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Projetos da UFMA promovem ações de popularização científica no interior do estado durante a SNCT 2025
Espaço Ciência Maria Firmina dos Reis realiza nova edição do projeto #CiênciaÚtil e I Feira Científica da Microrregião de Itapecuru Mirim
A Universidade Federal do Maranhão (UFMA), por meio do Espaço Maria Firmina dos Reis (ECMFR), organizou a I Feira Científica da Microrregião de Itapecuru Mirim e a mais recente edição do projeto #CiênciaÚtil. Realizados na cidade de Cantanhede, os eventos integraram as atividades da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) e promoveram o diálogo entre ciência e diversidade nas comunidades maranhenses.
Criado em 2023 no Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas (CCET), o ECMFR tem se consolidado como um dos principais laboratórios de pesquisa e extensão dedicados à divulgação científica no estado. Inspirado na escritora maranhense Maria Firmina dos Reis, precursora da literatura abolicionista no Brasil, o espaço adota uma abordagem decolonial e interseccional, integrando saberes acadêmicos e populares em suas atividades.
De acordo com a coordenadora do ECMFR, professora Carolina Aranha, o laboratório foi idealizado para ampliar o acesso à ciência e valorizar identidades historicamente silenciadas. “O ECMFR foi criado para fortalecer o protagonismo de mulheres negras, pessoas LGBTQIAPN+, povos originários, quilombolas e comunidades do campo. Promovemos diálogos entre ciência, gênero, raça e classe, articulando a divulgação científica com a História, as Artes e o Ensino de Ciências”, explica.
O espaço é composto por três ambientes interligados: o Núcleo Forma & Ação, que promove atividades formativas e exposições com perspectiva decolonial; o Laboratório Instrumental Beatriz Alvarenga (LIBA), dedicado a experiências práticas e ao ensino investigativo; e o Núcleo Nossos Saberes, que valoriza os conhecimentos tradicionais maranhenses em parceria com comunidades locais.
Desde sua criação, o ECMFR tem se destacado pela atuação colaborativa de mulheres de diferentes áreas da UFMA, do Instituto Federal do Maranhão (IFMA), de movimentos sociais e de povos originários. Segundo a professora Carolina Aranha, o laboratório se tornou um espaço de acolhimento e permanência de grupos historicamente sub-representados nas ciências exatas. “A escolha do nome e a liderança de mulheres como a professora Regina Célia de Souza simbolizam a representatividade feminina e negra na área científica”, destaca.
Entre as iniciativas em andamento, a docente cita os projetos Meninas Oyá, de abrangência nacional, o #CiênciaÚtil, de âmbito regional, e as Feiras Científicas das Microrregiões de Itapecuru Mirim e Rosário, de alcance local. Além disso, há pesquisas voltadas à produção de materiais educativos museais, à análise da presença de mulheres negras na física, à valorização da astronomia sob a óptica dos povos originários e à catalogação de saberes tradicionais. “Assim como Maria Firmina foi invisibilizada por décadas, nosso maior desafio é garantir que o trabalho e as vozes dessas comunidades sejam reconhecidos e alcancem o público de forma ampla e sustentável”, acrescenta.

Estudantes realizam atividades e experimentos científicos durante o evento
#CiênciaÚtil2025
Com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o projeto de extensão #CiênciaÚtil tem se consolidado como uma das principais ações de popularização científica do Maranhão. Em sua nova edição, realizada entre outubro de 2025 e setembro de 2026, o projeto percorre 19 municípios maranhenses promovendo oficinas, palestras e exposições interativas sobre o tema “Planeta Água: a cultura oceânica para enfrentar as mudanças climáticas no meu território”.
“Essa edição amplia o alcance das atividades e leva o conhecimento científico a regiões que raramente recebem esse tipo de ação. O projeto reafirma o papel da universidade como agente de transformação social e de disseminação do conhecimento científico em todo o estado”, enfatiza a professora Carolina.
A expansão do projeto foi possível graças à integração de centros do continente da UFMA, como Bacabal e Pinheiro, e à parceria com a Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (UEMASUL). Além disso, houve o envolvimento de equipes dos programas de Educação Tutorial (PET) e Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID). A ação itinerante também fortalece o vínculo entre Universidade e comunidade, estimulando o interesse pela ciência entre estudantes da educação básica.

Palestras e exposições fizeram parte da programação
I Feira Científica da Microrregião de Itapecuru Mirim
Realizada no mês de outubro, a I Feira Científica da Microrregião de Itapecuru Mirim – Diversidade em Ação integrou as atividades da SNCT e foi organizada em parceria com a Prefeitura de Cantanhede e o CNPq. O evento mobilizou escolas, professores e estudantes da região, com o objetivo de estimular a produção e a socialização do conhecimento científico em ambiente escolar.
“A feira incentivou projetos voltados à diversidade. Contou com trabalhos nas áreas de robótica alternativa, astronomia, preservação ambiental e produtos naturais. Foi um sucesso, alcançando cerca de cinco mil visitantes”, afirma a coordenadora.
Embora sediada em Cantanhede, a feira contou com a participação de Pirapemas, Matões do Norte, Miranda e Itapecuru Mirim, ampliando o impacto das ações e fortalecendo o protagonismo científico da microrregião.
Os dois projetos, #CiênciaÚtil e a I Feira Científica da Microrregião de Itapecuru Mirim, demonstram o empenho da Universidade com a democratização do conhecimento e a valorização da ciência como instrumento de transformação social.
Por: Geovanna Selma
Fotos: acervo pessoal
Produção: Sarah Dantas
Revisão: Jáder Cavalcante