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Professor de Licenciatura em História, câmpus de Codó, participa de podcast sobre as comunidades tradicionais da Amazônia

publicado: 18/07/2022 09h23, última modificação: 18/07/2022 15h59
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O professor Alexandre Cardoso, do curso de Licenciatura em Ciências Humanas – História, do Centro de Ciências de Codó, e coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisas em História Social dos Sertões (Nephsertões), participou, no dia 27 de junho, do episódio de número 22, do podcast Na Beira Do Rio (NBDR). No programa, ele falou da sua trajetória acadêmica e abordou questões como migração, sociabilidade e alteridade relacionadas aos povos amazônicos. O episódio intitulado “NBDR 22 – Histórias, nossas Histórias: Migração, populações, sociabilidade...na Amazônia/BR” está disponível de forma gratuita na plataforma Spotify.

Em 2018, ele defendeu sua tese de Doutorado “O Eldorado dos Deserdados: indígenas, escravos, migrantes, regatões e o avanço rumo ao oeste amazônico”. Segundo Alexandre, a escolha do nome Eldorado se dá pelo fato de que, no campo das representações do imaginário popular, a Amazônia era pensada como o depositório de riquezas.

O trabalho aborda a Amazônia do século XIX e as populações do interior amazônico, sobretudo, os sertões amazônicos ocidentais, próximo das fronteiras com os países de língua espanhola. Segundo o docente, o território amazônico foi sendo incorporado no projeto de expansão do Brasil como nação na região Norte, mas não havia uma discussão sobre as populações que lá habitavam nem dos impactos que essa expansão geraria, especialmente, a partir da década de 1850.

O pesquisador ainda explica que as comunidades tradicionais costumavam ter uma relação sustentável com a natureza, mas, devido às riquezas da região, a expansão territorial trouxe uma visão predatória, que existe desde o século XIX. “Grande parte desse projeto pensava a Amazônia como uma folha de papel em branco, como se fosse um espaço vazio e aberto. Quando a sociedade pensava nas pessoas, elas sempre pensavam na perspectiva da disciplinarização, por vezes, de modo violento. Os povos indígenas precisavam estar no aldeamento e disciplinarizadas, servindo como trabalhadores para o engajamento econômico de interesses que não faziam parte das comunidades. A mesma coisa acontecia com muitos migrantes que chegaram à Amazônia e que foram alocados em colônias para a produção agrícola. Muitos fugiam das colônias e iam para os seringais, porque foi no século XIX, que ocorreu o ‘boom’ da borracha”, explicou.

O podcast Na Beira do Rio é comandado por Andréia França, especialista em Mídias pela Universidade Federal do Amapá (Unifap), e Elloanne Carinie, doutoranda do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (Naea) da Universidade Federal do Pará (UFPA). Para Andréia, a participação do professor Alexandre Cardoso foi rica em muitos aspectos, especialmente, em relação à abrangência qualitativa dos dados expostos.

“Sabíamos que ele traria apontamentos valiosos para somar nas propostas que temos em relação aos recortes amazônicos. Porém Alexandre entregou muito além que resultados científicos, ele adentrou conosco em subjetividades e pontos que acrescentam valores junto às histórias, nossas histórias que gostamos de ouvir e comunicar”, afirmou a apresentadora.

O programa é gravado diretamente da cidade de Santana do Amapá (AP) e promove reflexões, vivências e diálogos referentes à Amazônia Brasileira. Ouça o programa na íntegra na página do NBDR no Spotify.

Saiba mais

Além dos povos amazônicos, o Nephsertões também realiza estudos sobre a escravidão no Maranhão no século XIX, sobre a história social daquela época e as populações subalternizadas que viveram em cativeiro e passaram por situações de violência. Para os interessados em conhecer um pouco mais sobre as atividades do grupo de pesquisa, basta entrar em contato enviando um e-mail para nephsertoes@gmail.com ou alexandre.antonio@ufma.br. O grupo também possui um perfil no Instagram, em @nephsertoes.

Por: João Meireles

Produção: Bruna Castro

Revisão: Jáder Cavalcante

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