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Professoras do curso de comunicação da UFMA realizam chamada de textos para publicação de livro “Assimetrias de gênero nas universidades”

publicado: 06/06/2024 15h09, última modificação: 06/06/2024 15h10
O prazo para submissão de artigos vai até 28 de julho
Professoras do curso de comunicação da UFMA realizam chamada de textos para publicação de livro “Assimetrias de gênero nas universidade”

Professoras dos cursos de graduação e pós-graduação em Comunicação da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), câmpus Imperatriz, abrem chamada de capítulos para o livro “Assimetrias de gênero nas universidades” que faz parte das ações do projeto intitulado “Assédio a professoras no ensino superior: um estudo sobre a realidade nos programas de pós-graduação no Nordeste”, financiado pelo Edital Universal do CNPq. O prazo para submissão de artigos para integrarem o livro vai até 28 de julho, são aceitos artigos escritos em português e espanhol, que devem ser submetidos por meio do e-mail disponibilizado. 

O livro é organizado pelas professoras Thaísa Bueno (UFMA), Leila Sousa (UFMA), Michely Carvalho (UFMA), Janaína Amorim (UFPA) e Letícia Cardoso (UFMA), com o objetivo reunir artigos que apresentem resultados de pesquisas originais, em diálogo com modelos teórico-metodológicos das ciências humanas e sociais, desenvolvidas por seus integrantes e por pesquisadores interessados nas temáticas nele discutidas.

Segundo Thaísa Bueno, coordenadora do projeto, a pesquisa mais atual em torno do assédio nas universidades é de 2015, realizada pelo Instituto Avon. Na época em que foi publicada, os números já se mostravam alarmantes, tendo em vista que a violência e o assédio sexual apareciam em 73% das falas das entrevistadas, que diziam conhecer casos de assédio, e mais de 50% delas entre professoras e alunas. Considerando esse cenário, o livro é uma forma de combater a violência de gênero, apresentando conhecimento para quem não conhece, auxiliando a combater a violência, buscar políticas públicas e ações coletivas, que possam acolher, auxiliar e ajudar vítimas das assimetrias de gêneros e das violências de gênero.

“O livro é uma tentativa de reunir, de dar luz e trazer essa discussão a público de uma maneira sistematizada, pois o que encontramos é uma pesquisa isolada ali, outra pesquisa em outra universidade de maneira muito pontual, então pensamos assim: Vamos tentar reunir, oferecer para o CNPq como resultado final, que possa servir de referência, inclusive, para outras professoras, outras pesquisadoras que venham a olhar para essa temática, com bons olhos, observar que tem alguma coisa sendo feita, então é uma tentativa de sistematizar isso para contribuir, para trazer luz para esse problema e até pensar em formas de enfrentá-lo, contribuir de fato para a visibilidade desse tema” pontua Thaísa.

A publicação vai reunir pesquisas que abordem as diversas formas de desigualdade de gênero observadas nas instituições de ensino superior na América Latina, sendo assim as temáticas de interesse as seguintes: Barreiras e desafios enfrentados por mulheres nas universidades; Políticas institucionais de igualdade de gênero; Representação feminina em diferentes disciplinas e cargos acadêmicos; Impactos das assimetrias de gênero na carreira acadêmica e científica; Assédio sexual e moral nas universidades; Estudo comparativos entres países latino-americanos; Experiências e narrativas de gênero no ambiente universitário.

Thaísa Bueno destaca o papel do livro não apenas na comunicação, mas na luta contra a desigualdade de gênero nas instituições: “Esse livro é um resultado quase que final. Estamos finalizando um projeto do CNPq voltado à discussão sobre o assédio na pós-graduação nas universidades do Nordeste. Inicialmente, pensamos em produzir um livro como resultado da nossa pesquisa, mas no andar dos nossos levantamentos, percebemos que essa discussão não apenas sobre o assédio, mas sobre essa assimetria de gêneros nos ambientes públicos, especialmente, dentro da universidade, é abordado de maneira ainda insuficiente. Temos falta de informação detalhada sobre a extensão disso, sobre formas de detecção, sobre os canais de denúncia, e tudo isso dificulta com uma compreensão verdadeira da dimensão desse problema. A ausência desses dados oficiais quantificando essa assimetria torna ainda mais desafiante enfrentar esse tipo de ação. Logo, esse livro, ele vem em uma tentativa de falar, de pensar assim: 'Bom, estamos muito isolados fazendo a nossa pesquisa, será que não tem outras pessoas no Brasil ou na América Latina que estejam discutindo a simetria de gênero dentro da universidade? Não só no mercado de trabalho, mas dentro da universidade, seja do ponto de vista da docente, da discente, dos servidores, das relações sociais'”.

Com isso, o livro tem a proposta de romper a invisibilidade do combate a violência de gênero, especificamente no ambiente acadêmico, com foco no assédio contra docentes do ensino superior e abrir espaços para estudos que olhem para as alunas, para estudos que mostrem as dificuldades dos espaços de ouvidoria, para campanhas educativas de ações de prevenção não apenas para o público acadêmico, mas para a sociedade em geral, chamando atenção para um assunto que pode ser considerado tabu e, a partir disso, desenvolver ações efetivas dentro das universidades para acolher vítimas e responsabilizar de maneira rigorosa a violência.

Para saber mais sobre a submissão dos textos, confira a chamada na íntegra, clicando AQUI.

Por: Karina Soares e Ingrid Trindade

Produção: Sarah Dantas

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