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Projeto de extensão da UFMA realiza oficinas culturais com Mestre de Capoeira Tião Carvalho

publicado: 18/12/2024 14h54, última modificação: 18/12/2024 17h32
Projeto de extensão da UFMA realiza oficinas culturais com Mestre de Capoeira, Tião Carvalho

Na última terça-feira, 10, o projeto de extensão "Educação para a Diversidade: a Capoeira como Instrumento de Luta contra o Racismo e o Sexismo’, promoveu oficinas de danças brasileiras e uma vivência de capoeira angola, ministrada pelo mestre da capoeira Tião Carvalho, no auditório do Colégio Universitário da UFMA (Colun). O projeto é coordenado pela professora do Colun Ana Carolina Neri e pela técnica-administrativa da UFMA Raquel Gonçalves Dantas. 

Durante a oficina, aberta aos alunos internos e externos do projeto de extensão, o mestre Tião tocou cavaco e pandeiro para conduzir algumas brincadeiras que trabalhassem a expressão e a comunicação do corpo, com os adultos e crianças presentes na roda. Durante duas horas de oficina, dança e criatividade foram exploradas nas atividades coletivas, na capoeira e finalizadas com uma roda de conversa.

Na ocasião, o capoeirista iniciou o diálogo falando sobre a valorização dos mestres de Cultura Popular do Maranhão nos ambientes acadêmicos universitários. Ele contou que era a primeira vez que entrava na UFMA como convidado para apresentar o seu trabalho. “É importante falarmos sobre isso, sobre a valorização dos nossos mestres e da nossa cultura”, refletiu Tião.

Para a professora do Colun e também coordenadora do projeto, Ana Carolina Neri, bastante envolvimento da comunidade pôde ser observado na ocasião. “A participação no evento foi superpositiva. Fizeram parte estudantes, familiares, docentes e pessoas externas à UFMA, que estão vivenciando as aulas de capoeira angola que ocorrem no Colun, semanalmente. A vivência foi muito assertiva em sua proposta, ao trazer a música, o canto, o ritmo, a brincadeira como ferramentas de conexão com o corpo, com o próprio corpo e com o outro”, contou.

O evento marcou o encerramento das atividades de 2024 do projeto, que retoma seus encontros no dia 7 de janeiro, seguindo o calendário escolar do Colun. 

Valorização da Cultura Popular 

Sobre a presença de uma figura histórica da cultura popular maranhense no espaço da Universidade, a professora destacou a relevância desse momento. “Tem um valor imensurável, pois nos oferece oportunidade de acessar saberes, práticas e visões de mundo ancestrais. Além disso, esse tipo de vivência possibilita aos nossos estudantes perceber e entender que nosso mundo é extremamente diverso e que, ao compreender essa diversidade, é possível respeitá-la e se manter abertos para outras formas de viver e sentir o mundo”. 

Tião Carvalho é um músico, compositor, educador e mestre de capoeira, que acumula experiências em solo nacional e internacional. Nascido em Cururupu, interior do Maranhão, ele cresceu em meio à diversidade da cultura popular maranhense, frequentando as festividades tradicionais, fazendo com que seu repertório tenha referências no Tambor de Crioula, Capoeira, Bumba Meu Boi e muitas outras. Começou sua carreira no início da década de 1970, em sua cidade natal, trabalhando com o teatrólogo Aldo Leite, na montagem da peça “Saltimbancos”. Logo após, integrou o tradicional Grupo de Teatro e Dança Cazumbá.

Desse momento em diante, o artista acumulou grandes feitos, como realização de turnês, espetáculos, oficinas de dança, música, teatro em todo Brasil e no exterior, sempre destacando as raízes da cultura maranhense em sua arte. 

Sobre o Projeto de Extensão 

O projeto de extensão "Educação para a Diversidade: a Capoeira como Instrumento de Luta contra o Racismo e o Sexismo" existe como uma forma  de aproximar a escola das manifestações culturais populares, tendo como foco, a capoeira angola e todo o universo que ela traz consigo, como a musicalidade, o ritmo, a importância da ancestralidade, e outras contribuições da herança cultural africana para a sociedade.

De acordo com Ana Carolina, a manifestação artística se apresenta como uma ferramenta política essencial ao combate de preconceitos. “Buscamos trazer para os encontros aspectos políticos e históricos acerca da escravidão no Brasil, como esses temas se relacionam com o racismos e outras formas de opressão e violências contra a população negra. O projeto procura a valorização e o resgate da cultura de matriz africana, bem como por meio do incentivo às meninas e mulheres para a prática da capoeira a partir de uma abordagem inclusiva e diversa. Trabalhamos também a autonomia, autoestima e o empoderamento delas a partir dessa prática”, explica. 

Próximos Passos 

Sobre os próximos planos, Ana Carolina revela que o grupo busca aprofundar estudos sobre o protagonismo feminino na capoeira e promover estratégias de valorização e combate ao sexismo na sociedade. “Ano que vem, estamos estruturando um grupo de estudos que tem por objetivo se aprofundar nas contribuições e no protagonismo de mulheres na capoeira. O grupo tem por objetivo também discutir estratégias de valorização do papel da mulher e de combate ao sexismo e outras formas de violências nos diferentes setores da sociedade”.

Por: Giovanna Carvalho

Fotos: divulgação 

Revisão: Jáder Cavalcante 

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