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Projeto de extensão da UFMA realiza exposição itinerante sobre tubarões e raias amazônicos para alunos da educação infantil
No último dia 6, o Laboratório de Organismos Aquáticos (LabAqua) da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) levou a exposição itinerante “Tubarões e Raias Amazônicas” para a Escola Crescimento, em uma iniciativa de divulgação científica que visa aproximar as comunidades escolares das pesquisas e práticas de conservação ambiental. O evento contou com a participação de alunos de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Conservação (PPG BIONORTE), mestrandos do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Conservação e alunos de graduação em Oceanografia, todos engajados em compartilhar suas experiências com os estudantes da educação infantil por meio de atividades lúdicas e educativas.
A exposição tem por principal objetivo levar ao público em geral as produções científicas e de conservação do LabAqua, adaptando as apresentações de acordo com o perfil de cada público. Segundo o coordenador do LabAqua e professor do curso de Oceanografia, Jorge Nunes, com os alunos da educação infantil, o foco é tornar o conteúdo acessível e interessante por meio de contação de histórias e atividades lúdicas. “O objetivo da exposição itinerante é levar as produções do Laboratório de Organismos Aquáticos para a comunidade em geral. Contudo a apresentação se molda ao público, especificamente, aos alunos da educação infantil da Escola Crescimento, aos quais nós dirigimos o conteúdo de forma lúdica e associando aos contos infantis. Dessa forma, fica mais acessível às crianças e as ajuda na fixação”, explica o professor.
Os alunos de diferentes níveis acadêmicos envolvidos no projeto também são beneficiados ao participar das atividades com o público infantil, uma vez que a interação estimula habilidades de comunicação científica e de adaptação de linguagem. A proposta de extensão envolve tanto o desenvolvimento de novas formas de compartilhar conhecimento quanto a criação de conexões positivas entre os temas científicos e os jovens espectadores, ajudando a desconstruir a imagem negativa frequentemente associada a espécies como os tubarões. “Os estudantes e pesquisadores em diferentes níveis de formação são provocados a reagirem a diferentes tipos de situação de envolvimento do público com as pesquisas e com o conhecimento. Esse tipo de exercício é fundamental para o domínio do conteúdo, porque você cria habilidades para apresentar diferentes pontos de vista sobre um mesmo tema. Dessa forma, a equipe aprende, treina e cria novos mecanismos para a interação com o público sobre temas que, historicamente, têm uma imagem negativa, como os tubarões”, ressalta o professor Jorge Nunes.
As atividades oferecidas na exposição foram cuidadosamente elaboradas para engajar e educar as crianças. A programação incluiu desde a apresentação de materiais biológicos e modelos de espécies, até peças de teatro e contação de histórias populares, sempre com foco na biodiversidade e conservação de tubarões e raias da Amazônia. “As atividades contam com materiais biológicos, modelos, diferentes técnicas de apresentação como jogral, material gráfico, teatro e contação de histórias do conhecimento popular, com ênfase na biodiversidade e conservação de tubarões e raias amazônicos”, detalha Nunes.
Além de contribuir para a formação das crianças e jovens, o trabalho realizado pelo LabAqua chama atenção para o papel fundamental do Maranhão na conservação de espécies endêmicas da Amazônia. Inserido no Litoral Amazônico Brasileiro, o estado possui relevância mundial para a biodiversidade marinha, mas também enfrenta crescentes ameaças ambientais. “O Maranhão compõe o Litoral Amazônico Brasileiro, portanto é um lugar com grande relevância mundial de biodiversidade. Por outro lado, ao longo da nossa história, os impactos têm aumentado e ameaçam a nossa biodiversidade. Algumas espécies só existem aqui, espécies endêmicas, e os impactos tendem a diminuir as populações ao ponto de deixarem sob risco de existência”, alerta o professor, que ainda destaca o valor histórico e ecológico de cada espécie como um conhecimento que não deve ser perdido.
A ação integra uma série de atividades de extensão universitária promovidas pelo LabAqua, entre elas, o programa “Cientista Mirim”, uma iniciativa dedicada a despertar o interesse dos jovens pela ciência e pela conservação ambiental. “O projeto Cientista Mirim e Cientistas do Futuro estão vinculados às atividades itinerantes do LabAqua que versam sobre a extensão universitária, mas estão sob um projeto guarda-chuva de divulgação científica das nossas produções. A ideia é fomentar o interesse dos jovens pelas Ciências, sobretudo, a biodiversidade e a conservação dos tubarões e raias”, explica Jorge Nunes.
Para o professor Jorge Nunes, a divulgação científica e a educação ambiental são essenciais para conscientizar a sociedade sobre a importância de conservar o meio ambiente e as espécies que o habitam, especialmente diante da crise ambiental atual. “Nossa visão é holística sobre o conhecimento e os alicerces da ciência. Dessa forma, é fundamental maximizar o poder da Universidade no que tange ao seu papel de ter o máximo do seu alcance na vida das pessoas. Consoante a isso, a conservação é imprescindível diante do cenário em que todos nós vivemos, pois, até agora, não temos outro planeta alternativo para vivermos”, conclui.
O LabAqua da UFMA realiza um trabalho constante de extensão científica, oferecendo à comunidade um acesso único ao conhecimento científico e a temas atuais de conservação ambiental, como pesca fantasma, microplásticos e contaminação por metais. A cada exposição, o laboratório reafirma seu compromisso com a educação ambiental e com a missão de promover uma relação mais consciente e sustentável entre o ser humano e o meio ambiente.
Por: Geovanna Selma
Produção: Sarah Dantas
Fotos: Divulgação
Revisão: Jáder Cavalcante