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Programa Futuras Cientistas é coordenado no Maranhão por docentes da UFMA
Durante muito tempo, a presença feminina foi colocada à margem em muitos ambientes de trabalho e, principalmente, nas ciências exatas. Tanto que os trabalhos mais reconhecidos são de cientistas homens. No entanto é possível perceber que, durante a história, muitas mulheres participaram ativamente da ciência, responsáveis por grandes descobertas. Um exemplo claro disso é a cientista Marie Curie (1867-1934), a primeira mulher a ganhar o Prêmio Nobel, duas vezes, promovendo o avanço nos estudos em química e física, pela descoberta da radioatividade.
Com o intuito de incentivar mais mulheres a entrarem no mercado de trabalho nas ciências exatas, foi criado, em 2012, o programa Futuras Cientistas, cuja sua sétima edição será encerrada no dia 31 deste mês. As atividades são realizadas com alunas do segundo ano do ensino médio e professoras da rede pública durante este mês, e a duração das ações previstas no edital compreende os dias entre 3 e 31 de janeiro deste ano.
Na edição deste ano, o programa expandiu o projeto para as 27 unidades da federação, em que, no Maranhão, foram contemplados os laboratórios de Eletroquímica e de Produtos Naturais, em que as estudantes e as professoras realizam atividades teóricas e práticas, com o auxílio dos docentes do Centro de Ciências Exatas da UFMA.
Desenvolvido pelo Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene) em parceria com o Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação (MCTI), o programa Futuras Cientistas foi idealizado para estimular o contato de alunas e professoras da rede pública de ensino com as áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática, a fim de contribuir com a igualdade de gênero no mercado profissional.
“Alcançar a igualdade de gênero em vários campos, incluindo a química, é muito importante. Precisamos, com urgência, estimular, desde cedo, nossas meninas a se interessarem pelas ciências exatas. Realizar ações como essa é um dever nosso como docentes e instituição pública de ensino”, destaca Claudia Quintino da Rocha, professora do curso de Química da UFMA e responsável pelo Laboratório de Produtos Naturais.
Nesse laboratório, as atividades realizadas incluem pesquisa de campo, coleta de dados e extrações, com o intuito de mostrar como é realizado o desenvolvimento de produtos, como medicamentos e estudos em espécies ativas que são retiradas das amostras coletadas.
Para o professor Marco Aurélio Suller Garcia, a participação da Universidade é essencial, pois, sendo um projeto de extensão, é possível levar conhecimentos a escolas públicas por meio das professoras e alunas, com entendimento do que pode se desenvolver, onde se pode chegar e quais os problemas que podem surgir. “Entender o método cientifico é importante, e nada melhor do que a Universidade, que tem uma estrutura e pessoas capacitadas, para a realização do projeto”, afirmou.
No Laboratório de Eletroquímica, supervisionado pelos professores Marco Aurélio e Auro Tanaka, as atividades realizadas incluem nanotecnologia e aplicação em produção de energia. Desde o início deste mês, é ensinado aos participantes como são preparados os nanomateriais, realizando caracterizações e construções de eletrodos que serão utilizados para a produção de supercapacitores.
Marília Cristina Rocha da Silva, professora de Física do Centro Educamais Aluísio Azevedo, da cidade de Caxias, e participante do programa, comentou que todo seu conhecimento científico foi baseado em orientações masculinas, mas que, durante a graduação dela em Física, teve várias inspirações femininas que a incentivaram a continuar na área. “Tenho por objetivo retornar e trabalhar na escola em que eu leciono as experiências que obtive aqui, para que eles possam ter uma visão mais ampliada do mundo científico e vê-lo na realidade deles”, completou.
Por: Karla Costa
Produção: Alan Veras
Revisão: Jáder Cavalcante