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Pesquisadores da UFMA estudam microalgas nativas da Amazônia Maranhense

publicado: 14/08/2024 14h03, última modificação: 14/08/2024 14h46
Pesquisadores da UFMA estudam microalgas nativas da Amazônia Maranhense

Sob a coordenação da professora Yllana Marinho, pesquisadores do curso de Engenharia de Pesca, do Centro de Ciências de Pinheiro – CCPI, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), estão empenhados em desvendar os benefícios que as microalgas nativas da Amazônia Maranhense podem gerar. Com o projeto “Isolamento e bioprospecção de microalgas nativas: Geração de um banco de cepas para obtenção de compostos de interesse visando à aplicação na aquicultura, biotecnologia e biorrefinaria”, os pesquisadores estudam o aproveitamento sustentável das microalgas para a produção de biomassa e compostos bioativos.

O trabalho tem o objetivo de realizar o isolamento e a bioprospecção de microalgas nativas da Amazônia Maranhense, focando na geração de um banco de cepas. Esse banco servirá como base para a obtenção de compostos de interesse bioativo, promovendo tecnologias sustentáveis para a produção otimizada de biomassa. “A criação de um banco de cepas será um marco importante, servindo como base para futuras pesquisas e desenvolvimentos tecnológicos que possam beneficiar não só a região, mas também contribuir para as metas globais de sustentabilidade. A integração do cultivo de microalgas com o tratamento de águas residuais também será explorada, promovendo um modelo de bioeconomia circular que possa ser replicado em outras regiões”, ressalta Yllana. 

O projeto promove a utilização de recursos biológicos endêmicos (espécies restritas a uma área geográfica específica) de maneira sustentável, contribuindo para a valorização da biodiversidade local e para o desenvolvimento de tecnologias inovadoras aplicáveis em setores como a aquicultura, biotecnologia, saúde e bioenergia. O projeto também destaca a capacidade das microalgas de capturar CO2, promovendo práticas que podem ajudar na mitigação das mudanças climáticas, ao mesmo tempo em que impulsiona a economia local por meio da bioeconomia circular e do tratamento de efluentes.

Além disso, os pesquisadores investigam o uso de águas residuais como meio de cultivo, buscando integrar a produção de biomassa com o tratamento de efluentes, promovendo assim práticas de bioeconomia circular e sustentabilidade ambiental. Do ponto de vista acadêmico, o projeto potencializa a formação prática de estudantes e profissionais na área de biotecnologia de algas.

A pesquisa utiliza metodologias avançadas para otimizar a produção de biomassa e a extração de compostos bioativos aplicáveis em diversos setores, incluindo aquicultura, biotecnologia, saúde, energia e tratamento de efluentes. O projeto utiliza técnicas de bioprospecção que abrangem cultivos em regimes fotoautotrófico, heterotrófico e mixotrófico, acompanhados de análises bioquímicas detalhadas para caracterização e aproveitamento dos compostos.

Na etapa inicial da pesquisa, já foram isoladas vinte espécies de microalgas, incluindo espécies de água doce, marinhas e estuarinas, que se encontram na fase de prospecção, buscando melhores formas de cultivo que visem a uma maior produtividade de biomassa. Nesta fase, os pesquisadores também averiguam os compostos boativos obtidos por meio da biomassa dessas micrioalgas.

O avanço da biodiversidade e o aproveitamento sustentável da região amazônica do estado são resultados previstos, assim como o desenvolvimento de novas tecnologias e produtos de alto valor agregado, ampliando a economia local e contribuindo para as metas de desenvolvimento sustentável da ONU. O próximo passos da pesquisa é continuar, com maior intensidade, o isolamento das espécies, como explica Yllana: “Os próximos passos do projeto incluem a continuação do isolamento de mais espécies de microalgas, além da otimização das condições de cultivo para maximizar a produtividade de biomassa. Também será intensificada a pesquisa sobre os compostos bioativos derivados dessas microalgas, visando identificar novas aplicações industriais”, conclui a professora.

 

Por: Camilla Fernanda

Produção: Ingrid Trindade

Revisão: Jáder Cavalcante

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