transformada em luta em 2016, quando Mariana Costa foi vítima de feminicídio.

Carol destacou na entrevista a sentença que o autor do crime recebeu nos cinco dias de júri do julgamento do caso de sua irmã, Mariana Costa. O réu, considerado culpado, foi condenado a pena máxima, com 39 anos de prisão em regime fechado pelo crime que matou a publicitária de 33 anos. “A justiça dos homens foi feita, e isso causou muita alegria para mim, porque é uma jurisprudência para outros casos de feminicídio com outras mulheres. O agressor deve saber que, se ele matar uma mulher, ele não vai ficar impune”, afirmou a servidora pública, que presta assistência jurídica a outras vítimas de violência contra a mulher.

No Maranhão, os casos de violência contra a mulher continuam crescendo. Até o fim de maio, foram registrados 22 casos de feminicídio de vítimas que não solicitaram as medidas protetivas resguardadas pela lei. Carol lamenta que, em 2022, em nenhuma semana não se registrou nenhum caso de feminicídio. Em 2021, os casos do crime, especificado na Lei 13.104/15, caíram 16% em todo o estado, conforme os dados do Departamento de Feminicídio da Superintendência Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP) da Polícia Civil, que registrou 51 casos no ano.

“Infelizmente essa bandeira chegou à nossa casa de uma maneira muito trágica, foram dias intermináveis de sofrimento, mas minha mãe entendeu que era necessário a gente se levantar, então partiu dela o sonho do projeto ‘Somos todas Marianas’, e estamos há cinco anos levando informação e conscientização para muitas mulheres”, disse Carol Costa. Ela informou que passa por escolas, universidades e igrejas, onde muitas vítimas de violência moral e financeira se sentem à vontade para contar as condições em que vivem.

A associação foi criada em 2017, com um CNPJ e 18 membros fundadores. A entidade, que ainda não possui uma sede fixa, trabalha para prestar assistência jurídica para mulheres vítimas de qualquer violência e que não possuem condições financeiras para financiar um advogado. Além disso, a entidade programa visitas educativas mensalmente para ampliar o alcance das ações promovidas.

O projeto também representa as famílias enlutadas de todas as vítimas de feminicídio no Maranhão, prestando suporte e crescendo a rede de apoio e informação. Todas as ações são voluntárias e gratuitas para o público-alvo. Servidora do Tribunal de Justiça do Maranhão há 18 anos, trabalha para também desenvolver políticas públicas não apenas voltadas para a defesa da mulher, mas para a educação e conscientização dos agressores e de toda a sociedade.

A entrevista na íntegra pode ser vista abaixo, pelo Canal da Universidade FM 106,9 no Youtube:

Por: Carlos Alcântara

Produção: Bruna Castro

Revisão: Jáder Cavalcante

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