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Professores da UFMA se destacam em lista global sobre Inteligência Artificial e Estrabismo
Os docentes João Dallysson, Jorge Meireles e Aristófanes Silva, da UFMA, conquistaram posições de destaque na lista global de publicações e citações no campo da Inteligência Artificial (IA) e Estrabismo, eles alcançaram o terceiro, quarto e quinto lugar, respectivamente. Esse resultado colocou a UFMA como a terceira maior instituição em publicações na temática, ficando atrás apenas da Universidade Johns Hopkins e Universidade Vanderbilt, ambas nos Estados Unidos. O ranking selecionou 146 publicações mais relevantes no mundo, entre 2002 e 2023, e foi elaborado por meio de uma análise bibliométrica realizada pela Faculdade de Medicina da Universidade de Zhejiang, na China.
Confira:
As pesquisas
O Estrabismo é uma condição oftalmológica caracterizada por uma interação binocular anormal entre os olhos, causada pelo desalinhamento de músculos oculares. Ele tem sido objeto de estudos cada vez mais aprofundados, que buscam abordagens diagnósticas e terapêuticas inovadoras, como é o caso das pesquisas realizadas no Núcleo de Computação Aplicada da UFMA, que tem se dedicado a explorar o potencial das técnicas de IA para esse propósito.
Para o professor João Dallyson, do Departamento de Informática, que pesquisa nessa área desde 2008, essa citação e reconhecimento mostra o pioneirismo, a dedicação e persistência do grupo de pesquisa ao longo dos anos. “Parece apenas um número, mas é extremamente relevante, pois coloca, principalmente, nossa instituição em um patamar de reconhecimento internacional. A principal motivação para o desenvolvimento das pesquisas nessa área é a possibilidade de contribuirmos com o avanço de soluções de baixo custo para a detecção de problemas oculares nos primeiros anos de vida, evitando assim distúrbios oculares irreversíveis, como, por exemplo, a cegueira”, disse.
O professor e pesquisador Aristófanes Silva, do Departamento de Engenharia Elétrica, destaca a satisfação em poder colaborar com todo esse trabalho. “Tanto no mestrado como no doutorado, fui orientador do professor João Dallyson no Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Eletricidade (PPGEE-UFMA). Atualmente, existe um grupo forte nessa área liderado por ele. Temos que elevar esse resultado, pois os outros pesquisadores à nossa frente são de grandes centros de pesquisa mundial e com grandes recursos financeiros”, relatou.
O professor Jorge Meireles, do Departamento de Medicina, expressa sua satisfação e orgulho pela equipe. “Fico muito satisfeito, estamos nessa parceria há muitos anos e seguimos pesquisando nessa área do estrabismo. Trabalhando com pessoas de diferentes áreas, ampliamos os horizontes e nos enriquecemos constantemente, então é muito enriquecedora essa parceria”, destacou.
O reconhecimento dos professores destaca não apenas a excelência acadêmica da UFMA, mas também o potencial transformador da colaboração interdisciplinar na pesquisa científica. “Essas pesquisas são desenvolvidas no Laboratório de Visão e Processamento de Imagens (VipLab), vinculado ao Núcleo de Computação Aplicada, coordenado por mim e pelo professor Jorge Meireles. O grupo inclui pesquisadores dos departamentos de Informática, Engenharia Elétrica, Medicina I e Engenharia da Computação. Além dos docentes, conta ainda com a participação de alunos de graduação, mestrado e doutorado”, explicou João Dallyson.
Atualmente, a união entre a inteligência artificial e a medicina se faz cada vez mais presente, com ferramentas de diagnóstico voltadas para o aprimoramento do cuidado com a saúde. O professor João Dallysson explica como essa interseção ocorre no grupo. “A Ciência da Computação é uma ciência que pode ser aplicada nas mais diversas áreas. Na nossa pesquisa em questão, ela é aplicada, especificamente, na área de imagens oftalmológicas. O professor Jorge nos traz problemas específicos da oftalmologia que podem ter o suporte da computação por meio da aplicação de algoritmos de processamento de imagens e técnicas de aprendizado profundo, subárea da Inteligência Artificial”, contou.
Segundo Aristófanes Silva, até o momento, o grupo já publicou mais de 20 artigos em periódicos e congressos importantes na comunidade científica. O grupo também tem três registros de software, um desses softwares é um aplicativo que ajuda no diagnóstico do estrabismo, como explicou o professor Jorge Meireles. "Ele pode analisar fotos para identificar quem tem estrabismo, e, recentemente, foi melhorado para analisar vídeos, tornando os resultados mais precisos. Existe um outro produto que analisa a força de rotação do olho em várias direções, algo que os oftalmologistas, especialistas em estrabismo, fazem de forma empírica, e há outro que está sendo desenvolvido para ajudar no diagnóstico de paralisia de músculos oculares”, relatou.
E as pesquisas continuam. Neste mês, foi submetido mais um artigo apresentando avanços voltados à detecção e ao diagnóstico de estrabismo usando o exame Cover Teste. “Nesse estudo, aplicamos redes neurais profundas para detectar e avaliar o alinhamento ocular em vídeos do Cover Teste, que é considerado o padrão ouro”, destacou João Dallyson.
O professor Jorge também ressalta que os trabalhos acadêmicos no ramo estão sendo ampliados. “Agora estamos incluindo a parte de controle de miopia e a análise de imagens da retina, trabalhos que começamos a desenvolver recentemente, e assim as nossas ideias vão se expandindo", concluiu.
Por: Alan Veras
Produção: Sarah Dantas
Revisão: Jáder Cavalcante