Projeto de extensão da Liga de Imunologia e Farmacogenética leva atendimentos de saúde a comunidade de pescadores da Raposa

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que, no Brasil, existem mais de cinco milhões de moradias irregulares em aglomerados subnormais, como favelas e palafitas. Essa realidade é vivenciada pela comunidade de pescadores da Vila Garrancho, localizada no município de Raposa, que vivem em meio à poluição ambiental e em condições de vulnerabilidade social. Com o objetivo de assistir esses moradores, a Liga de Imunologia e Farmacogenética (Laifarg) desenvolveu um projeto de extensão que leva atendimentos em saúde e acompanhamento farmacêutico a essa comunidade por meio de cuidados paliativos e palestras oferecidas por alunos e voluntários envolvidos na iniciativa.

Coordenado pela professora Rosemary de Jesus Gomes Turri, o projeto de extensão intitulado “Educação em saúde, meio ambiente e atenção farmacêutica na comunidade de pescadores da Vila Garrancho, Raposa-MA” tem por objetivo principal a educação em saúde, em que promove palestras para mães sobre doenças parasitárias e cuidados com a higiene dos alimentos e instruções para jovens sobre infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e gravidez na adolescência. Além disso, são oferecidos testes rápidos para ISTs, vacinação e exames preventivos femininos.

De acordo com estudo realizado pelo Instituto Trata Brasil divulgado este ano, aproximadamente 35 milhões de pessoas no Brasil vivem sem água tratada e 100 milhões de brasileiros não têm acesso à coleta de esgoto, o que resulta em problemas ambientais e afeta a saúde dessas pessoas. Por causa disso, os pesquisadores do projeto realizam coletas de amostras de fezes para exames parasitológicos, a fim de verificar os impactos da falta de saneamento básico na saúde dos moradores. Na parte ambiental, a Laifarg se planeja para dar início às oficinas sobre coleta de lixo e palestras sobre cuidados com o meio ambiente. 

Wanderleia Fonseca, discente do curso de Farmácia, entende que a iniciativa agrega muitos conhecimentos na formação acadêmica, pois possibilita a prática das teorias adquiridas em sala de aula. “A troca de experiências entre os acadêmicos e a comunidade propicia a melhor compreensão da realidade, o que nos faz refletir sobre os problemas socioeconômicos e ambientais e auxiliar as comunidades carentes”, pontua. Rafael Arouche, que também é discente de Farmácia, acredita que participar desse programa é muito gratificante, pois estão contribuindo para melhorar a qualidade de vida da comunidade.

A professora Rosemary compreende que o vínculo entre os estudantes ligados ao projeto e os moradores tem se fortalecido cada vez mais, tornando-se uma relação de amizade e confiança. “Acredito que estamos fazendo a diferença na comunidade, percebo que os moradores têm confiança no nosso trabalho, pois são abertos para as visitas e nos veem como seus amigos, uma vez que estamos ali não só para coletar dados, mas para ajudá-los a melhorar sua saúde e condições de vida, levando conhecimento”, relata.

Atualmente, o projeto assiste cerca de 80 pessoas da Vila Garrancho, incluindo crianças, mães e idosos. Os dados coletados pelos pesquisadores servirão de base para futuras pesquisas em saúde e meio ambiente e para teses de trabalhos de conclusão de curso dos estudantes vinculados ao projeto.

Saiba mais

Na casa em que é realizado o projeto de extensão, também ocorrem outras iniciativas de cunho social e humanitário, em imóvel cedido por Maria de Jesus Moreira Lima Tenório de Britto – ou Zuzu Britto, como é conhecida pelos moradores. A filantropa mantém ações na comunidade há 40 anos, com a doação de brinquedos no Natal e enxovais para gestantes, além de outros projetos, como a construção do Jardim de Infância Luís Flávio Britto, que foi doado para a Prefeitura Municipal de Raposa.

Confira mais fotos da ação:

Por: Bruno Goulart

Produção: Alan Veras

Fotos: Bruno Goulart

Revisão: Jáder Cavalcante