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Professora da UFMA fala sobre recente descoberta que auxilia combate ao câncer ósseo

publicado: 21/05/2021 09h34, última modificação: 21/05/2021 14h13

Uma parceria entre o Instituto de Engenharia Nuclear (IEN) e a Universidade Federal do Maranhão, por meio do Laboratório de Biofísica e Nanossistemas, coordenado pela professora Luciana Alencar, possibilitou a descoberta do uso do rádio e do grafeno no combate ao câncer ósseo. Para chegar ao resultado, a UFMA e o IEN realizaram atividades complementares, em que, no Rio de Janeiro, os pesquisadores do Instituto de Engenharia Nuclear trabalharam na síntese e na marcação do grafeno junto ao rádio-223. Já no Maranhão, foi feita a caracterização, ou seja, os pesquisadores observaram a alteração na estrutura dos dois componentes ao interagirem.

A nova terapia garante um custo mais baixo e menos efeitos colaterais para o paciente. O cloreto de rádio (rádio-223) já é um medicamento utilizado para combater tumores. A inovação da pesquisa ocorre ao utilizá-lo aliado ao grafeno, o que potencializou o efeito da atuação do rádio em partes onde há metástase do câncer ósseo, ou seja, o grafeno auxilia também na sustentação óssea, já que o osteossarcoma fragiliza essa estrutura.

A equipe de pesquisadores da UFMA é liderada pela coordenadora do Laboratório de Biofísica e Nanossistemas, a professora Luciana Alencar. Ela afirma que “As perspectivas são muitas, e a primeira delas é que o grafeno já é um material conhecido por não possuir toxicidade em concentrações moderadas, então é um material que não causa problemas para o corpo quando colocado em corrente sanguínea”, destacou.

Por se tratar de uma terapia que faz uso de uma menor quantidade do composto químico rádio, a pesquisa desenvolvida pelas instituições é um grande salto para a ciência. Ao utilizar o grafeno junto ao rádio-223, existe uma economia na quantidade de material utilizado, pois a entrega da radioterapia às células cancerosas é mais efetiva.

Além disso, o tratamento também traz outros benefícios. Uma vez que tem menos componentes radioativos no organismo dos pacientes, também diminui os efeitos colaterais, que é a principal queixa das pessoas que fazem radioterapia convencional. Sendo assim, a pesquisa também contribui para uma maior qualidade de vida para pessoas com câncer ósseo. 

A professora Luciana Alencar afirma, também, que as células cancerosas possuem afinidade ao grafeno, mas, a partir do momento em que age em junção ao rádio-223, o que ocorre é como uma radioterapia, atacando e eliminando as células defeituosas.

Por: Daphne Ramos e Keliane Costa/Ageufma

Revisão: Jáder Cavalcante

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