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Núcleo de Pesquisa do câmpus de Imperatriz vence prêmio Luiz Beltrão e é destaque no programa Rádio Opinião

publicado: 18/07/2022 12h18, última modificação: 18/07/2022 15h49
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No dia 13 de julho, o Núcleo Interdisciplinar de Estudo, Pesquisa e Extensão em Comunicação, Gênero e Pesquisa Maria Firmina dos Reis — grupo de pesquisa vinculado ao curso de jornalismo da Universidade Federal do Maranhão, Centro de Ciências de Imperatriz, foi destaque no programa Rádio Opinião da Rádio Universidade FM 106,9, após ser anunciado como vencedor do Prêmio Luiz Beltrão 2022, na categoria Grupo Inovador. O prêmio é concedido pela Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom) e será entregue durante o 45º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, evento promovido pela Intercom, que será realizado na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em João Pessoa, no período de 5 a 9 de setembro. Para falar sobre o assunto e questões relacionadas à discriminação racial, o apresentador Adalberto Júnior entrevistou as professoras Leila Sousa e Luciana Reino, que abordaram a importância do Núcleo para a Universidade.

De acordo com a vice-coordenadora do Núcleo, professora Leila Sousa, o grupo foi criado em 2019 pela professora Michele Carvalho e tem por objetivo homenagear Maria Firmina dos Reis, a primeira romancista negra. “Por meio do legado que ela deixou para toda a população brasileira, a gente tenta discutir e refletir sobre temas relacionados ao gênero, à raça, cidadania, e a falar sobre as nossas realidades, além de contar sobre processos de resistência, de luta e de produção de cidadania que a população vem desenvolvendo”, ressaltou.

Leila acrescentou que o Núcleo Maria Firmina é bastante jovem, mas que tem feito muita diferença em todo o Brasil, não apenas na Região Tocantina ou no Maranhão, pois é um núcleo que tem ultrapassado fronteiras. “Estamos sempre pontuando isso, porque, desde 2020, estamos realizando o projeto ‘Academia Preta Decolonial’, que é um curso de formação antirracista de 40 horas, o qual nos permite levar a discussão sobre a produção do conhecimento para outros lugares, para além dos muros da Universidade. Então, a gente tem conseguido abarcar um público muito grande com esse curso no Brasil, na América Latina e na península Ibérica”, finalizou.

A professora Luciana Reino comentou os casos de discriminação e racismo abordados pelo Núcleo Maria Firmina com os acadêmicos. “Uma das coisas mais importantes que o nosso grupo tem promovido é uma discussão permeada pelo afeto e pelo entendimento da pessoa. Por exemplo, as metodologias que a gente estuda, preferencialmente, são mulheres, autoras brasileiras e ibero-americanas, e muitas dessas abordagens em algumas metodologias apontam a importância da visão e da presença do indivíduo central da pesquisa, como alguém que é presente no objeto de pesquisa”, descreveu.

Em relação ao prêmio Luiz Beltrão, Luciana enfatizou que, quando o grupo se inscreveu, não tinha nenhuma meta de vencer, pois o intuito era de se tornarem conhecidos. “Ah, olhem o que a gente está fazendo, a gente está tentando falar mais sobre essa realidade da pesquisa e do conhecimento sobre raça, classe e gênero. Isso é desafiador! Quando a gente recebeu o e-mail informando que tínhamos sido o grupo mais votado entre os grandes pesquisadores da área de comunicação, ficamos vários dias nos beliscando, tentando entender”, lembrou.

Sobre o Prêmio

O Prêmio Luiz Beltrão de Ciências da Comunicação foi criado em 1997, com o objetivo de identificar, anualmente, pessoas, equipes ou instituições que realizam contribuições relevantes para o campo das ciências da comunicação no Brasil, reconhecendo a qualidade do trabalho acadêmico e profissional realizado nas universidades, valorizando a atuação individual, grupal ou coletiva.

Os candidatos ao prêmio são indicados pela comunidade acadêmica das ciências da comunicação. Após a indicação, uma votação é realizada por um colegiado, composto pelos ex-presidentes da Intercom, pelo atual presidente da entidade e pelos vencedores em todos os anos do Prêmio Luiz Beltrão na Categoria “Maturidade Acadêmica”.

Sobre o Núcleo

O Núcleo Interdisciplinar de Estudo, Pesquisa e Extensão em Comunicação, Gênero e Feminismos – Maria Firmina dos Reis foi criado em maio de 2019, com o objetivo de desenvolver e dar visibilidade aos estudos e às atividades de extensão na área de comunicação, gênero e feminismos. O Núcleo é composto pelas professoras doutoras Michelly Carvalho, coordenadora; Leila Sousa, vice-coordenadora, e Luciana Reino. Conta ainda com a participação de estudantes pesquisadores de graduação, mestrado e doutorado.

Desde 2020, realiza a Academia Preta Decolonial, um projeto anual de extensão de formação antirracista, gratuito, que surgiu em decorrência de reflexões sobre o desconhecimento que os estudantes de jornalismo da UFMA possuíam sobre a obra e a contribuição intelectual de autoras e autores negros, latino-americanos. O curso concretiza os objetivos do núcleo de pesquisa de descentralizar o conhecimento, reconhecer e visibilizar as múltiplas formas de construção do saber e trazer para o debate e para o enfrentamento político questões sobre raça, gênero, cis-heteronormatividade e diversas outras formas de opressão que atravessam e desafiam a existência desses sujeitos.

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Por: Hérika de Almeida

Produção: Bruna Castro

Revisão: Jáder Cavalcante

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