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Pesquisadores do projeto Eosolar realizam medições de vento offshore na costa leste do norte maranhense
Como já afirmou o físico americano de origem húngara Edward Teller, “a ciência de hoje é a tecnologia de amanhã”, algo que pôde ser visto na segunda-feira, 7, com a visita dos pesquisadores que fazem parte do projeto “Eosolar” – o oceanógrafo da Universidade Federal de Santa Catarina, Felipe Mendonça Pimenta, e o meteorologista da Universidade Federal de Itajubá, Arcilan Trevenzoli Assireu, acompanhado do seu aluno Luiz Guilherme Prince Marcondes, ao Instituto de Energia Elétrica da UFMA.
Na manhã do mesmo dia, os pesquisadores, junto com a equipe do “Eosolar”, deslocaram-se às costas norte e leste do Maranhão, nas imediações de Barreirinhas e Tutoia, a fim de executar uma atividade de medição de vento offshore no mar, levando em consideração aspectos e caracterização dos recursos eólicos que há nessa região. Os pesquisadores estão acompanhados do professor e coordenador do projeto Eosolar, Denisson Queiroz Oliveira; do vice-diretor do IEE, Osvaldo Ronald Saavedra Mendez; do docente do Departamento de Engenharia Elétrica, Denivaldo Cícero Pavão Lopes; e de estudantes de graduação e de doutorado da UFMA.
O Eosolar tem como produto um mapa eólico e solar com a perspectiva de ser um grande agente fomentador de investimentos da indústria de energias renováveis. Assim sendo, por meio de estudos e pesquisas, no que tange à implementação dessas energias, visa também contribuir diretamente para a matriz de energia limpa no Brasil, uma vez que as energias renováveis contribuem com a redução dos impactos ambientais e, com isso, constituem o futuro da produção de eletricidade, tendo a capacidade de ser uma fonte natural que regenera continuamente, sem intervenção humana.
Além disso, utiliza tecnologia de ponta, por meio de equipamentos inovadores para a realização de medições locais. Os dados colhidos são fundamentais para garantir a confiabilidade e assertividade das informações disponíveis na plataforma, que contribui para a fomentação da economia local, a ampliação da qualidade de vida da população, além de ser de grande relevância à comunidade científica da UFMA. A plataforma Eosolar pode ser acessada via endereço eosolar.equatorialenergia.com.br.
Segundo o diretor da Gestão de Inovação e Serviços Tecnológicos da Ageufma, Shigeaki Leite de Lima, essa visita teve por objetivo expandir o projeto, que trata exclusivamente da criação de um mapa eólico e solar do Maranhão, que é realizado na costa leste e norte maranhense. “O projeto Eosolar já está em sua fase final, com encerramento em dezembro deste ano. A nossa equipe é formada por pesquisadores das universidades federais de Santa Catarina e Itajubá, que vieram para contribuir conosco nesta missão”, complementou.
O coordenador Denisson Oliveira explicou que, durante a execução dessa atividade prática, serão realizados alguns experimentos, em parceria com o Instituto Nacional de Energias Oceânicas e Fluviais da UFMA. “Vamos executar uma atividade de medição de vento offshore, ou seja, do continente para dentro do mar, a fim de obtermos informações do vento e, com isso, caracterizar o potencial eólico do nosso estado, sobretudo, nessa parte offshore, haja vista que já é uma tendência mundial do mercado de geração de energia, que provém do mar”, esclareceu.
Felipe Pimenta, um dos pesquisadores envolvidos no projeto, ponderou que a meta não é só analisar os ventos, mas também desenvolver métodos que possam ser replicados a outras regiões do país. Para ele, isso só é possível com medições conjuntas e contínuas, com um posicionamento na região lateral da praia, e outra na região offshore, em alto mar.
As medições fornecerão dados sobre a velocidade do vento em diferentes níveis da atmosfera, entre 0 e 260 metros de altura. Com a comparação das velocidades, os pesquisadores poderão analisar o ganho que pode ser obtido com a energia eólica, fornecendo relevantes informações para o posicionamento de turbinas no interior do continente e/ou na região marítima. “Há também equipamentos em bóias, porém aumenta muito mais o preço, e nós estamos buscando desenvolver métodos que possibilitem, sobretudo, combinar as medições em regiões costeiras”, afirmou Pimenta.
Saiba mais
As atividades do Instituto de Energia Elétrica foram iniciadas em janeiro de 2008, por meio do convênio entre a UFMA e o Ministério de Minas e Energias, sendo um instituto de pesquisa voltado ao desenvolvimento científico e tecnológico e à formação de capital humano nas áreas de microrredes inteligentes, a qual envolve sistemas de geração de energia distribuída, inteligência artificial, conversão de energia e armazenamento.
Confira as fotos da ação até esta quarta-feira, 9:
Por: Lucas Araújo
Fotografias: Karla Costa
Produção: Alan Veras
Revisão: Jáder Cavalcante