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Professora do curso Letras - Francês publica tradução do livro “Meu destino é ser onça”, de Alberto Mussa, do português para o francês
A professora Emilie Audigier, do curso Letras - Francês do Câmpus São Luís, traduziu o livro “Mon destin est d’être jaguar”, que em tradução literal significa “Meu destino é ser onça”, escrito por Alberto Mussa. O livro trata da filosofia e da cosmovisão do povo Tupinambá sob um viés poético e antropológico, em que a professora contribuiu com a tradução, o prefácio e a organização de um livreto com textos históricos de missionários visitantes das aldeias.
O interesse na obra de Alberto Mussa inspirou a tradução e forjou uma amizade, contou Emilie. “Conheci Alberto Mussa no Rio de Janeiro, num festival literário, em 2005, li romances dele de que gostei imediatamente. Ele traz grandes questões humanas, com uma leitura erudita, poética e muito surpreendente, que mexe com o imaginário do leitor, à maneira dos autores borgesianos. Ele se tornou um amigo, acompanhei o processo de escrita do livro ‘Meu destino é ser onça’, que saiu em 2008 no Brasil, e fiquei logo fascinada pelo livro. Mussa, em seus livros, trabalha com as mitologias africanas, pré-islâmicas, indígenas, ou seja, as mitologias propriamente brasileiras”, explicou.
O processo de tradução passou por estudos da Collège International de Traduction Littéraire (CITL), em Arles, na França, com pesquisas históricas de textos, por vezes, inéditos no país europeu. Os textos ajudaram a entender técnicas ainda malcompreendidas, como a antropofagia e a visão de mundo e de sociedade do povo Tupinambá. A professora aponta que, no livro, a prática cultural da antropofagia é capaz de transformar o mal — visto como inevitável na natureza — em bem, tornando-se necessária no sistema complexo de vingança que mantém salva a sociedade, segundo o povo indígena.
“O processo de tradução do mito foi muito instigante, por ser um universo imaginário extremamente rico. Gostei de mergulhar no texto, de fazer pesquisa sobre a língua tupi-guarani dos textos antigos, de antropologia, ou de contos e lendas ameríndias, para restituir minha tradução francesa. Aprendi muito”, comentou.
A versão traduzida para o francês de “Meu destino é ser onça” está disponível no site da editora francesa Editions Passages.
Por: Andressa Algave
Produção: Marcos Paulo Albuquerque
Revisão: Jáder Cavalcante