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Painel com lançamento de dados inéditos na UFMA celebra o Dia Internacional do orgulho LGBTQIAPN+

publicado: 30/06/2025 14h39, última modificação: 30/06/2025 15h48
Painel com lançamento de dados inéditos na UFMA celebra o Dia Internacional do orgulho LGBTQIAPN+

Para marcar o Dia do Orgulho LGBTQIAPN+, celebrado em 28 de junho, a Universidade Federal do Maranhão (UFMA) lançou, oficialmente, na última sexta-feira, 27, o primeiro mapeamento institucional sobre a presença e as demandas dessa comunidade em seus câmpus. A apresentação dos dados ocorreu durante o painel “População LGBTQIAPN+ na UFMA: Mapeamentos e saberes”, promovido pela Diretoria de Diversidade, Inclusão e Ações Afirmativas (DIDAAF).

A atividade ocorreu em formato híbrido, com transmissão para inscritos via SigEventos, diretamente do auditório da Superintendência de Tecnologias na Educação (STED). O mapeamento foi construído com base em uma pesquisa desenvolvida pelo projeto de extensão Portas de Visibilidade, com coleta de dados realizada em fevereiro deste ano.

A Chefe da Divisão de Gênero e Diversidade da DIDAAF, Gisa Carvalho, ressaltou que o mapeamento é apenas o primeiro passo. 

“A partir disso, a gente vai seguir com a construção de políticas voltadas para essa população. Também vamos dar encaminhamentos no aprofundamento dessa pesquisa. Então, seguiremos para essa próxima fase e já estamos num processo de construção de um curso de letramento sobre a população LGBTQIAPN+, porque isso foi uma das principais demandas colocadas no questionário, que foi apresentada pela população, que a gente fizesse formações com a comunidade universitária sobre as temáticas de interesse, de respeito, de diversidade, e a gente está na fase agora de construção desse curso”. 

Segundo a discente e bolsista do projeto, Luna Marques, responsável pela análise e tratamento dos dados, o processo foi conduzido com muito cuidado, desde a elaboração do formulário até a triagem das respostas. “Durante esse processo de coleta, nós tivemos as respostas de 664 pessoas que eram do público-alvo. Nós percebemos que foi um momento muito importante de identificar  quais as políticas que elas desejam. Há um processo muito grande de adoecimento mental dessa população e que, ao mesmo tempo, elas precisam de políticas que garantam a permanência delas dentro da Universidade. E esse momento de mapeamento é muito importante por isso, porque a gente consegue apresentar esses dados, de forma concreta e se comunicar com essa comunidade dentro do espaço universitário”, explicou.

A discente destacou a recorrência de relatos de adoecimento mental, situações de assédio e conflitos familiares nas informações coletadas, o que evidencia a necessidade urgente de políticas específicas de acolhimento para essa população.

Além da apresentação do mapeamento, o evento contou com a participação do professor Pablo Monteiro, professor do curso de Comunicação, que compartilhou os resultados de sua pesquisa sobre os discursos das universidades públicas maranhenses sobre diversidade. “Então é preciso que a gente eduque e forme essas pessoas para que elas entendam, conheçam e contextualizem todos os processos e todas as interseccionalidades que são necessários para a vida em sociedade”,  afirmou.

O egresso da UFMA e militante político Caio Mendonça também participou do painel, abordando a importância histórica da militância e os desafios contemporâneos enfrentados pela comunidade LGBTQIAPN+, especialmente, pessoas trans e travestis. “Precisamos reforçar sempre a importância de estar na luta, para que a gente não venha a perder os direitos conquistados como vem acontecendo nos últimos anos, em outros países”, alertou. 

Para o diretor da DIDAAF, professor Acildo Leite, o lançamento do mapeamento representa um marco no compromisso da UFMA com a inclusão e a equidade. 

“A Universidade que está num momento de ampliar as suas ações de constituição de políticas para essa população, um momento de constituição de tudo isso. Então, esse evento, que já é decorrente das ações que nós estamos implementando dentro da Universidade, foi um primeiro mapeamento de toda essa presença dos estudantes, servidores, desse público, agora estamos socializando com a comunidade universitária para conhecer o perfil dessa população”, pontuou. 

O painel, promovido na véspera do Dia do Orgulho, simboliza um avanço importante para a construção de um ambiente acadêmico mais plural, seguro e respeitoso. As ações derivadas do mapeamento prometem fortalecer ainda mais o compromisso da UFMA com a diversidade e os direitos humanos.

Os resultados do mapeamento podem ser acessados aqui.

Por: Giovanna Carvalho 

Foto: Giovanna Carvalho

Revisão: Jáder Cavalcante

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