Projeto Caminhos da Boiada entrega três produtos como resultado de pesquisa no mapeamento de grupos de Bumba Meu Boi

O Seminário Caminhos da Boiada, realizado na manhã dessa terça-feira, 5, no Complexo Fábrica Santa Amélia, divulgou a versão atualizada do mapa e do website do Caminhos da Boiada, agora, contando com cerca de cem grupos mapeados, em uma experiência interativa, com vídeos, imagens, localizações e contatos. O projeto de pesquisa é realizado por meio de uma parceria entre a Universidade e o projeto Economia Criativa do Sebrae e tem por objetivo o mapeamento dos grupos de bumba meu boi localizados na Grande Ilha. Com base nisso, foram desenvolvidos três produtos: um mapa impresso, um website e um aplicativo para celulares.

A pró-reitora de extensão e cultura da Ufma, professora Zefinha Bentevi, conta que a consolidação de projetos como esse traz à Universidade uma sensação de dever cumprido e reafirma o compromisso desta com a pesquisa, a extensão e a inovação. “Todos aqui presentes sabem da importância que é um projeto como esse. A Universidade se faz assim, mas ela aprende, sobretudo, com a comunidade. São as demandas sociais que fazem com que a gente sobreviva, construa e cresça. Não crescemos só porque somos uma universidade, crescemos porque tomamos para nós a responsabilidade da sociedade na qual vivemos e integramos”, afirmou.

A coordenadora do projeto, professora Leticia Cardoso, explica que a ideia de mapear grupos e terreiros de bumba meu boi, veio de uma lacuna das políticas públicas locais de cultura e uma necessidade acadêmica. “Nós percebemos que não havia um registro ou cadastros organizados que já estavam vigentes nas secretarias de cultura e turismo durante pesquisas realizadas anteriormente sobre bumba meu boi. Era sempre necessário um contato com algum grupo, então se decidiu fazer essa organização de modo mais sistemático, dessa forma, resolvemos mapear esses grupos”, conta.    

O aluno pesquisador Felipe Reis descreve esse evento como um marco muito simbólico para o projeto, pois representa um momento de entrega dos primeiros resultados obtidos na pesquisa. “Hoje entregamos três produtos para os boieros, para os gestores e produtores culturais e para comunidade em geral: uma nova tiragem de mapa impressos com os cem grupos mapeados que alcançamos nessa edição, também um site e um aplicativo. Além desses, trouxemos uma carta de necessidades baseada no que os próprios boieros relataram sobre as necessidades estruturais para os grupos e para que essa manifestação aconteça”, expõe.

O representante dos grupos de bumba meu boi, Cláudio Sampaio, em discurso, enumerou as dificuldades de se organizar manifestações culturais como bois e definiu o projeto como uma forma de valorizar e inseri-los dentro de um de patamar no qual ainda não foram reconhecidos. “Só a título de colaboração, esse projeto é incrível pois traz a inserção dos nossos grupos dentro da economia criativa, dessa forma, gerando renda por meio do turismo, que é muito importante, pois também conta com apoio da própria secretária”, analisa.

Jorge Coutinho, representante do Boi da Madre-Deus, pontua que o mapeamento promovido pelo projeto tem sua importância pela visibilidade que traz a todo esse contexto cultural que, em suas palavras, hoje se faz muito rico. “Estamos fortalecidos por sermos reconhecidos hoje como patrimônio imaterial. Então esse projeto é engrandecedor, só de reunir toda essa gama de representantes culturais e fazedores, é um sinal que o trabalho deu certo”, finalizou.

Por: Juan Terra

Fotos: Karla Costa 

Produção: Alan Veras

Revisão: Jáder Cavalcante