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Prefeito de Grajaú entrega documento de doação de terreno para a UFMA

publicado: 04/04/2024 11h41, última modificação: 04/04/2024 16h49
Prefeito de Grajaú entrega documento definitivo de doação de terreno para UFMA

O prefeito de Grajaú, Mercial Arruda, o deputado estadual Ricardo Arruda e o vereador de Grajaú Arão Guajajara estiveram, na última terça-feira, 2, na Universidade Federal do Maranhão (UFMA) para entregar o documento definitivo de doação do terreno anexo ao Câmpus de Grajaú. Com isso, os mais de 77 mil m² de terreno se somam à atual estrutura do Centro de Ciências de Grajaú para garantir a expansão da atuação da UFMA na região.

“A educação transforma os cidadãos, e os cidadãos transformam o território onde vivem”, com essa frase significativa, o prefeito Mercial Arruda definiu o papel da Universidade Federal do Maranhão no município de Grajaú, no ato de entrega do Registro de Imóvel Urbano, não deixando de frisar que a presença da UFMA na região trará desenvolvimento. “Hoje, Deus está me dando a bem-aventurança de, como filho de Grajaú, poder contribuir para que nosso município, nosso velho mais que bicentenário município de Grajaú, tenha a sua Universidade Federal". 

Destacando a parceria contínua com a prefeitura de Grajaú, o reitor da UFMA, Fernando Carvalho, pontuou a ampliação de cursos oferecidos pelo Centro de Ciências de Grajaú. “Isso é muito importante porque nós podemos pensar numa ampliação deste Centro, inclusive com a criação de novos cursos, que já estão previstos. Então, possibilita a oferta de mais vagas para os nossos jovens daquela região”.

Para o deputado estadual Ricardo Arruda, o momento é histórico para a cidade de Grajaú. “Hoje é um momento muito importante para Grajaú e para toda a nossa região, em que o Prefeito Mercial Arruda está trazendo o documento definitivo de doação do terreno do Câmpus, que vai dar mais segurança para a Universidade com relação a investimentos futuros, trazer novos cursos e ampliar essa parceria que já tem dado resultado”, afirmou o deputado, que frisou o crescente crescimento da região: “Grajaú é um município que tem crescido bastante, e a demanda por instituições de ensino, sobretudo superior, tem aumentado também. Fico muito feliz com a acolhida do professor Fernando e de todo o staff da Universidade e quero reafirmar o compromisso da Prefeitura de Grajaú e o compromisso do meu mandato também com a educação e com a nossa querida Universidade Federal do Maranhão”, concluiu Ricardo Arruda.

Durante a reunião, que teve a participação de pró-reitores e superintendentes, também foi abordada a possibilidade de facilitar o ingresso de indígenas na Universidade Federal do Maranhão.

Reunião com deputado Ricardo Arruda, e prefeito de Grajaú, Mercial Arruda - 02.04.2024

Acesso dos povos indígenas ao ensino superior

Segundo dados do Censo do IBGE 2022, o Maranhão é o terceiro estado do Nordeste com a maior população indígena, com 57.214 pessoas que se autodeclaram indígenas ou índia. Grajaú, Jenipapo dos Vieiras (MA), Grajaú (MA) e Barra do Corda (MA) abrigam a Terra Indígena Cana Brava/Guajajaras, a mais populosa do Maranhão e a oitava no ranking nacional.

Considerando o número expressivo de indígenas na região de Grajaú, o vereador Arão Guajajara, que também participou da reunião, abordou a acessibilidade dos povos indígenas ao ensino superior, com a proposta de facilitar o ingresso dos indígenas à Universidade. Segundo o vereador, há experiências exitosas em outros estados que poderiam ser adotadas no Maranhão, beneficiando a população originária que vive no estado. ““Estamos com dez alunos na UFPA fazendo medicina, outros concluindo Direito. Para nós, é muito mais cômodo e tranquilo se esses indígenas puderem cursar aqui, porque fica mais próximo da família, a despesa é menor”, argumentou Arão Guajajara.

Um levantamento divulgado em 2023 pelo Instituto Semesp, com base em dados do Censo Demográfico 2010 e do balanço do Censo 2022, do IBGE, apontou que os indígenas universitários representam 3,3% dos mais de 1,4 milhão de pessoas que se identificam como indígenas no país, mas, em relação ao total de alunos no ensino superior, eles são somente 0,5%.

Para além do cumprimento da Lei de Cotas, que prevê a reserva de vagas para população indígena, A UFMA estuda maneiras de facilitar o acesso de indígenas à Universidade, seja por meio dos programas de educação especial, a exemplo do Parfor, ou processos seletivos especiais.

“É importante a gente ressaltar que, por causa da nova legislação, da nova Lei de Cotas, reformulada no final do ano passado, a Universidade cumpre, integralmente, a questão da reserva de vagas para indígenas. No final do passado, a Universidade aprovou, dentro do Parfor Equidade, três cursos entre as mais de 250 propostas submetidas à Capes, um desses cursos terá como sede Grajaú, ainda que atenda a outras cidades, e é um curso que tem muito a ver com a demanda de vocês: o curso de Licenciatura Intercultural Indígena. Serão 200 vagas. O professor Fernando tem-nos colocado a possibilidade de criar outras formas de ingresso. A ideia é que a gente possa ampliar essas formas de ingresso permitindo aí que os povos indígenas possam ocupar cada vez mais vagas dentro dos nossos 96 cursos de graduação”, destacou o pró-reitor de ensino, Romildo Sampaio.

Por: Ingrid Trindade

Fotos: Gabriel Jansen

Revisão: Jáder Cavalcante

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