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No Setembro Amarelo, mês dedicado a campanhas de prevenção ao suicídio, psicólogas da UFMA alertam sobre os sinais de atenção à saúde mental e como procurar ajuda

publicado: 24/09/2021 12h31, última modificação: 24/09/2021 14h03

O suicídio é considerado como um grande problema de saúde pública no Brasil, sendo uma das três principais causas de morte em pessoas com idades entre 15 e 29 anos em todo o mundo. De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), no Brasil, os casos ultrapassam mais de 13 mil por ano, podendo ser bem maiores em decorrência das subnotificações. Sendo assim, a campanha “Setembro Amarelo”, que tem por objetivo alertar os possíveis sinais e conscientizar a população sobre a prevenção ao suicídio e como procurar ajuda, é ressaltada por diversos profissionais da área de psicologia da UFMA.

A psicóloga do Câmpus de Imperatriz, Kiria Karine Lins Martins Ribeiro, diz que, nos últimos meses, percebeu a fadiga dos estudantes em relação ao longo período de isolamento social, em que relata que houve aumento também dos níveis de ansiedade, desmotivação e medo. “Além disso, houve mudança na rotina dos estudantes, mas sem as condições objetivas para que essas ‘novas’ rotinas fossem saudáveis. A falta de um local específico e estimulante para a aprendizagem gerou sensação de desorganização da rotina e psíquica, além de sentimento de cansaço constante”, explicou.

No âmbito do ensino acadêmico, nos últimos dois anos, a modalidade de Ensino Remoto Emergencial (ERE) é utilizada por instituições de ensino no Brasil devido à pandemia de covid-19 que atinge todo o mundo. Assim, houve aumento de estresse, aparecimento dos sintomas de ansiedade, alteração de humor, baixa concentração nos estudos, entre outros.

Daniele Palácio, psicóloga da UFMA do Câmpus de São Luís e coordenadora da Divisão de Educação e Saúde, ressaltou que, no cenário local, a pandemia afetou bastante a saúde emocional dos alunos. “A perda da convivência social habitual com redução do contato físico e as novas modalidades tecnológicas de ensino têm gerado a percepção da perda de rendimento acadêmico, desmotivando alguns alunos”, explanou.

Entendendo os sinais

Para Kiria, é importante ficar atento a alguns sinais que podem aparecer quando a pessoa não se sente bem, como baixo desempenho acadêmico, alterações de comportamento, dificuldades relacionais, dificuldade com atividades rotineiras habituais e/ou sofrimento psíquico. No entanto nem sempre esses sinais indicam um problema ou transtorno mental, muitas vezes são respostas à necessidade de adaptação, em que é preciso observação.

Na visão da psicóloga, é essencial investir no processo de autoconhecimento. “Você pode reconhecer e acolher seus receios e medos, assim como identificar quando é o momento de procurar pessoas de confiança para conversar”, detalhou.

Sobre o assunto, Daniele Palácio comentou que é muito relevante prestar atenção não somente aos altos índices de suicídio, mas também na prevenção. “A importância se deve não somente ao número elevado de suicídios, segundo pesquisas, mas também à dificuldade de percepção que existe sobre a origem de vários problemas do dia a dia estarem relacionados a sofrimentos psíquicos, fazendo com que muitas pessoas negligenciem o autocuidado emocional.

O serviço ao estudante

O serviço de psicologia ofertado pela UFMA aos discentes está associado à Pró-Reitoria de Assistência Estudantil (Proaes) e tem como foco principal qualificar os processos educativos e mediar os processos de desenvolvimento humano desses estudantes por meio de ações preventivas nas relações interpessoais. São realizadas diversas ações educativas ou de intervenção de forma coletiva.

Os atendimentos são realizados individualmente após o agendamento, que deve ser realizado pelo e-mail da psicóloga do Câmpus de Imperatriz, , e pelo e-mail do serviço de psicologia do Câmpus de São Luís, , que também atende a alunos de outros câmpus do interior.

É importante frisar que o serviço de psicologia da UFMA não presta atendimento de urgência e emergência em saúde mental. Nesses casos, é solicitado que o estudante procure o Centro de Valorização da Vida (CVV), ligando no telefone 188 ou na Unidade de Pronto Atendimento mais próximo de sua residência.

Por: Hugo Oliveira

Produção: Laís Costa

Revisão: Jáder Cavalcante
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