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Núcleo de Estudos e Pesquisa em História Social dos Sertões, coordenado por professor do Câmpus de Codó, realiza trabalhos com foco na escravidão do Maranhão no século XIX

publicado: 21/03/2022 08h00, última modificação: 21/03/2022 15h54

Criado em 2019, o Núcleo de Estudos e Pesquisas em História Social dos Sertões (Nephsertões), grupo de pesquisa é coordenado pelo professor Antônio Alexandre Isidio Cardoso, do Câmpus de Codó. O grupo tem como foco principal realizar estudos sobre a escravidão no Maranhão no século XIX, sobre a história social daquela época e as populações subalternizadas que viveram em cativeiro e passaram por situações de violência. Composto por estudantes do curso de História do câmpus local, o Núcleo realiza os trabalhos de pesquisa sobre a temática por meio do estudo de fontes da época, como os jornais publicados naquele período.

O grupo Nephsertões tem como local de estudo o interior do estado, principalmente a ribeira do Rio Itapecuru, especialmente nas cidades de Caxias e Codó. Os estudos também incluem as cidades de Coroatá e Timbiras e se estendem a São Luís e outros lugares, eventualmente. “A escolha destas cidades é justamente porque a história desses lugares possui uma relação muito intrínseca entre o que acontecia em São Luís e o que acontecia no interior da Província, que era tomada de fazendas que cultivavam algodão, arroz e outros gêneros e que tinham muitos escravos e contatos com comunidades indígenas e trabalhadores migrantes que vinham de outras regiões”, explanou.

No momento atual, o programa tem quatro alunos de iniciação científica, além de estudantes voluntários. O bolsista Caio Matheus Lima da Silva contou que trabalha em um inventário analítico dos jornais provinciais, percebendo menções de anúncios de fuga de escravizados no século XIX. “Eu faço parte do grupo desde 2019. Minha participação tem sido de grande importância, uma vez que eu pude experimentar, na prática, por meio das pesquisas em fonte de jornais do século XIX, ver como é desenvolvida uma pesquisa historiográfica. E, claro, essa experiência vai me ajudar muito no desenvolvimento de futuros trabalhos na minha carreira acadêmica”, comentou.

Os resultados de alguns outros estudos já estão disponíveis, como o artigo “Geminiana e seus filhos: escravidão e morte, maternidade e infância na São Luís (MA) da década de 1870”, que foi publicado na coletânea “Ventres Livres? Gênero, maternidade e legislação”. O livro “Geminiana e seus filhos”, que aprofundará o assunto, também está em produção. O professor Cardoso comentou ainda a importância de realizar esses estudos na Universidade para entender como a história do Brasil é alicerçada na escravidão e na exclusão racial e social.

 

Eu considero fundamental, para estudar a história do Brasil, entender muitos séculos de exploração de trabalho, sobretudo de populações negras que foram traficadas, além das populações indígenas e outras. Serve também para que a gente entenda sobre as nossas diversas formas de exclusão e violência, de onde parte essa história de diferenciações sociais, de hierarquizações entre outras questões. Portanto é fundamental estudar isso na universidade, sobretudo nos cursos de história, porque nós estamos falando da formação de pessoas que, além de profissionais de diversas áreas, são cidadãos” finalizou o docente.

Por: Bruna Castro

Produção: Laís Costa

Revisão: Jáder Cavalcante

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